Thursday, July 31, 2014

Os grandes artistas tendem a exercer uma influência decisiva na formação da nossa personalidade e caráter, permitindo-nos conhecer situações, comportamentos e circunstâncias os mais diversos e extremos, sem que precisemos passar por essas experiências pessoalmente. E quando algo análogo ao que tratam nos ocorre, contamos com caminhos e alternativas já conhecidos para sairmos de enrascadas ou para usufruirmos plenamente os episódios benignos e favoráveis que surgirem. Os grandes artistas estabelecem, sobretudo, sua identidade, que refletem nos personagens que criam. Generosos, nos ofertam a possibilidade de libertação do espaço, do tempo e até da morte que, se não a evitam (e não nos ensinam a evitar, pois é inevitável) sugerem como aceitá-la serenamente, como realidade impossível de ser mudada. André Malraux escreveu a seguinte a esse respeito: ““O grande artista (...) estabelece a identidade eterna consigo mesmo. Pela maneira segundo a qual nos mostra tal ato de Orestes ou Édipo, do príncipe Hamlet ou dos irmãos Karamazov, ele nos torna próximos a esses destinos tão afastados de nós no espaço e no tempo; torna-os fraternos e reveladores para nós. Assim, alguns homens têm o grande privilégio, essa parte divina, de encontrar no fundo deles mesmos, para nos oferecerem, aquilo que nos liberta do espaço, do tempo e da morte”.



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Presente do Dia dos Pais

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Cruzada contra a fome


Pedro J. Bondaczuk


O presidente Tancredo Neves, cuja eleição completa o primeiro aniversário na próxima quarta-feira, em seu discurso de vitória proferido no Congresso Nacional, no dia 15 de janeiro de 1985, afirmou: "Cabe acentuar que o desenvolvimento social não pode ser considerado mera decorrência do desenvolvimento econômico. A Nação é essencialmente constituída pelas pessoas que a integram. De modo que cada vida humana vale muito mais do que a elevação de um índice estatístico". É a propósito disso que convidamos o leitor a nos acompanhar em alguns raciocínios.

Quando o saudoso senador Teotônio Vilela iniciou, em 1981, uma cruzada nacional de redemocratização, afirmou, num pronunciamento histórico que fez em Campinas, que o Brasil possui quatro grandes dívidas: a externa, a interna, a política e a social. E que esta última era a mais urgente para ser saldada. Recursos para isso, convenhamos, existem, a despeito da crise econômica, já que a nossa economia, com todas as distorções que apresenta, é a oitava do mundo ocidental em volume. O que falta, às vezes, é vontade política para promover uma campanha séria, de âmbito nacional, para alterar o grave quadro de fome e de desnutrição, especialmente entre as crianças, que se instala entre nós. Afinal, elas são o maior investimento que um país pode fazer se quiser aspirar a um futuro grandioso. E nós aspiramos a isso.

Esse preâmbulo vem a propósito de uma informação prestada pela Associação Brasileira de Pediatria, segundo a qual, a fome e a desnutrição matam 45 brasileirinhos, em média, por hora. Isso perfaz, no final de uma simples ronda do ponteiro de um relógio pelas 24 horas de um dia, 1.080 pessoas! Ao cabo de um ano, quase 400 mil esperanças são extintas em todo o País. Nesses cálculos não estão incluídos os óbitos atribuídos a outras seqüelas da miséria, como a falta de asseio, a ausência de assistência médica, o abandono e as doenças infantis, que têm um campo fértil de disseminação entre tantos sub e desnutridos.

Esses números, vistos de relance, apressadamente, a princípio não dizem grande coisa. Mas tais óbitos representam, por exemplo, o total da população de países relativamente conhecidos da comunidade internacional, como o Bahrein (371 mil habitantes), o Djibuti (330 mil), Guiné-Equatorial (304 mil) e Islândia (238 mil). É como se num espaço de apenas 365 dias, todas essas pessoas de repente fossem dizimadas por alguma peste. Entre nós essa peste chama-se fome. O problema, como se vê, é sério e requer soluções urgentes e drásticas.

Com esses números (e muitos outros) nas mãos é que o presidente José Sarney pretende voltar seus olhos para a área social. Todavia, é indispensável que as medidas de socorro que ele pretende implantar, como a cesta básica de alimentos, o programa de distribuição de leite e outras providências do mesmo teor, venham acompanhadas de algo mais. De um permanente processo de instrução e promoção desses seres humanos. Que além de "se dar o peixe" para tantos famintos, se lhes "ensine a pescar". Que lhes sejam oferecidas condições de dignidade e de plena cidadania, com o acesso ao trabalho, à educação e à moradia decente. Até para que não se vicie uma parcela ponderável de toda a população a apenas aguardar, passiva, atitudes paternalistas das autoridades, principalmente porque elas têm direito a tal assistência.

