Tuesday, October 14, 2014

O que sou? Essa é uma pergunta que bilhões de pessoas, ao longo do tempo, vêm fazendo a si próprias (não raro, inconscientemente, sem sequer se darem conta) e que não conseguiram chegar a uma conclusão sequer razoável, quanto mais definitiva. A todo instante, ficamos surpresos, senão atônitos, conosco mesmos. Volta e meia, por exemplo, descobrimos, no fundo de nossas mentes, idéias (construtivas ou não, não importa) que sequer atinávamos que tínhamos. Vez por outra, praticamos ações que contrariam nossas mais profundas convicções. Desafiados, meio às cegas, atingimos objetivos que intimamente não acreditávamos que pudéssemos alcançar. Que força misteriosa nos moveu para praticar essa façanha? O oposto também ocorre. Decepcionamo-nos conosco mesmos, com fracassos que julgávamos impossíveis de nos atingir, mas que atingiram, por superestimarmos nossas capacidades. “Identidade! Essa era a palavra, chave para todos os problemas humanos!”, constata Morris West, no romance “O Embaixador”. Desde o nascimento, até a morte, é o que buscamos encontrar, consolidar e impor, não apenas ao mundo, mas a nós mesmos. Conseguiremos? Sou cético a esse propósito. Podemos até chegar perto da resposta à questão “o que sou?”, mas sempre restará uma dúvida em nosso espírito, sempre haverá novas surpresas (positivas ou negativas), conservando e não raro ampliando nossa insegurança a propósito.

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Claro que não sairemos por aí apregoando que não temos certeza sequer do que somos. Ninguém faz isso. Se o fizer, certamente, será considerado insano ou, no mínimo, para ser mais suave, neurótico. Temos, é fato, vaga e intuitiva compreensão de quem somos e como nos ligamos aos semelhantes e ao misterioso universo em cujo recôndito cantinho vivemos. Não fosse assim, não teríamos nem como sobreviver. Sozinhos não somos nada. Precisamos dos outros para assegurar nossa sobrevivência. Ninguém, absolutamente ninguém, por maiores que sejam seus talentos e habilidades, é auto-suficiente. Morris West propõe um teste para comprovar sua tese: “Ponham-no (um  homem) numa cela acusticamente isolada, separem-no da visão, som e toque do mundo, e em pouco tempo o terão reduzido à loucura e à desordem física”. Alguém duvida?! Se a resposta for positiva, por favor,  não façam a experiência. Será cruel demais!

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Livros que recomendo:

“Balbúrdia Literária”José Paulo Lanyi – Contato: jplanyi@gmail.com
“A Passagem dos Cometas” – Edir Araújo – Contato: edir-araujo@hotmail.com
“Aprendizagem pelo Avesso”Quinita Ribeiro Sampaio – Contato: ponteseditores@ponteseditores.com.br
“Um dia como outro qualquer” – Fernando Yanmar Narciso.  

O que comprar:

Cronos e Narciso (crônicas, Editora Barauna, 110 páginas) – “Nessa época do eterno presente, em que tudo é reduzido à exaustão dos momentos, este livro de Pedro J. Bondaczuk reaviva a fome de transcendência! (Nei Duclós, escritor e jornalista).Preço: R$ 23,90.

Lance fatal (contos, Editora Barauna, 73 páginas) – Um lance, uma única e solitária jogada, pode decidir uma partida e até um campeonato, uma Copa do Mundo. Assim como no jogo – seja de futebol ou de qualquer outro esporte – uma determinada ação, dependendo das circunstâncias, decide uma vida. Esta é a mensagem implícita nos quatro instigantes contos de Pedro J. Bondaczuk neste pequeno grande livro.Preço: R$ 20,90.

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