Friday, October 31, 2014

Embora a arte seja subjetiva e a ciência se caracterize pela objetividade, muitos cientistas exerceram, simultaneamente, a função de pesquisadores científicos e de escritores. Isaac Asimov foi um deles. Carl Sagan foi outro. Isso sem falar de Leonardo da Vinci, genial em ambas as disciplinas. E até Albert Einstein, o criador da Teoria da Relatividade, aventurou-se no campo das letras. Escreveu o memorável e precioso livro, “Como vejo o mundo”, em que demonstrou inegável talento de escritor. Paulo Mendes Campos escreveu, a respeito dessas duas disciplinas, na crônica “Palavras e frases”: “Ciência: brinquedo dos homens graves; arte: ciência dos homens crianças”. Concordo com o escritor mineiro, mas somente em parte. Ele dá a entender que essas duas formas de expressão do espírito são excludentes. Não são. São complementares. Prefiro a observação feita pelo filósofo norte-americano Will Durant, em seu clássico “Filosofia da Vida”, em que constata: “Arte sem ciência é pobreza, mas ciência sem arte é barbárie”.


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Presente de Natal

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Totalitarismo castra a criatividade


Pedro J. Bondaczuk



O Estado totalitário, desde quando surgiu a primeira e mais remota das civilizações, sempre exerceu uma influência nefasta sobre as mentes criativas. Os períodos em que as artes mais sofreram foram exatamente aqueles em que tiranos insensíveis e muitas vezes corruptos (quando não completamente loucos) reinaram com mão de ferro. Vaidosos ao extremo, esses monarcas acostumaram-se a premiar pessoas medíocres que exercessem com maestria a condenável atividade da bajulação.

Em contrapartida, puniam severamente, com banimentos, com o cárcere, quando não com a morte, os que ousassem expressar os sentimentos do povo escravizado, dando voz ao seu sofrimento e à sua repulsa. Ainda hoje os "ideologismos" inconseqüentes e fracassados seguem exercendo sua ação funesta sobre os gênios criativos. Todavia, para a felicidade da espécie humana, embora os Estados opressores consigam sufocar magníficas manifestações de criatividade, não possuem o condão de extingui-las.

A arte verdadeira, genuína, descomprometida, aquela que nasce espontânea na alma da gente simples, sobrevive a regimes, sistemas, tiranos, ditadores e Estados policiais. A maior prova disso foi dada ultimamente por um poeta. Trata-se de um checo, virtualmente desconhecido no Ocidente, mas que em seu país foi alçado à categoria de "o mais querido da população". Ele é Jaroslav Seifert, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1984, que ontem deixou a humanidade um pouco mais pobre, ao cumprir a sua trajetória neste mundo. Não apenas a Checoslováquia, mas sobretudo todos nós, perdemos um pouco com a morte desse sonhador, num mundo onde sobram os violentos e minguam os seres sensíveis e ternos.

A carreira de Seifert foi toda ela marcada pela política, embora ele jamais desejasse se envolver nesse tipo de questão. Homem corajoso e dinâmico, e sobretudo um patriota, não conseguiu se calar diante dos que enxovalharam a sua pátria, permitindo que ela fosse vítima de uma humilhante ocupação estrangeira.

Ao contrário dos poderosos de plantão, que dobraram a espinha diante do dominador, apenas para não perderem mesquinhos privilégios, ele denunciou acidamente, com toda a veemência dos seus versos, os crimes que foram cometidos no país em nome da sagrada palavra "liberdade". Pagou caro por isso, é evidente, tendo inúmeras portas fechadas e sendo transformado, da noite para o dia, de um poeta nacional, em um "decadente", pela estúpida máquina burocrática estalinista, como se ela tivesse esse poder e enxergasse um palmo na frente do nariz.

Mas quem é de fato competente, sempre, um dia, aparece. Aquele que possui méritos, por mais que seus adversários gratuitos tentem desmerecer seu talento, apenas conseguirão, na verdade, realçá-lo. Embora pouca coisa de Seifert tenha chegado ao Ocidente, e assim mesmo, por uma barreira insuperável de língua, com menos força do que no seu idioma original, é possível de se detectar uma sensibilidade, um vigor e uma autenticidade notáveis em cada verso, em cada estrofe e em cada poema seu. Em seu ritmo plangente, fica desnuda, a quem souber apreciar, a carinhosa alma eslava, etnia que tantos gênios forneceu à humanidade.