A partir do próximo mês, o Programa de Suplementação Alimentar, coordenado pelo Ministério da Saúde, através do Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição, que conta com a participação do governo do Estado e é executado pelo município, chega à periferia de Campinas. Nessas áreas pobres e densamente povoadas, 22 mil pessoas, entre crianças, nutrizes e gestantes, desnutridas e às vezes famélicas, serão atingidas. A medida constará da distribuição de uma cesta básica, num total de 223 toneladas de alimentos, sendo 56 toneladas de arroz, 56 toneladas de feijão, 56 toneladas de açúcar e 31 toneladas de leite. O programa vai alcançar uma população, apenas em nossa cidade, equivalente até a de alguns países, como a dos principados de Mônaco (27.063 habitantes) e Liechtenstein (26.512) e a República de San Marino (22.206), todos na Europa.

É verdade que a medida é louvável, mas não deixa de ser insuficiente. E que não venham com essa desculpa de falta de dinheiro. Afinal, esses recursos abundaram no passado para aventuras estapafúrdias e irresponsáveis, do tipo Ferrovia do Aço, do programa nuclear e de outros assemelhados. Nós somos ou não somos uma sociedade nacional? É evidente que sim. Por essa razão, todos somos responsáveis por todos.

Já é hora de se parar com atitudes cínicas. De simplesmente ler este tipo de alerta, como o que estamos fazendo, fazer algum comentário apressado, do tipo "intelectual adora a miséria" e passar por alto, em paz com a própria consciência. É indispensável que aquele que tiver essa tentação atente que a cada 90 segundos um brasileirinho está morrendo de fome, enquanto muitas vezes nadamos no desperdício, imersos num estúpido egoísmo.

O saudoso presidente eleito Tancredo Neves, com a clarividência que Deus lhe deu, alertou, em seu discurso de vitória: "Temos de reconhecer e admitir, como objetivo básico de segurança nacional, a garantia de alimento, saúde, habitação, educação e transportes para todos os brasileiros". Afinal, não somos nenhum Congo e nem Bangladesh...

(Artigo publicado na página 2, Opinião, do Correio Popular, em 12 de janeiro de 1986)


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Dúvidas e mais dúvidas, mas nenhuma certeza

Pedro J. Bondaczuk

A vida de João Ramalho é impossível de ser relatada em forma de biografia, daquelas sérias e com credibilidade, mesmo que relativa, das baseadas em documentos e em testemunhos de contemporâneos. Há longos períodos de tempo em que não se sabe o que fez, com quem esteve, para onde foi ou deixou de ir, para dizer o mínimo. Isso, a começar pelos 19 anos que teria vivido em Portugal, antes de embarcar com destino ao Novo Mundo.

Quem foram os seus pais? Qual a razão de seu sobrenome ser diferente do da sua suposta família? Quando se casou com Catarina Fernandes, se é que se casou mesmo com ela? Como se vê, são informações imprescindíveis em qualquer biografia que se preze e que não dispomos. Quem se propuser a escrever sobre João Ramalho, portanto, tem que fazê-lo exatamente como eu me propus a fazer, no projeto a que já me referi, que conta com atraso de dezessete anos. Ou seja, em forma de ficção, de romance, preenchendo os vazios de referências mesmo que contraditórias com criatividade, com imaginação, com coisas que “poderiam” ter acontecido, mas que ninguém sabe e jamais saberá se aconteceram.

Para ser honesto com o leitor, todavia, o escritor que se dispuser a encarar esse desafio, tem a obrigação moral de esclarecer que não se trata de nenhuma biografia. Que o tal livro é de ficção, embora baseado “em fatos reais” (só alguns, óbvio). Ademais, quem recorrer a essa fórmula não estará sequer sendo original. Há muitos, pelo menos algumas dezenas de romances por aí com as mesmíssimas características. Algum dia ainda lhes apresentarei uma relação deles.

