Thursday, October 09, 2014

A vida em sociedade – seja esta de que natureza for, a família, a escola, a igreja, o clube, a comunidade, o bairro, a cidade, o Estado ou a Nação – pode ser comparada a um grande baile de máscaras, em que procuramos dissimular o que de fato somos, numa espécie de autodefesa. Queiramos ou não, estejamos ou não dispostos a admitir, na maior parte do tempo não nos mostramos em nossa plenitude a ninguém e representamos um determinado papel. Amiúde, fala-se em “personalidade”, que seria, grosso modo, a nossa essência, o que nos caracteriza de fato. Na verdade, contudo, esta é exatamente a máscara que usamos para esconder nosso rosto. Ninguém é, no íntimo, o que aparenta ser e que busca convencer os outros que seja. E por que agimos dessa maneira? Por que nos empenhamos tanto em iludir o próximo sobre o que somos, queremos, pensamos, sonhamos etc.? Apenas pelo prazer da contradição? Por sermos, no âmago, rematados patifes? Não creio! Agimos dessa maneira para defender nosso mundo secreto dos olhares indiscretos dos que nos cercam. Essa dissimulação é uma autodefesa, um escudo, uma couraça cuja eficácia, todavia, é contestável. Desconfio que nunca funciona a contento. Deixamos escapar, aqui e ali, por gestos e palavras, o que de fato somos e buscamos esconder com tamanho afinco. A tentativa, sobretudo, é a de preservar a originalidade dos nossos sonhos e de impedir, assim, que estes venham a ser maculados, e destarte comprometidos, pela intrusão alheia.


@@@@@@@@@@

O teatro, em que se constitui a chamada vida social, ora se constitui em tragédia (na maior parte do tempo), ora em comédia, em que nosso lado patético (e o dos demais “atores”, evidentemente) ressalta, sem que seja, sequer, percebido. Falta autenticidade na maioria dos relacionamentos, sejam de que natureza forem. Faltam clareza, transparência e verdade.  Quem levantou, com muita sensibilidade, este tema, foi Luísa Levinson, parceira de Jorge Luiz Borges na coletânea de contos “La Hermana de Heloísa” (que, creio, não foi traduzida para o português e nem publicada no Brasil), que, em determinado trecho escreveu: “Sabe-se que, para viver em sociedade, homens e mulheres procuram máscaras, ou se escondem no que chamamos personalidade, para defender seu mundo secreto e preservar a infância dos sonhos”.

@@@@@@@@@@

Livros que recomendo:

“Balbúrdia Literária”José Paulo Lanyi – Contato: jplanyi@gmail.com
“A Passagem dos Cometas” – Edir Araújo – Contato: edir-araujo@hotmail.com
“Aprendizagem pelo Avesso” Quinita Ribeiro Sampaio – Contato: ponteseditores@ponteseditores.com.br
“Um dia como outro qualquer” – Fernando Yanmar Narciso.  

O que comprar:

Cronos e Narciso (crônicas, Editora Barauna, 110 páginas) – “Nessa época do eterno presente, em que tudo é reduzido à exaustão dos momentos, este livro de Pedro J. Bondaczuk reaviva a fome de transcendência! (Nei Duclós, escritor e jornalista).Preço: R$ 23,90.

Lance fatal (contos, Editora Barauna, 73 páginas) – Um lance, uma única e solitária jogada, pode decidir uma partida e até um campeonato, uma Copa do Mundo. Assim como no jogo – seja de futebol ou de qualquer outro esporte – uma determinada ação, dependendo das circunstâncias, decide uma vida. Esta é a mensagem implícita nos quatro instigantes contos de Pedro J. Bondaczuk neste pequeno grande livro.Preço: R$ 20,90.

Como comprar:

Pela internetWWW.editorabarauna.com.br – Acessar o link “Como comprar” e seguir as instruções.
Em livrariaEm qualquer loja da rede de livrarias Cultura espalhadas pelo País.

Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk          

No comments: