Preservar
mananciais
Pedro J. Bondaczuk
A água, embora as pessoas não se dêem conta disso, é
o bem mais precioso – por motivos óbvios – existente no Planeta. Apesar da
Terra aparentar abundância do líquido, pelo menos daquele que é potável (e,
portanto, próprio para o consumo), há grave escassez, especialmente em algumas
regiões, hoje bastante povoadas, da África, da Ásia e do Oriente Médio.
O Brasil, em termos de recursos hídricos, é um país
privilegiado, embora no Nordeste não sejam bem distribuídos. A região de
Campinas, teoricamente, é muito bem servida nesse aspecto. Mas na prática, não
é bem assim.
O crescimento, na maioria das vezes desordenado, e a
inconsciência quanto à preservação do meio ambiente, têm causado graves
problemas de captação. Em alguns lugares, eles já são mais do que sérios, são
críticos.
O Poder Público até que tem investido, para dotar a
maior parte dos lares, das várias cidades da região, de água potável, tratada,
dentro dos mais modernos e rigorosos padrões sanitários internacionais. Só que
as obras realizadas resolvem a questão por curto tempo. Por exemplo, Campinas
está garantindo seu abastecimento por mais 15 anos. O mesmo ocorre com
Valinhos, com investimentos da ordem de US$ 18 milhões.
Ocorre que esse prazo é muito curto. O próprio
progresso atrai para cá contingentes crescentes de pessoas, às quais será
necessário abastecer. E a tendência não é de redução das migrações. Muito pelo
contrário.
As projeções para o abastecimento tranqüilo até 2010
podem ter sido superestimadas. Ou a população pode aumentar em quantidade muito
maior do que a prevista pelos responsáveis pelo planejamento urbano das cidades
da região.
É preciso, portanto, simultaneamente às obras
gigantescas e caras de captação e tratamento de água, que as pessoas se
conscientizem da necessidade de preservação desse precioso líquido, quase nunca
valorizado devidamente, mas sem o qual a vida é impossível.
É necessária a elaboração e rigorosa execução de
projetos de proteção dos mananciais, evitando-se, por exemplo, o desmatamento
nas cabeceiras dos rios, para que não ocorra o seu assoreamento e que suas
fontes venham a secar.
É indispensável coibir o lançamento de dejetos
industriais e esgotos clandestinos. Enfim, compete, também, à população evitar
que no futuro esse problema de escassez venha a se agravar. Está aí uma boa
reflexão da o Dia Mundial da Água, transcorrido em 22 de março.
(Artigo publicado na página 2, do caderno
Metropolitano, do Correio Popular, em 23 de março de 1995)
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