Mas voltando a João Ramalho, sabe-se que ele deixou Portugal em 1512, embarcado em um navio mercante, rumo às terras recém descobertas do que viria a ser algum dia o Brasil. E aqui surgem diversas novas dúvidas. Ele foi degredado, como asseguram algumas fontes, pelo fato de ser judeu e de se recusar a se converter à fé cristã? Se foi o caso, teve muita sorte. A Inquisição não costumava ser tão benevolente com seus infelizes réus. Em geral, estes eram intensamente interrogados, não raro torturados para confessar até o que não eram e não fizeram (pudera), e caso não convencessem os inquisidores ou se recusassem a se converter, poderiam ir parar  em fogueiras (o que era sumamente freqüente). Isso se resistissem às torturas e não morressem antes, claro. Por isso, não creio que tenha sido esse o motivo da partida de João Ramalho de Portugal.

Em meu romance, pretendo pintá-lo como um jovem irrequieto, ávido por aventuras, que se dispõe a seguir para o Novo Mundo em busca de fortuna fácil, como tantos outros aventureiros miseráveis do seu tempo. Creio que seja a versão mais verossímil. Ou, quem sabe, embora casado, o rapaz tenha se envolvido com outra mulher e despertado a ira dos pais dela? Pode ser! Não se pode descartar essa hipótese, que entendo, até, muito plausível. Afinal, João Ramalho deve ter sido uma figura fascinante, bem apessoada, imponente e encantadora, Np sentido de sedução, caso contrário não conseguiria, no Brasil, encantar tantas índias, a ponto de se casar com uma delas (e justo a filha de um cacique) e de gerar três centenas de filhos com tantas outras. Haja potência para tanto! O cara devia ser um garanhão de marca, um reprodutor como raros. Desconheço, na História, e não somente do País, outro personagem com tamanho apetite sexual e tanta fecundidade. Nem os sultões de narrativas como as “Mil e uma noites” foram páreos para esse ousado (e sortudo) português.

Definido esse ponto, sobre o motivo de João Ramalho ter deixado Portugal, supondo ser correto o fato disso se dever a ânsia por aventuras, surgem muitos outros “furos” nessa pretendida narrativa. O primeiro, logo de cara, é o que trata da duração de sua viagem. Os historiadores citam (e nisso são unânimes) que o navio em que o rapaz viajava naufragou na costa de onde seria mais tarde a Capitania de São Vicente, em 1513. Sabe-se, porém, que o trajeto entre Portugal e o Brasil, mesmo com a precariedade dos navios de então, não durava tanto, ou seja, um ano. A duração máxima, pelo que se depreende de pesquisas, era de dois meses, e isso enfrentando as piores condições, como calmarias e brutais tempestades, por exemplo. Onde a embarcação de João Ramalho esteve nos outros dez meses, se é que esteve? Isso, historiador algum jamais se aventurou nem mesmo a especular.

Outro grande hiato (e esse longuíssimo, dos mesmos 19 anos que o aventureiro tinha ao deixar Portugal) se refere ao período posterior a 1513 (supondo ser este, de fato, o ano do naufrágio da embarcação) e 1532, quando recepcionou Martim Afonso de Souza, que havia recém assumido a tarefa de colonização do Brasil. O que fez nesse tempo? Onde esteve? Como e com quem viveu? Mistério. Insondável mistério. É outro ponto a ser preenchido por um hábil romancista com peripécias mil, com tudo o que conseguir imaginar. Sobre esse aludido encontro entre a autoridade da Coroa e o estranho aventureiro, Raimundo Menezes assim se refere a ele, em seu livro “Aconteceu no velho São Paulo” (Coleção Saraiva, 1964): “Quando Martim Afonso de Souza aportou em São Vicente, pela altura de 1532, foi recebido, para sua surpresa, por dois patrícios, que aqui se encontravam já a longo tempo: Antonio Rodrigues e João Ramalho”.

Como se vê, embora seja impossível escrever uma biografia minimamente exata, que mereça esse nome, sobre esse estranhíssimo personagem da História do Brasil, se pode escrever muita coisa a seu propósito, no mínimo para um extensíssimo livro de ensaios, mesmo que se trate de registrar, somente, dúvidas despertadas pelas versões que circulam sobre ele. Imaginem que big romance tudo isso pode originar!