Muita gente estranha que a literatura russa, e por extensão a de todo o Leste da Europa, que revelou escritores fabulosos como Gogol, Puchkin, Tolstói e Dostoievski (para citar apenas alguns), quase não tenha revelado grandes nomes nestes quase 70 anos de comunismo. Talvez o dissidente Zamyatine tenha a resposta certa para isso, quando afirma: "Se se espera do escritor que ele seja um crente real e fiel, se não lhe permitem ironizar como Swift, ou rir de tudo como Anatole France...receio que a literatura russa só terá um futuro: o passado".

O mesmo se aplica a todo Estado totalitário que pretenda transformar a atividade intelectual num mero instrumento de difusão ideológica. Apesar disso, milhares de poetas, contistas, romancistas, pintores, escultores e cultores de todas as outras artes, certamente terão o destino de Jaroslav Seifert. Serão párias para os poderosos. Mas viverão eternamente no coração dos seus povos. E no final das contas, é isso o que realmente importa.

(Artigo publicado na página 9, Internacional, do Correio Popular, em 11 de janeiro de 1986)


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Muito talento e pouco juízo

Pedro J. Bondaczuk

O poeta Torquato Neto é dessas figuras, digamos, “diferentes”, exóticas mesmo, no que diz respeito a comportamento. Mas com um talento imenso, indimensionável, genial, talvez inigualável. Viveu pouco, muito pouco, pouquíssimo, apenas 28 anos. Morreu, todavia, não em conseqüência de alguma doença incurável ou mesmo por causa de algum acidente, desses que ceifam, volta e meia, jovens promissores, em plena flor da idade. Optou por dar cabo da vida, cometendo suicídio, para pasmo e lamentação de todos os que o conheciam e que lhe prognosticavam um futuro brilhante, em que “o céu seria o limite”. Lembro-me quando a imprensa noticiou sua morte, embora sem enfatizar a causa, já que o tipo de ato que perpetrou é uma espécie de tabu nas redações.

Vamos por partes. Torquato Pereira de Araujo Neto nasceu em Teresina, Piauí, em 9 de novembro de 1944. Completaria, portanto, no final do corrente ano, setenta anos de idade. Completaria... mas... Além de poeta, foi jornalista, letrista de música popular, ator e o escambau. Em termos de arte e de comunicação, fez um, pouco de tudo. Foi, sobretudo, expoente da contracultura brasileira em fins dos anos 60 e início dos 70, em uma época muito dura para todos nós, por causa da ditadura militar. Destacou-se em tudo o que fez. Na poesia, por exemplo, não se limitou a compor, mas fez dessa arte estilo de vida. A esse propósito, escreveu: “Escute, meu chapa, um poeta não se faz com versos. E o risco é estar sempre a perigo, sem medo. É inventar o perigo e estar sempre recriando dificuldades pelo menos maiores. É destruir a linguagem e explodir com ela. Quem não se arrisca, não pode berrar”. E Torquato se arriscou. E muito...

Filho do defensor público Hélio da Rocha Nunes e da professora primária de Teresina, Maria Salomé Nunes, o genial (e genioso) adolescente mudou-se, aos 16 anos, para Salvador, onde fez amizades que durariam pelo resto de sua (curta) vida. Estudou, por exemplo, no Colégio Nossa Senhora da Vitória com Gilberto Gil, um dos seus parceiros preferenciais na MPB. Estreitou relações com Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia, com os quais também trabalhou, além de atuar como assistente de ninguém menos do que Glauber Rocha, no filme “Barravento”. Não tardou para que Salvador se tornasse muito pequena para seu talento e suas ambições. Assim, aos 18 anos de idade, em 1962, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde viria a se consagrar, a se decepcionar da arte, dos amigos e de tudo e a dar cabo da vida.

