Monday, January 22, 2018

“AI DA PENA VENAL QUE DEIXOU DE SER DE OURO...”

Benedito Sampaio, mestre excepcional e escritor talentoso, era muito cioso sobre o que, como e acerca de quem escrever. É dele esta advertência, na crônica intitulada "O Jornalista", publicada no livro "De Minha Chácara": "Ai das mãos sacrílegas que profanam o jornalismo! Ai daqueles que, arrebatando das mãos do jornalista a pena impoluta que tem a nobreza da espada, começa de brandi-la como o sangrento punhal que fere desapiedado as reputações legitimamente alicerçadas! Ai das mãos impuras que profanam com mentira e calúnia o templo augusto da Verdade! Ai da pena venal que deixou de ser de ouro, porque por ouro se mercadejou no balcão dos interesses mesquinhos!" Embora espírito cordato, homem dotado de finíssimo senso de humor, Benedito Sampaio não temia enfrentar polêmicas públicas, em defesa da pureza da língua. Publicou, entre outras obras, os estupendos, claros e preciosos compêndios: "Elementos de Gramática", "Questões da Língua" e "Falar Certo" e mais a antologia "Leituras Fáceis". Como seria bom se as escolas adotassem livros do mestre, para ensinar português correto e bem escrito aos seus alunos! Temos visto compêndios que chegam a ser assustadores. Mais confundem do que esclarecem. Preservar a pureza da língua é o dever primordial do intelectual.


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CITAÇÃO DO DIA:


Longo esquecimento 

É tão curto o amor, e é tão longo o esquecimento.

(Pablo Neruda).


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