Clima de expectativa
Pedro J. Bondaczuk
A cidade
vive o clima de expectativa pela posse do prefeito eleito, Hélio de
Oliveira Santos, dentro de três semanas, em 1º de janeiro de 2005,
para um mandato de quatro anos. Com ele, serão empossados os 33
vereadores, consagrados pelas urnas em outubro passado, parte dos
quais é inexperiente nas lides parlamentares e precisará se adequar
às suas funções.
É muito
importante, se não indispensável, que a nova administração
municipal adote, logo de cara, medidas de impacto, que conquistem a
simpatia da opinião pública e a confiança principalmente dos que
votaram no candidato derrotado no Segundo Turno. Os primeiros meses
de gestão são sempre, via de regra, uma espécie de lua de mel
entre o eleito e os cidadãos, seja em qual nível da administração
que for: municipal, estadual ou federal. É um período de trégua,
em que praticamente não existe oposição. Depois disso…
Os dois
últimos governos, notadamente o de Izalene Tiene, que está em final
de mandato (mas também o de Francisco Amaral), enfrentaram forte
hostilidade por parte de alguns setores da sociedade, que não lhes
deram a menor folga, o que reduziu, e muito, sua margem de apoio. É
mister que o novo administrador, porém, governe para todos os
campineiros, de todos os segmentos sociais (e não somente para os
que o elegeram) de forma justa, equânime e equilibrada. Que seja
maleável, aberto ao diálogo e saiba, sobretudo, definir
prioridades.
Uma das
características desejáveis no novo prefeito é que tenha capacidade
de negociação, até porque vai precisar, e muito, disso. Afinal,
vai assumir tendo como contrapeso uma Câmara de Vereadores
teoricamente opositora. Para aprovar os projetos indispensáveis à
sua administração, portanto, precisará saber convencer os
parlamentares contrários da sua necessidade e da sua pertinência,
isto se não quiser ficar travado em sua gestão.
Outra coisa
que Hélio de Oliveira Santos prometeu fazer, durante a campanha, e
que se espera que venha a cumprir, após a posse, é a busca de
parcerias com a iniciativa privada, para financiar determinadas obras
inadiáveis, para as quais faltam recursos do Poder Público.
Problemas, certamente, não irão faltar em sua gestão (pelo
contrário), mas o potencial de Campinas é suficiente para que ele
encontre, com sabedoria e bom senso, as devidas soluções.
Espera-se
que o novo prefeito obtenha, também, o prometido e necessário
respaldo financeiro do Palácio do Planalto, cujo apoio político foi
decisivo para a sua eleição. Uma das medidas que deverá tomar será
a de tentar renegociar a imensa dívida da cidade, que vem consumindo
preciosos reais, em juros, e que deixam, por consequência, de ser
investidos em educação, em saúde, em obras públicas e em
saneamento básico, entre outras coisas, desta gigante metrópole.
Se
conseguir cumprir metade do que prometeu em palanque, fará,
certamente, uma boa administração e terá condições de aspirar,
tranquilamente, uma possível reeleição em 2008. Caso contrário...
(Editorial
publicado em 7 de dezembro de 2004 no jornal “Folha Regional”).
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
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