Na Cidade Maravilhosa, sua intenção era a de cursar Jornalismo. Nunca chegou a se formar, mesmo tendo trabalhado em grandes jornais cariocas, como Correio da Manhã, Jornal dos Sports e Última Hora. Neste último, assinou uma coluna que ficou muito famosa, intitulada “Geléia geral”, em que comentava de tudo o que se referisse a arte de vanguarda, quer Literatura, quer cinema, música, artes plásticas e comportamento. É considerado, com justiça, como um dos mentores do “Tropicalismo”, movimento do qual escreveu uma espécie de “Breviário”. Como letrista, foi parceiro dos maiores astros da MPB da época, em composições hoje consideradas como “clássicos”, como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Luís Melodia, Jards Macalé, João Bosco, Sérgio Britto, Edu Lobo, Nonato Buzar, Geraldo Azevedo, Geraldo Vandré, Capinam e Roberto Menescal, entre tantos outros. Cataloguei pelo menos 45 composições de sua autoria de enorme sucesso.

Como um sujeito tão criativo e aparentemente lúcido pôde ter a péssima idéia de dar cabo da vida? Não creio que haja justificativas minimamente lógicas. É verdade que o ambiente sombrio, diria “claustrofóbico” do País, naqueles “anos de chumbo”, muito contribuiu para isso. Após a edição do famigerado AI5, por exemplo, oportunidade em que seus amigos Gilberto Gil e Caetano Veloso chegaram a ser exilados, Torquato decidiu “respirar” outros ares menos pestilentos. Viajou pela Europa e Estados Unidos e chegou a residir, por pouco tempo, em Londres. Ao regressar ao Rio, o ambiente não havia melhorado. Pelo contrário. Além disso, o jovem poeta viu-se às voltas  com o alcoolismo, do qual não conseguiu se livrar. Rompeu muitas e antigas amizades, por motivos banais e não raro sem causa alguma. Torquato Neto cometeu suicídio um dia após completar 28 anos, ou seja, em 10 de novembro de 1972.

Fez a bobagem após regressar de uma festa. Chegou tarde em casa, andando de mansinho para não despertar a esposa e o filho Thiago, de dois anos. Dirigiu-se para o banheiro, abriu o registro de gás do chuveiro e... partiu para o desconhecido. Deixou, como todo suicida, um bilhete de despedida, nos seguintes termos: "FICO. Não consigo acompanhar a marcha do progresso de minha mulher ou sou uma grande múmia que só pensa em múmias mesmo vivas e lindas feito a minha mulher na sua louca disparada para o progresso. Tenho saudades como os cariocas do tempo em que eu me sentia e achava que era um guia de cegos. Depois começaram a ver e enquanto me contorcia de dores o cacho de banana caía. De modo que FICO sossegado por aqui mesmo enquanto dure. Ana é uma SANTA de véu e grinalda com um palhaço empacotado ao lado. Não acredito em amor de múmias e é por isso que eu FICO e vou ficando por causa de este amor. Pra mim chega! Vocês aí, peço o favor de não sacudirem demais o Thiago. Ele pode acordar".  A pessoa que Torquato não queria que “sacudissem demais” era seu filho. Thiago de Araújo Nunes viria a se tornar piloto de uma companhia aérea brasileira de grande prestígio. Não sei dizer se ainda continua na ativa. Presumo que já tenha se aposentado.

A quem quiser conhecer mais sobre a vida e a obra de Torquato Neto, recomendo que compre uma das tantas biografias escritas a seu respeito. Há algumas muito boas e completas. Se me pedissem, todavia, uma definição bastante sucinta sobre essa personalidade da nossa contracultura, expoente e um dos criadores do Tropicalismo, eu diria, sem fugir ao respeito, simplesmente: “Foi um gênio de talento incomensurável, mas de pouco ou nenhum juízo”. Imagino o quanto mais ele poderia ter feito por nossa arte e cultura se estivesse vivo e prestes a completar setenta anos de vida. Mas...


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Thursday, October 30, 2014

O escritor (e, ademais, qualquer artista ou profissional) precisa ser organizado, se quiser escrever algo que realmente seja valioso e o sobreviva. As idéias que expõe precisam, por exemplo, ter começo, meio e fim, para serem coerentes e, portanto, inteligíveis. Várias não têm. Muitos talentos são desperdiçados por falta de organização. Esse deve ser o ponto de partida para os que se sintam vocacionados para a atividade e pretendam escrever algo que preste. Theodore Adorno constatou a propósito: “O escritor organiza-se no seu texto como em sua casa. Comporta-se nos seus pensamentos como faz com seus papéis, livros, lápis, tapetes, que leva de um quarto para o outro, produzindo uma certa desordem. Para ele, tornam-se peças de mobiliário em que se acomoda, com gosto ou desprazer. Acaricia-os com delicadeza, serve-se deles, revira-os, muda-os de lugar, desfá-los”. Só o talento não basta para garantir o sucesso de quem quer que seja.


