Tuesday, January 09, 2018

“VIVER” JUSTIFICA SUA CONDIÇÃO DE VERBO

Para mim, a palavra “viver” justifica, plenamente, sua condição de verbo. Caracteriza “ação” e não apenas uma e única, mas inúmeras, em quantidade quase infinita. Já morrer... não faz sentido. A menos que a pessoa se suicide, ninguém “age” para morrer. Esse colapso absoluto e completo, às vezes repentino, não raro fulminante, mas via de regra lento em demasia, atinge-nos sempre à nossa revelia. Sinto, hoje, a mesmíssima perplexidade que senti pela primeira vez que vi um animal morto. Era, por coincidência, meu cãozinho de estimação. Eu tinha apenas quatro anos e não acreditava que nunca mais poderia brincar com aquele animalzinho dócil e amável ao qual me apegara tanto. Quando, pela primeira vez, perdi um parente (uma tia e eu estava, então, com oito anos de idade), entendi que esse era o fim de todo o mundo. Desde então, e até hoje, nunca compreendi o por quê. Houve tempos em que cheguei a achar que não morreria nunca, que a morte era para os fracos e os tristes, ou seja, para os que não amavam a vida. Ainda hoje, tenho tentação de pensar dessa maneira. Porém… tenho que cair na real...


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CITAÇÃO DO DIA:

Amor desperta amor 

O amor aceso em nome da virtude, uma vez alteada a sua chama, sempre ateia um outro amor. 

(Dante Aligheri, "Purgatório", Canto XXII, livro: "A Divina Comédia").

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