A vida em sociedade – seja esta de que natureza for,
a família, a escola, a igreja, o clube, a comunidade, o bairro, a cidade, o
Estado ou a Nação – pode ser comparada a um grande baile de máscaras, em que
procuramos dissimular o que de fato somos, numa espécie de autodefesa.
Queiramos ou não, estejamos ou não dispostos a admitir, na maior parte do tempo
não nos mostramos em nossa plenitude a ninguém e representamos um determinado
papel. Amiúde, fala-se em “personalidade”, que seria, grosso modo, a nossa essência,
o que nos caracteriza de fato. Na verdade, contudo, esta é exatamente a máscara
que usamos para esconder nosso rosto. Ninguém é, no íntimo, o que aparenta ser
e que busca convencer os outros que seja. E por que agimos dessa maneira? Por
que nos empenhamos tanto em iludir o próximo sobre o que somos, queremos,
pensamos, sonhamos etc.? Apenas pelo prazer da contradição? Por sermos, no
âmago, rematados patifes? Não creio! Agimos dessa maneira para defender nosso
mundo secreto dos olhares indiscretos dos que nos cercam. Essa dissimulação é
uma autodefesa, um escudo, uma couraça cuja eficácia, todavia, é contestável.
Desconfio que nunca funciona a contento. Deixamos escapar, aqui e ali, por
gestos e palavras, o que de fato somos e buscamos esconder com tamanho afinco.
A tentativa, sobretudo, é a de preservar a originalidade dos nossos sonhos e de
impedir, assim, que estes venham a ser maculados, e destarte comprometidos,
pela intrusão alheia.
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O teatro, em que se constitui a chamada vida social,
ora se constitui em tragédia (na maior parte do tempo), ora em comédia, em que
nosso lado patético (e o dos demais “atores”, evidentemente) ressalta, sem que
seja, sequer, percebido. Falta autenticidade na maioria dos relacionamentos,
sejam de que natureza forem. Faltam clareza, transparência e verdade. Quem levantou, com muita sensibilidade, este
tema, foi Luísa Levinson, parceira de Jorge Luiz Borges na coletânea de contos
“La Hermana
de Heloísa” (que, creio, não foi traduzida para o português e nem publicada no
Brasil), que, em determinado trecho escreveu: “Sabe-se que, para viver em
sociedade, homens e mulheres procuram máscaras, ou se escondem no que chamamos
personalidade, para defender seu mundo secreto e preservar a infância dos
sonhos”.
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“Balbúrdia Literária” – José
Paulo Lanyi – Contato: jplanyi@gmail.com
“A Passagem dos Cometas” – Edir Araújo – Contato: edir-araujo@hotmail.com
“Aprendizagem pelo Avesso” – Quinita
Ribeiro Sampaio – Contato: ponteseditores@ponteseditores.com.br
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Narciso.
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