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Presente de Natal

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Hospitalidade penalizada


Pedro J. Bondaczuk


Os acampamentos palestinos de Beirute, especialmente os de Sabra e Chatila, estão próximos de reviver o drama e o horror do massacre acontecido em 1982, perpetrado por milicianos cristãos do Sul do Líbano, após a saída israelense da capital libanesa.

Só que desta vez, eles não estão indefesos. Ao contrário, vêm resistindo, com armas nas mãos, ao assédio, que já dura três dias, dos xiitas da milícia Amal. E os atacantes, embora tenham conquistado pontos estratégicos desses dois campos de refugiados, e de um terceiro, o de Bourj Barajne, perderam mais homens do que os que estão virtualmente sitiados.

Um dia, quando a paz for restabelecida no Líbano (e isso, esse povo sofrido haverá, ainda, de conquistar) e for contada a história dessa devastadora guerra civil, certamente o mundo irá conhecer, em toda a sua plenitude, o imenso mal que os palestinos causaram a um país outrora exemplar.

Afinal, foram eles que deram início ao conflito, em 1975, após um incidente até trivial, transformado, posteriormente, numa grande questão. Aliás, quase todas as grandes guerras começam por questões de somenos importância.

Quando as tropas de Israel entraram no Líbano, em junho de 1982, dando início à operação “Paz para a Galiléia”, já era tal o espírito de animosidade contra os palestinos, que muitos libaneses (inclusive muçulmanos), receberam os soldados invasores de braços abertos, como autênticos “libertadores”.

A revista norte-americana Times, de 28 de junho desse ano, constatou isso. O repórter destacado para cobrir o fato escreveu, na oportunidade: “As tropas israelenses são saudadas como libertadoras heróicas pelos libaneses cristãos, que fazem chover sobre elas arroz, flores e doces”.

Quando os palestinos, depois de expulsos da Jordânia, chegaram ao Líbano, foram recebidos pelos muçulmanos daquele país de braços abertos, como irmãos. Mas esse namoro durou pouco. E acabou no momento em que os libaneses perceberam que os refugiados que abrigavam estavam exorbitando da hospitalidade recebida.

Aproveitando as facilidades oferecidas pelos muçulmanos, procederam a uma virtual ocupação militar em várias e importantes cidades do Líbano, inclusive algumas históricas, como Tiro e Sidon, introduzindo armas pesadas e fortificando as áreas ocupadas, como se estivessem se preparando para uma guerra.

Procuravam, pelo menos na prática, estabelecer um Estado dentro de outro. E isso, libanês algum, quer fosse cristão ou muçulmano, poderia tolerar. E nem está tolerando. O conflito atual é mera continuação da batalha inacabada de 1975. A expulsão palestina, pelos israelenses, de 1982, não foi mais do que uma retirada estratégica.

Agora que as tropas de Israel começam a deixar o Líbano, sorrateiramente, os combatentes palestinos voltam a se insinuar nos mesmos locais de onde foram expulsos, dispostos, segundo tudo indica, a uma revanche. E isso, até por uma questão de estratégia defensiva, os libaneses não estão dispostos a permitir. Daí o empenho da milícia Amal em expulsar de vez o indesejável conviva de sua casa, antes que ele se aposse de seus bens, de seus filhos e de sua mulher.

Mas desta vez deseja travar a sua batalha sozinha, sem a ajuda israelense. Até por uma questão bastante pragmática. Para obter um maior cacife no momento em que ocorrer a pacificação do país e os xiitas reivindicarem uma participação maior na gestão do Estado. Isto explica, pelo menos em parte, a ferocidade com que os combates estão se desenvolvendo.

(Artigo publicado na página 11, Internacional, do Correio Popular, em 23 de maio de 1985).


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Conquistas insuficientes

Pedro J. Bondaczuk

As mulheres conquistaram, ao longo do recém findo século XX, em várias partes do mundo, legítimos direitos que, por razões várias, sempre, e invariavelmente, em qualquer tempo ou lugar, foram (e em vastas regiões da Terra continuam sendo) desrespeitados. Derrubaram barreiras, superaram preconceitos, ocuparam espaços e desbravaram o caminho da igualdade, da liberdade e da responsabilidade para as gerações futuras. Trata-se, na verdade, não somente de uma expressiva vitória feminina, mas de toda a humanidade.

