Wednesday, January 31, 2018


SAGRADO DIREITO DA LIVRE EXPRESSÃO

A atividade artística, notadamente a literária, tem, como premissa fundamental, a liberdade de expressão. Não comporta, pois, direcionamentos de temas, pautas, censuras e nada que atrapalhe, ou impeça, o escritor de expressar o que pretenda em seus textos com a máxima fidelidade e clareza. Arte e Moral são compartimentos distintos e nunca (ou raramente) andam juntos. O único juiz, implacável e exclusivo, o que decide de fato o sucesso ou o fracasso de quem se aventure neste campo é, e sempre deve ser, o leitor. Apenas a ele cabe julgar o que acha bom ou o que entende que seja ruim, deficiente, mal escrito e mal expresso. Afinal, é ele que compra livros e movimenta a vasta indústria editorial. A única censura pertinente é a do próprio escritor. Este precisa contar, sobretudo, com bom-senso na escolha do que e de como irá escrever, para não cair, eventualmente, em ridículo publicamente. Compete-lhe escolher livremente o tema que queira abordar, a forma de explanação e a linguagem a utilizar, de conformidade com o seu estilo e de acordo com o grau cultural do segmento a que seu texto se destine. Mas precisa estar ciente de que será, sempre e sempre, julgado pelo leitor. Em caso de agradá-lo, será premiado com a sua fidelidade. Se não...

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CITAÇÃO DO DIA:

Afetos essenciais 
O amor que professamos à família e à casa, a fidelidade aos amigos e correligionários, a lealdade a nosso partido e à nossa pátria são afetos que vêm do começo, reiterações e variações da situação primeira. São a marca de nossa condição original, que não é simples, mas dual, composta de dois termos antagônicos e inseparáveis: fusão e desmembramento. Esse é o princípio constitutivo de cada vida humana e o núcleo de todas as nossas paixões, sentimentos e ações. É um princípio anterior à consciência e à razão, mas é, por isso mesmo, a origem de ambas. Entre sentir-se e saber-se separado há a consciência de nós mesmos: todos damos esse passo e assim chegamos à consciência de nós mesmos.
(Octávio Paz).


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