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Wednesday, July 30, 2014

O cinema pode ser ótimo coadjuvante da literatura, mas jamais seu substituto. Filmes baseados em livros famosos auxiliam muito, por exemplo, no entendimento do enredo de determinado romance ou novela, mas têm o defeito de omitir as reflexões do autor, feitas, geralmente, à margem do desenrolar da história, quando da descrição de personagens e/ou cenários. E aí é que está a essência da obra literária, embora o leigo nem desconfie que assim seja. Quando me refiro a cinema, claro, pressuponho o de qualidade, não o chamado “trash”, mal-feito técnica e conceitualmente, que esbanja violência e sexo. O mesmo vale para literatura. Um bom filme valoriza um livro apenas mediano e o oposto também é verdadeiro. Ou seja, um mau, arrebenta com a obra até de um Balzac, um Eça de Queiroz ou um Machado de Assis, entre tantos. A escritora portuguesa Agustina Bessa-Luís – grande nome das letras de Portugal na atualidade, ganhadora do Prêmio Camões de 2004 – abordou a relação dessas duas artes, em entrevista publicada em 18 de junho de 2000, no caderno “Mais!”, do jornal Folha de S. Paulo, e constatou: “O cinema é uma forma de respirar da literatura. Bergman queria ser escritor, mas a linguagem literária é outra. A linguagem cinematográfica é puramente emotiva e mais sintética. Mostra, mas não demonstra, ilumina, mas não informa”. São, como afirmei, artes complementares, mas não exclusivas.


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Informação é a “vacina”


Pedro J. Bondaczuk


A melhor arma para se combater a propagação da mortal Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, a conhecida Aids, ainda é a informação: correta, exata, sem subterfúgios ou preconceitos. É a exposição franca sobre o que é a doença e quais são as formas de prevenir o contágio.

Campanhas na imprensa precisam ser contínuas e competentemente postas em prática, pois a pandemia, que afeta, praticamente, o mundo inteiro, evolui de forma assustadora no Brasil. Atualmente, o nosso país é o quarto do Planeta em número de registros comprovados da moléstia.

E o diretor da Divisão de Aids do Ministério da Saúde, Eduardo Cortes, alertou que teremos, até 1995, entre 100 mil e 150 mil pessoas doentes, condenadas, irremediavelmente, a uma vida de sofrimentos, já que o mal é incurável, posto que controlável mediante coquetel de medicamentos.

Além de tudo, apesar dos esforços e dos investimentos feitos em todas as partes, nenhuma vacina ainda foi desenvolvida para evitar o contágio. O caminho existente, portanto, é somente o da prevenção. Cortes ressaltou que o Brasil “perdeu a oportunidade de controlar a doença há cinco anos, quando eram reduzidos os casos”.

Não se investiu o quanto deveria para a conscientização da população e para que se procedesse ao meticuloso exame do sangue usado em transfusões. As conseqüências dessa omissão são, evidentemente, funestas, para não dizer trágicas.

Um dos adversários do controle eficaz da Aids, em todo o mundo, é o preconceito que cerca esse mal. Os soropositivos têm sido postos de lado, como se um simples aperto de mão seus ou a simples presença deles no mesmo recinto sejam suficientes para contagiar alguém. Evidentemente, não são.

Isto torna-se mais perigoso pelo fato de levar os doentes a esconderem o mal e aí sim serem um perigo para a comunidade , através de contatos sexuais, já que a ocorrência da moléstia em mulheres e heterossexuais vem se dando numa taxa 50% maior até do que entre os grupos de risco tradicionais.

Cortes prometeu que o Ministério da Saúde vai promover, agora, uma campanha contínua contra a Aids, e não mais esporádica, como se verificou nos últimos tempos. Assinalou que ela não irá se restringir à divulgação de como o vírus é transmitido, mas dará ênfase às conseqüências sociais, econômicas e políticas da epidemia para o País.

Há quem encare, ainda, a doença com pouco caso. Muitos sequer querem ouvir falar dela, mesmo não conhecendo nada a seu respeito, confiantes de que não correm nenhum perigo de contágio quando, em virtude do seu desconhecimento, são os que têm os riscos maiores. É indispensável que a Aids não seja nem subestimada e nem superestimada, para não despertar o pânico, o maior inimigo das soluções inteligentes.     

(Artigo publicado na página 2, Opinião, do Correio Popular, em 30 de agosto de 1990)

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Pivô da colonização portuguesa

Pedro J. Bondaczuk

O aventureiro português, João Ramalho, desperta imediata e fulminante curiosidade de quem, pela primeira vez, ouve falar a seu respeito, ou lê referências sobre suas ações, que soam a lendas, tão inverossímeis que parecem. Aliás, é impossível determinar o quanto do que se menciona sobre ele é realidade e o quanto é mera ficção. Desconfio que, se não a totalidade, pelo menos mais da metade das referências são frutos exclusivos da imaginação. Advirto-o, caríssimo leitor, que estas considerações não são e nem se propõem a ser uma biografia. Não disponho (e ninguém dispõe) de dados confiáveis para biografar essa figura singular.