O objetivo das mulheres, nessa luta muitas vezes inglória, repleta de obstáculos aparentemente intransponíveis e cercada de incompreensões de toda a sorte, destaque-se, nunca foi hegemônico. Elas  jamais pretenderam (e nem pretendem) apenas inverter os papéis tradicionais. Não querem passar de dominadas a dominadoras.

Desejam, isto sim, a posição de parceiras, em absoluto pé de igualdade com os homens. Exigem que seus direitos, consagrados na Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas, que a quase totalidade dos países que integram a organização se comprometeram a acatar e a defender, sejam respeitados.

Não é, no entanto, o que acontece, mesmo nas sociedades consideradas mais avançadas, nos aspectos social, jurídico, econômico, cultural, etc., que integram o seleto rol do que se convencionou chamar de "Primeiro Mundo". O que dizer, então, de Estados que pararam no tempo, atrasados em todos os sentidos, alguns ainda vivendo virtualmente na Idade da Pedra, no que diz respeito aos direitos humanos?

Mais de dois terços das mulheres do mundo continuam sendo tratadas como subalternas, como seres inferiores, como "propriedades masculinas", vítimas de toda a sorte de abusos, de discriminações, de agressões, de humilhações, etc, sem que as autoridades competentes movam uma só palha para pôr fim a essa barbárie.

Um texto da jornalista britânica Evelyn Leopold, da agência de notícias Reuter, distribuído a todos os jornais assinantes dos serviços noticiosos dessa empresa espalhados pelo mundo em 30 de agosto de 1995, véspera da abertura da IV Conferência Mundial das Mulheres, realizada em Pequim, dá uma pálida idéia do que acontece.

Diz a referida matéria: "Quase todos os governos do mundo têm se pronunciado contra o estupro, espancamento, escravidão sexual, tortura, mutilação genital feminina e infanticídio feminino. Mas o abuso de mulheres e garotas, freqüentemente não registrado, é praticado atrás dos altos muros das prisões, nos confinamentos do lar, ou com a anuência conferida pelo costume local, segundo documentos da ONU".

E a jornalista prossegue: "E ao longo de todas as épocas, o estupro tem sido visto como um prêmio justo a combatentes vitoriosos de uma guerra. 'A violência persegue a vida da mulher na paz e na guerra', diz um recente estudo feito pelo Programa de Desenvolvimento da ONU sobre as mulheres. 'E a maioria das leis é inadequada para o combate à violência --- a menos que os atuais valores sociais e culturais mudem'.

Ou seja, a mentalidade dominante entre os povos, neste início do Terceiro Milênio da Era Cristã, continua, na essência, a mesma dos primórdios da civilização. Fatos são muito mais enfáticos do que os bem elaborados discursos dos vários governos e organizações, que tentam negar o que não pode ser negado. E estes são terríveis, muitas vezes escabrosos, de tal sorte que muitas vezes levam pessoas inteligentes, sensíveis e dotadas de bom senso a questionar a civilização, da forma como se apresenta hoje, senão a própria racionalidade humana.

O animal tido como o "rei da criação" age, em relação à sua parceira, como nem as mais broncas feras o fazem em relação às fêmeas da espécie.  As mulheres não querem nada que não seja o seu legítimo direito à igualdade e dignidade. Aspiram, acima de tudo, à cooperação permanente e igualitária, à soma de recursos, esforços e inteligências, com os parceiros masculinos, em busca da harmonia: no lar, na sociedade e na convivência pacífica e civilizada entre povos e nações. Ou seja, o seu modo de pensar e de agir não é (e nem nunca foi), em nada parecido com o comportamento do homem, de domínio e de sujeição.

Essa "guerra santa", todavia, está longe de acabar. Pelo contrário, está praticamente no início. Há, ainda, um longo e penoso caminho a percorrer. As mulheres obtiveram, não há como negar, conquistas marcantes e históricas, em especial a partir da segunda metade do século passado, entre as quais se destacam o direito ao voto, o acesso à educação em todos os níveis, o ingresso no mercado de trabalho, assumindo até tarefas sempre tidas e havidas como eminentemente masculinas, etc.

