“VIVER” JUSTIFICA SUA CONDIÇÃO DE VERBO
Para mim, a palavra “viver” justifica, plenamente, sua condição
de verbo. Caracteriza “ação” e não apenas uma e única, mas
inúmeras, em quantidade quase infinita. Já morrer... não faz
sentido. A menos que a pessoa se suicide, ninguém “age” para
morrer. Esse colapso absoluto e completo, às vezes repentino, não
raro fulminante, mas via de regra lento em demasia, atinge-nos sempre
à nossa revelia. Sinto, hoje, a mesmíssima perplexidade que senti
pela primeira vez que vi um animal morto. Era, por coincidência, meu
cãozinho de estimação. Eu tinha apenas quatro anos e não
acreditava que nunca mais poderia brincar com aquele animalzinho
dócil e amável ao qual me apegara tanto. Quando, pela primeira vez,
perdi um parente (uma tia e eu estava, então, com oito anos de
idade), entendi que esse era o fim de todo o mundo. Desde então, e
até hoje, nunca compreendi o por quê. Houve tempos em que cheguei a
achar que não morreria nunca, que a morte era para os fracos e os
tristes, ou seja, para os que não amavam a vida. Ainda hoje, tenho
tentação de pensar dessa maneira. Porém… tenho que cair na
real...
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CITAÇÃO DO DIA:
Amor desperta amor
O
amor aceso em nome da virtude, uma vez alteada a sua chama, sempre
ateia um outro amor.
(Dante
Aligheri, "Purgatório", Canto XXII, livro: "A Divina
Comédia").
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