Há quem trate João Ramalho como bandeirante, contudo entendo que essa caracterização é equivocada. O que não se pode negar, no entanto, é sua contribuição (decisiva), por exemplo, para o início da colonização do Brasil, notadamente de São Vicente, como “braço direito” de Martim Afonso de Souza, enviado pela Coroa Portuguesa com essa missão específica (pode-se dizer que foi o pivô desse processo, impedindo que os índios arrasassem os primitivos núcleos colonizadores)

Mas João Ramalho, também, foi peça fundamental para a consolidação do nascente vilarejo de São Paulo de Piratininga, ameaçado de destruição por diversas tribos ferozes, inimigas dos portugueses, dos jesuítas e, principalmente, dos seus costumes e crenças, tão diferentes dos seus. O aventureiro português, seus filhos e os silvícolas que comandava combateram sem tréguas essas hordas ameaçadoras. Não fez isso, porém, de graça. Levou vantagens pessoais, e muitas. Afinal, escravizou, vendeu como escravos e até devorou esses inimigos, pois consta que era antropófago. E, se não era, fazia vistas grossas à antropofagia, que considerava prática “natural”. O padre José de Anchieta, em uma de suas tantas cartas, refere-se a isso. Claro que o faz, em tom de horror. Atribui tais práticas que o horrorizavam não diretamente a João Ramalho, mas aos seus filhos mamelucos. Este ponto, portanto, está devidamente documentado.

E não foi somente na colonização de São Vicente e na defesa tanto desse núcleo colonial, quanto de São Paulo de Piratininga, que João Ramalho se destacou. Fundou – consta que apenas com filhos e netos, o que considero exagero – duas cidades: Santo André da Borda do Campo e Taubaté. Seu relacionamento com os jesuítas foi ambíguo e, em inúmeras ocasiões, abertamente conflituoso. Tanto que chegou a ser excomungado, em decorrência não apenas dos seus costumes selvagens, considerados “demoníacos”, pelos sacerdotes, mas por influenciar diretamente muitos índios já catequizados, para que retornassem aos seus costumes originais e abandonassem de vez a doutrina alienígena que lhes era imposta pelos europeus. José de Anchieta, em suas cartas, menciona a destruição, por parte de João Ramalho e dos silvícolas sob seu comando, de várias capelas.

Sobre a excomunhão, o escritor Raimundo de Menezes assim se refere a ela, em seu excelente livro “Aconteceu no velho São Paulo” (Coleção Saraiva, 1964): “No ano de 1553, Santo André da Borda do Campo viveu o ponto mais alto de sua vida florescente. Então surgiram os primeiros jesuítas: Manuel da Nóbrega e Leonardo Nunes. O segundo ficou horrorizado com o que presenciava: a mancebia dos portugueses com as índias e o cativeiro dos índios. Aquilo lhe pareceu pior que Sodoma e Gomorra. E não teve dúvidas em excomungar João Ramalho. Este achou ruim. E começou a luta, uma luta de vida e morte”.

O curioso é que, em dado momento, o polêmico aventureiro parece ter se arrependido de tudo o que fez, principalmente de sua oposição à doutrina católica. Tanto que se casou com a índia Bartira, com a qual estaria amancebado há praticamente quarenta anos, convertida ao cristianismo e que recebeu um nome cristão, após a conversão: Isabel Dias. O mesmo ocorreu com o sogro, o cacique Tibiriçá, batizado com o nome de Martim Afonso Tibiriçá (nome este em óbvia homenagem ao português responsável pelo início da colonização do Brasil). Os restos mortais desse chefe indígena estão sepultados na cripta da Catedral de São Paulo, na Praça da Sé.

A propósito da conversão de João Ramalho (ou de sua conciliação com a Igreja), é reveladora uma carta do padre Manoel da Nóbrega aos superiores da ordem, datada de 31 de agosto de 1553, endereçada do sertão de São Vicente, em que o jesuíta escreve, em certo trecho: “João Ramalho é muito conhecido e venerado entre os gentios e tem filhas casadas com os principais homens desta capitania e todos estes filhos são de uma índia, filha dos maiores e mais principais desta terra. De maneira que nele, nela e em seus filhos esperamos ter grande meio para a conversão dos gentios (...) Se o Núncio tiver poder, hajam dele dispensa particular para este mesmo João Ramalho poder casar não obstante tivesse conhecido outra irmã ou quaisquer outras parentas dela”. Consta que o aventureiro português não se restringiu a manter relações sexuais com as mulheres citadas, mas copulou com centenas de índias, que lhe teriam gerado cerca de três centenas de filhos (há quem diga que foram muitos mais).