Contudo, seguem às voltas com os mais variados tipos de violência: no lar, no trabalho e na sociedade. São vítimas, na maioria das vezes silenciosas e indefesas, de agressões físicas, sexuais e psicológicas de todos os tipos e intensidades. E de outras formas de violência bem mais sutis, embora não menos perversas, como o controle da estética feminina pela óptica masculina, a desvalorização no mercado de trabalho (recebendo salários sempre menores do que os homens que exercem as mesmas funções), as dificuldades de ascensão a postos de comando (nas empresas e na política) e a dupla jornada, entre outras tantas.

Como se nota, ainda não é momento para comemorações. Há muito a ser conquistado. Há um longo e espinhoso caminho a percorrer.  Vida sem violência, para qualquer pessoa (e, claro, para a mulher também), não é um prêmio, uma dádiva ou um excepcional ato de generosidade masculino. Trata-se de inalienável e sagrado direito, reconhecido formalmente por todos os países integrantes da ONU, mas que continua sendo ignorado, e portanto violado em todas as partes do mundo, na maior parte das vezes impunemente.

Prólogo do livro “Guerra dos Sexos”, Pedro J. Bondaczuk, 1999, inédito.


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Wednesday, October 29, 2014

Artistas magníficos, de um passado remoto, legaram-nos obras fundamentais, como a “Ilíada” e a “Odisséia”, de Homero; a “Eneida”, de Virgílio, a “Ramaiana” e “Mahabarata”, dos hindus, e tantos outros poemas épicos e esculturas, arquitetura etc. que sobreviveram ao tempo e ao esquecimento. São, portanto, quase que literalmente, “vozes de além-túmulo”. E tudo isso foi criado pelo talento de homens como nós, mas solitários, e que não contavam com os conhecimentos, os meios de locomoção e de comunicação e o conforto que nos são proporcionados pela evolução da tecnologia. André Malraux constatou, a respeito: “A voz do artista tira sua força do fato de nascer de uma solidão que chama o universo para lhe impor o acento humano. E nas grandes artes do passado, sobrevive para nós a invencível voz interior das civilizações desaparecidas. Mas essa voz, sobrevivente e não imortal, eleva seu cântico sagrado sobre a incessante orquestra da morte”. E não é verdade?!


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Presente de Natal

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Europeus temem retaliações


Pedro J. Bondaczuk
  
O Irã parece, mesmo, ter uma influência fundamental na carreira política do presidente norte-americano Ronald Reagan e, principalmente, na imagem que ele vai deixar para a posteridade de suas duas gestões consecutivas na Casa Branca.

Em 1980, foi graças a esse país (e à sua Revolução Islâmica) que ele conseguiu derrotar Jimmy Carter, por uma diferença avassaladora de votos. Soube explorar, e muito bem, do ponto de vista político, a ocupação da embaixada dos Estados Unidos em Teerã e, principalmente, os inúmeros erros do seu antecessor democrata na gestão daquela crise. Depois, foi só colher os frutos.

Como por uma enorme ironia, ou uma imensa peça pregada pelos aiatolás, os reféns norte-americanos apenas ganharam a sua liberdade (após 444 dias de cativeiro) quando o ex-governador da Califórnia, escorado num prestígio quase sem precedentes junto ao eleitorado, tomou posse, em 20 de janeiro de 1981. Foi um revés muito duro para Carter.

Ao longo de todo o primeiro mandato de Reagan, os Estados Unidos deixaram o Irã em paz. É verdade que conservaram um embargo (de armas e econômico) a esse país e mantiveram o congelamento dos seus bens, na certeza de que isso e mais o rancor árabe contra os persas seriam suficientes para derrubar a teocracia iraniana. E quase foram mesmo.

A República Islâmica passou por maus bocados, por alguns anos de intensos apuros, com um terço de seu território ocupado pelo inimigo, com suas Forças Armadas desmanteladas e com a oposição interna agindo com dureza, cometendo atentados sucessivos e sangrentos, que tingiram a cúpula do governo, matando vários líderes mais chegados a Khomeini desde a primeira hora do novo regime.

Mas os analistas ocidentais se enganaram no tocante à soma de apoio que o velho aiatolá contava no país. Subestimaram o seu carisma e aquilo que ele representa para a população iraniana mais humilde, que sempre viu nele uma espécie de mensageiro de Alá.

