“AI DA PENA VENAL QUE DEIXOU
DE SER DE OURO...”
Benedito Sampaio, mestre
excepcional e escritor
talentoso, era muito cioso sobre o que, como e acerca de quem
escrever. É dele esta advertência, na crônica intitulada "O
Jornalista", publicada no livro "De Minha Chácara":
"Ai das mãos sacrílegas que profanam o jornalismo! Ai daqueles
que, arrebatando das mãos do jornalista a pena impoluta que tem a
nobreza da espada, começa de brandi-la como o sangrento punhal que
fere desapiedado as reputações legitimamente alicerçadas! Ai das
mãos impuras que profanam com mentira e calúnia o templo augusto da
Verdade! Ai da pena venal que deixou de ser de ouro, porque por ouro
se mercadejou no balcão dos interesses mesquinhos!" Embora
espírito cordato, homem dotado de finíssimo senso de humor,
Benedito Sampaio não temia enfrentar polêmicas públicas, em defesa
da pureza da língua. Publicou, entre outras obras, os estupendos,
claros e preciosos compêndios: "Elementos de Gramática",
"Questões da Língua" e "Falar Certo" e mais a
antologia "Leituras Fáceis". Como seria bom se as escolas
adotassem livros do mestre, para ensinar português correto e bem
escrito aos seus alunos! Temos visto compêndios que chegam a ser
assustadores. Mais confundem do que esclarecem. Preservar a pureza da
língua é o dever primordial do intelectual.
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CITAÇÃO DO DIA:
Longo esquecimento
É
tão curto o amor, e é tão longo o esquecimento.
(Pablo
Neruda).
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