O importante a ressaltar é que esta diplomática intercessão de Manoel da Nóbrega foi decisiva para a revogação da excomunhão do aventureiro, que passaria a ser, a partir de então, de acérrimo e implacável adversário (na verdade, inimigo) dos jesuítas, em leal e providencial defensor deles e de sua causa. Essa inesperada conciliação contou com a providencial e decisiva ajuda de Mbicy (conhecida, também, como Bartira, Burtira ou Isabel Dias). Mas... esta é uma história que fica para uma outra vez.


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Tuesday, July 29, 2014

Os “intelectuais” hoje em dia (salvo, claro, honrosas exceções), despendem seu tempo para longas e intermináveis viagens ao redor do próprio umbigo, inconscientes do seu papel social, julgando-se não apenas o centro do mundo, mas do próprio universo. Deixaram morrer as utopias sem que colocassem nada de melhor em seu lugar. São arrogantes, ranzinzas, prepotentes e sumamente egoístas e, sobretudo, narcisistas, de um narcisismo doentio e ridículo. Apostam não somente no pessimismo (que chamam de “realismo” e têm o desplante de classificar quem não pensa como eles de “alienados), mas, sobretudo, no derrotismo. São os arautos da catástrofe. Tanto que hoje em dia as utopias (que na verdade, embora fantasiosas, eram metas postas diante da humanidade, ousadas é verdade, mas que, se atingidas, mesmo que parcialmente, fariam do mundo um lugar decente para se viver) pelas distopias. Ou seja, pelo caos, pela paranóia, pela catástrofe, pelo fracasso, por um inferno criado pelo homem, que é muito pior do que aquele imaginado pelas religiões. Os intelectuais chegaram à sua privilegiada condição não apenas por esforço próprio. São fruto do sacrifício de milhares, de milhões de pessoas humildes, que contribuíram com seus esforços para que chegassem a esse patamar. É justo exigir-lhes, portanto, a contrapartida, que não dão. E se não a derem (como não estão dando), estarão cometendo o crime dos crimes: o da omissão.


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Camaradagem entre superpotências



Pedro J. Bondaczuk


O clima de distensão entre as superpotências, erigido laboriosamente em três reuniões de cúpula entre o presidente norte-americano, Ronald Reagan, e o líder soviético, Mikhail Gorbachev, vem se mantendo intacto, e até se ampliando, a despeito das desavenças existentes nas negociações de Genebra, sobre um acordo para a redução em 50% dos mísseis ofensivos de longa distância dos Estados Unidos e da URSS.

Isto ficou bastante evidenciado, ontem, no encerramento da visita do secretário de Estado, George Shultz, a Moscou. O encontro desse funcionário com o dirigente do Cremlin foi marcado por amabilidades e até por algumas brincadeiras, como que a refletir uma certa “camaradagem” desenvolvida entre ambos, impossível de se prever há ainda pouco tempo.

O chefe da diplomacia norte-americana, por outro lado, saiu de vários encontros que manteve com as autoridades russas mais convencido do que nunca de que a retirada do Afeganistão é algo iminente. Se ela de fato acontecer, com certeza a confiança mútua entre os líderes das superpotências tende a crescer bastante, facilitando, destarte, a solução de inúmeros outros problemas pendentes no mundo, como as guerras civis de Angola, do Camboja, da América Central, da Etiópia e de tantos outros recantos miseráveis, onde povos sofredores pagam um preço muito alto pelo conflito ideológico entre Leste e Oeste.

Em raras ocasiões foi possível sentir tamanho otimismo nas declarações de algum secretário de Estado dos Estados Unidos, de regresso de Moscou, como o expressado por Shultz, em sua entrevista coletiva de ontem. Esse clima favorável, com toda certeza, deverá se refletir em todas as partes onde os dois gigantes mundiais têm interesses.

Ou seja, virtualmente, em todo o Planeta. Os “refuseniks” soviéticos, por exemplo, serão os beneficiários mais imediatos, recebendo maior quantidade de vistos para irem para Israel. A própria população da URSS vai se beneficiar, mediante um respeito maior às suas liberdades individuais e aos seus direitos humanos por parte das autoridades.