De derrotados previamente nos prognósticos (as guerras só se vencem nos campos de batalha) os persas mostraram uma notável reação no plano bélico. Não só recuperaram uma parcela enorme de seu território, como reverteram o quadro da guerra, passando de invadidos a invasores.

A ligação de Reagan com esse país voltaria a ser conhecida apenas em 1986, quando, na verdade, secretamente, um ano antes, o seu governo já estava rearmando o Irã, com o qual os Estados Unidos sequer têm relações diplomáticas.

Os motivos desse rearmamento (os reais e não os oficiosos) dificilmente serão do conhecimento da opinião pública. Será mais um dos tantos mistérios para os historiadores do futuro desvendar. O fato é que o mesmo Irã, que serviu aos propósitos de Reagan durante a campanha presidencial de 1980, para que ele derrotasse Carter, pode ser agora a causa do sepultamento de suas pretensões de passar para a posteridade como estadista, e não como mero administrador. Pode custar-lhe, até, (no que não acreditamos, mas que não deixa de ser uma possibilidade, posto que remota) uma vexatória cassação.

Agora, a Casa Branca quer consertar as bobagens cometidas com uma outra: uma intervenção militar no Golfo Pérsico, sem essa ou mais aquela, a pretexto de proteger a navegação na região. Pretende, como se vê, colocar a tranca na porta depois desta haver sido solenemente arrombada. Quer dar segurança a uma área onde, em apenas três anos, 240 navios (de todos os tipos e tonelagens) foram alvos de bombas iranianas e/ou iraquianas.

O interessante é que o presidente norte-americano resolveu agir assim somente depois de ter uma embarcação do seu país atacada. Mas, para tornar a coisa ainda mais surrealista, pretende retaliar não contra quem fez esse ataque, o Iraque, mas contra quem até não faz muito seu próprio governo armou: o Irã. E, para isso, pressiona os europeus para que o acompanhem nessa aventura.

É evidente que a Europa não vai cair nessa. E nem poderia. O continente conta com três potências navais: Itália, Grã-Bretanha e França. As duas primeiras estão às voltas com eleições e a França as terá no ano que vem. Não iriam, portanto, arriscar tudo ou nada nessa roleta iraniana. Vai daí...

(Artigo publicado na página 14, Internacional, do Correio Popular, em 9 de junho de 1987).


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Discriminação profissional

Pedro J. Bondaczuk

O trabalho da mulher, hoje em dia, da forma em que está colocado, é mais uma nova e penosa carga sobre os seus frágeis (mas resistentes) ombros, do que a "retumbante conquista" com que é apregoado. Ela é discriminada tanto nas promoções, quanto, e principalmente, nos salários. Trabalha muito mais do que o homem e ganha muito menos.

Quando uma empresa quer reduzir custos, sem afetar a produção, invariavelmente recorre à maciça mão de obra feminina, mais barata, e no entanto tão eficaz (quando não mais) do que a masculina. Quando a economia vai de vento em popa, elas são as primeiras a serem demitidas.

Não raras são aquelas que enfrentam dupla jornada, nas fábricas, escritórios e universidades, e no lar, nos cuidados da família. Mas a remuneração é muito, bastante aquém daquilo que produzem. O Escritório Internacional do Trabalho apurou que, em 1995, 32,5 milhões de meninas trabalhavam no mundo, sem levar em conta o trabalho doméstico feito por elas, muitas vezes em regime de escravidão. Estavam, portanto, fora das escolas.

Como se observa, o mercado de trabalho não está fechado à mão de obra feminina. Muito pelo contrário. As vantagens, no entanto, são todas dos empregadores. Estatísticas revelam que mais de 45% das mulheres do mundo trabalham, hoje em dia, fora de casa.

Suas idades variam entre os 15 e os 64 anos. Representam, atualmente, mais da metade da população ativa nos países industrializados, contra 37% na Europa Ocidental e 30% nos Estados Unidos. Raras, no entanto, conseguem completar o tempo necessário para a aposentadoria.

A maioria ganha, em média, três quartos do salário do homem pelo mesmo trabalho, exceto na agricultura. Esta desigualdade é válida tanto no chamado Primeiro Mundo, quanto nos países em vias de industrialização. E a diferença não diminui.

