O nosso nascimento é a culminância de um processo
que começou num tempo remotíssimo, que
ninguém tem ciência de “quando” e “como” começou, por não haver o mínimo
registro dessa origem. Todavia, a lógica indica que somos descendentes diretos
do casal original (foi Adão e Eva? Foi outro? Qual?) que um dia surgiu sobre a
Terra. Se ele não existisse, não estaríamos aqui, encarando essa aventura
fascinante e misteriosa, da qual desconhecemos o epílogo (embora possamos
intuir). Arthur Schopenhauer (citado por Jorge Luiz Borges no livro “História
da Eternidade”), levanta, a respeito, instigante questão, que pode não ser
prática (e não é), mas que não deixa de ser interessante para reflexão. O
filósofo alemão constata, para em seguida indagar: “Uma infinita duração
precedeu ao meu nascimento: o que fui eu enquanto isso?”. Nada?! Não pode ser!
Afinal, pela lei de transformação da matéria, “na natureza nada se cria, nada
se perde, tudo se transforma”. Ademais, só vida pode gerar outra vida.
Portanto, existo não a partir da minha concepção (e muito menos do meu
nascimento), mas desde o instante em que o primeiro casal humano passou a
existir. Ou estou errado?
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Partículas infinitésimas de ADN, do que viriam a ser
os meus genes, existiam desde quando surgiu o primeiro casal humano e foram se
combinando, através dos milênios, no relacionamento de cada um dos pares que se
tornaram meus ancestrais, até desembocar na combinação final dos meus pais. O
miraculoso de tudo isso é que em cada ejaculação, bilhões de espermatozóides,
potencialmente férteis, podem fecundar cerca de um milhar de óvulos, para
formar um novo ser. No entanto, em cada etapa desse milenar processo, apenas um
vingou. E isso vale para todos os machos e fêmeas dos quais tenho nem que seja
infinitésima característica, a partir do casal original. Daí não ser impróprio,
e muito menos errado, concluir que sou “um milagre”. Trago à baila, porém, a
pergunta de Arthur Schopenhauer: “O que fui eu enquanto isso?”. E o filósofo
alemão responde: “Metafisicamente, poderia talvez responder-me: Eu sempre fui
eu; quer dizer, todos que disseram eu durante esse tempo não eram outros senão
eu”. Há alguma falha, alguma contradição, algum erro de princípio nesse
raciocínio? Claro que não! Mas fica uma nova pergunta no ar (esta apenas
minha): Depois de sobreviver, da origem do homem até hoje, minha morte será, de
fato, o epílogo dessa tão longa e misteriosa aventura? A intuição sugere-me que
não! A realidade dos fatos, porém, indica que sim. Onde a verdade?
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