Oxalá nenhum incidente banal, desses que costumam acontecer ao acaso ou ser provocados pelos que vêem apenas no confronto o único caminho para as superpotências, não venha a arruinar um laborioso trabalho diplomático, desenvolvido nos últimos três anos. Que a pequenina abertura para a paz existente agora seja ampliada, até se tornar uma estrada ampla, por onde toda a humanidade possa trafegar.

(Artigo publicado na página 12, Internacional, do Correio Popular, em 23 de fevereiro de 1988).


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Versões e contradições sobre a origem

Pedro J. Bondaczuk

O aventureiro João Ramalho é, certamente, uma das figuras mais enigmáticas, misteriosas e controvertidas da História do Brasil, sobretudo da região que viria a se transformar no atual Estado de São Paulo. Certeza, mas certeza mesmo, sobre sua origem e sobre como veio parar nas terras recém-descobertas por Pedro Álvares Cabral, que viriam a se transformar no Brasil contemporâneo, creio que ninguém a tem. São várias as versões a propósito de quem foi, de onde veio e por que, entre tantas outras circunstâncias da sua vida. Num ponto, todos os historiadores concordam. É quanto ao local de nascimento. João Ramalho nasceu na cidadezinha portuguesa de Vouzela, na região do Viseu, em Beira Alta, filho de João Vieira Maldonado e de Catarina Alfonso de Balbode.

Quanto à data exata de nascimento, não se sabe com certeza. A maioria das fontes cita, apenas, o ano: 1493. Um ano, portanto, depois que o genovês Cristóvão Colombo pisou pela primeira vez em terras que viriam a ser conhecidas como América – em homenagem ao seu navegador Américo Vespúcio – o que, até hoje, causa estranheza. Por que não chamar os territórios do Novo Mundo de Columbia, ou Colômbia, ou Cristovia, ou algo que o valha, em homenagem ao verdadeiro descobridor? Há muitas teorias a respeito, mas nenhuma convincente. Mas, voltemos a João Ramalho, que é quem nos interessa.

Algumas fontes citam que ele foi casado em Portugal com uma tal de Catarina Fernandes. Informam que dessa esposa nunca mais ouviu falar, desde que Ramalho deixou a terra natal, em 1512. Não se mencionam filhos portugueses, o que conduz à dedução que não os teve em Portugal. Essas informações, todavia, suscitam muitas dúvidas, que se somam às referentes aos motivos que o levaram a deixar para sempre a terra natal. Se João Ramalho de fato desposou a citada mulher, deve tê-lo feito quando muito jovem, adolescente, quase menino. É fácil chegar a essa conclusão. Se ele partiu, embarcado como marinheiro, em um navio mercante, em 1512 e se nasceu em 1493, estaria na oportunidade da saída do país com 19 anos de idade. Supondo que tenha vivido algum tempo com a esposa, é possível que tenha se casado (se é que se casou mesmo) por volta dos dezesseis ou, no máximo, dezessete anos.

Tenho, todavia, minhas dúvidas sobre as citadas datas. É possível que os historiadores tenham chegado a essa conclusão face ao registro dos jesuítas referente à ocasião da morte de João Ramalho. O aventureiro teria morrido em 1580 (e novamente não se menciona dia e nem mês) aos 87 anos. Provavelmente, foi ele mesmo quem informou a idade que teria. Mas seria essa mesmo? Será que um sujeito bronco, inculto, selvagem, totalmente analfabeto tinha tirocínio para saber pelo menos quantos anos, de fato, tinha? Se preocupava com isso em plena selva? É plausível que um sujeito que levou vida tão rústica e primitiva, totalmente sem recursos sanitários e médicos, enfrentando tantas guerras e privações, tenha vivido tanto tempo? Não acredito! Para mim, é absolutamente inverossímil.

Mas quem, de fato, foi esse polêmico e misterioso João Ramalho? Raimundo de Menezes, em seu livro “Aconteceu na velha São Paulo” (Coleção Saraiva, 1964) especulou a respeito. E manifestou as mesmas dúvidas que vários historiadores antes e depois dele sempre tiveram e ainda têm e que são, igualmente, as minhas. Escreveu sobre nosso personagem: “Judeu degredado para uns, simples náufrago casual, para outros; precursor de Colombo na América, segundo  frei Gaspar da Madre de Deus; filho da Casa Real, no dizer de Pedro Taques (...) na opinião de Cândido Mendes, boçal e rude analfabeto; personagem pelo menos iniciado nos rudimentos da Cabala, para Horácio de Carvalho...” Afinal, quem foi esse João Ramalho?