Não é de se estranhar, portanto, que haja crescente procura pela mão de obra feminina. Não se trata, como se vê, de magnanimidade ou de ato de generosidade. Mas quando as coisas "apertam", as mulheres são as primeiras a amargar demissões. A argumentação dos patrões (falsa, por sinal), é a de que elas não são "chefes de família" (parte considerável, hoje em dia, é).

Principais vítimas da recessão dos anos 90, as mulheres desempregadas são entre 50% e 100% mais numerosas do que os homens em muitos países industrializados. Mas só ocupam 6% dos cargos de altos executivos no mundo. Justificativa? Nenhuma! No Sudeste e Leste da Ásia, representam até 80% das pessoas empregadas nas indústrias de exploração.

Dez mil empregadas domésticas, de menos de 14 anos, trabalham apenas em Dacar, no Senegal, e recebem em média US$ 80 por mês. As mulheres russas, que nos 74 anos de existência da União Soviética ocupavam "status" privilegiado, e eram por isso invejadas por suas colegas do Ocidente,  são hoje as principais vítimas do desemprego. Representam, em certas regiões, 90% dos desempregados.

Na Europa Ocidental, as operárias trabalham uma média de seis horas a mais do que os homens. Na América Latina, a diferença é de sete horas e na África, de 12 a 13 horas. Mas as mulheres ganham, em média, no mundo, apenas de 50% a 80% dos salários dos homens.

No Japão e na Coréia do Sul, são inferiores à metade. Na América Latina, recebem remunerações de 44% a 77% do equivalente pago aos colegas masculinos. E no conjunto dos países desenvolvidos, ganham entre 10% e 30% a menos, de acordo com cifras da Organização Internacional do Trabalho.

Do livro “Guerra dos Sexos”, Pedro J. Bondaczuk, 1999, inédito.


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Tuesday, October 28, 2014

A genialidade e o talento não bastam para fazer uma pessoa vencer na atividade que escolheu. É indispensável que ela os exercite. E quanto antes começar a se preparar, mais cedo conseguirá fazer aquilo a que se propôs. O sucesso nunca acontece por acaso. O editor da revista “Skeptyc”, Michael Shermer, fez as seguintes observações a respeito: “Essa é a questão das 10 mil horas. O que é preciso para ser um gênio criativo e alcançar o topo de sua área? Primeiro de tudo, há uma regra das 10 mil horas mínimas. Se você quer dominar um esporte ou uma habilidade, isso vem com 60 horas por semana durante três anos e meio. Isso é verdade em todas as profissões. Não significa que você vai conseguir. Boa biologia e genes ajudam. Mas olhe Mozart. Ele não surgiu do nada como algumas pessoas pensam. Ele teve o pai e o treinamento e fez as 10 mil horas aos 6 anos”. Então, amigo, mãos à obra. Concentre-se, comece a se exercitar e... boa sorte!!!


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Presente de Natal

Dê às pessoas que ama e admira o melhor dos presentes neste Natal: presenteie com livros. Dessa forma, você será lembrado não apenas o ano todo, mas por toda a vida.

Livros que recomendo:

“Balbúrdia Literária”José Paulo Lanyi – Contato: jplanyi@gmail.com
“A Passagem dos Cometas” Edir Araújo – Contato: nenem138@gmail.com
“Aprendizagem pelo Avesso”Quinita Ribeiro Sampaio – Contato: ponteseditores@ponteseditores.com.br
“Um dia como outro qualquer” – Fernando Yanmar Narciso.

Com o que presentear:

Cronos e Narciso (crônicas, Editora Barauna, 110 páginas) – “Nessa época do eterno presente, em que tudo é reduzido à exaustão dos momentos, este livro de Pedro J. Bondaczuk reaviva a fome de transcendência! (Nei Duclós, escritor e jornalista). – Preço: R$ 23,90.

Lance fatal (contos, Editora Barauna, 73 páginas) – Um lance, uma única e solitária jogada, pode decidir uma partida e até um campeonato, uma Copa do Mundo. Assim como no jogo – seja de futebol ou de qualquer outro esporte – uma determinada ação, dependendo das circunstâncias, decide uma vida. Esta é a mensagem implícita nos quatro instigantes contos de Pedro J. Bondaczuk neste pequeno grande livro.Preço: R$ 20,90.

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