Que seu navio naufragou na costa da futura Capitania de São Vicente, em meados de 1513, não há dúvidas. O que se questiona é a razão dele ter saído de Portugal. Foi expulso de lá por ser judeu que se recusava a se converter, ameaçado pela Inquisição? Ou foi mais um de centenas de jovens portugueses da época que resolveu deixar tudo para trás em busca de aventuras e de fortuna fácil? Isso nunca foi esclarecido. Os que especulam sobre sua suposta origem judia citam que na sua assinatura (depois de alfabetizado pelos jesuítas) João Ramalho teria passado a utilizar a letra hebraica “kaf”. Ora, ora, ora. O que isso prova (caso tenha usado mesmo)? Nada! Absolutamente nada.

Outra versão que me parece fantasiosa (ou, pelo menos, soa ilógica) é a afirmação do frei Gaspar da Madre de Deus de que ele seria “um dos primeiros europeus a pisar em terras da América”. Ora, se João Ramalho nasceu em 1493 (no que nenhuma fonte diverge) e naufragou nas costas de São Vicente em 1513, quando ele pisou em solo paulista já haviam se passado vinte e um anos depois que Colombo e seus tripulantes haviam desembarcado em solo do Caribe, um ano antes, inclusive, do aventureiro português ter sequer nascido. Outra especulação que me parece ridícula é a de que ele poderia ser membro da família real. Mesmo que se tratasse de filho bastardo de algum membro da realeza, dificilmente teria nascido na localidade obscura em que nasceu, mas sim em Lisboa ou arredores, para dizer o mínimo. Tudo o que comentei, porém, é apenas introdução sobre a vida e as peripécias desse personagem talhado para “estrelar” um bom e inesquecível romance, como pretendo detalhar na sequência.


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Monday, July 28, 2014

Que bom seria se, ao chegarmos a uma idade avançada, pudéssemos contemplar a vida com o olhar da criança que um dia fomos: com inocência, esperança e assombro (positivo, claro). Evitaríamos inúmeros sofrimentos causados por uma visão distorcida que adquirimos das coisas, pessoas e, sobretudo, desta aventura magnífica, mágica e talvez única. Carregamos nossa memória com “quinquilharias”, dogmas que não se sustentam, filosofias caducas e ambições inconseqüentes. Alguns, deixam de lado aquela veneração natural que tinham pela vida e há, até, os que por uma razão ou outra, tentam abreviá-la, quando não suprimi-la liminarmente. Podemos manter essa visão até o último dos nossos dias, basta querer. Para isso, é indispensável cultivar um sadio e lógico senso de proporções. O poeta Mauro Sampaio escreveu, a propósito, no poema “Aspiração”:

“Vida! Como seria bom fincar meus joelhos na terra
e contemplar-te com os olhos do menino
que um dia fugiu de mim”.


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Presente do Dia dos Pais

Dê ao seu amigão o melhor dos presentes neste Dia dos Pais: presenteie com livros. Dessa forma, você será lembrado não apenas nessa data. Mas em todos ops dias do ano, por anos e anos a fio.

Livros que recomendo:

“Balbúrdia Literária” José Paulo Lanyi – Contato: jplanyi@gmail.com
“A Passagem dos Cometas” – Edir Araújo – Contato: edir-araujo@hotmail.com
“Aprendizagem pelo Avesso”Quinita Ribeiro Sampaio – Contato: ponteseditores@ponteseditores.com.br
“Um dia como outro qualquer” – Fernando Yanmar Narciso.

Com o que presentear:

Cronos e Narciso (crônicas, Editora Barauna, 110 páginas) – “Nessa época do eterno presente, em que tudo é reduzido à exaustão dos momentos, este livro de Pedro J. Bondaczuk reaviva a fome de transcendência! (Nei Duclós, escritor e jornalista).Preço: R$ 23,90.

Lance fatal (contos, Editora Barauna, 73 páginas) – Um lance, uma única e solitária jogada, pode decidir uma partida e até um campeonato, uma Copa do Mundo. Assim como no jogo – seja de futebol ou de qualquer outro esporte – uma determinada ação, dependendo das circunstâncias, decide uma vida. Esta é a mensagem implícita nos quatro instigantes contos de Pedro J. Bondaczuk neste pequeno grande livro.Preço: R$ 20,90.

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