A
SAUDÁVEL INSATISFAÇÃO DE ALGUNS ESCRITORES
Todo
escritor – salvo uma ou outra exceção – é parecido em suas
reações em relação a cada livro que conclui. Por melhores que
enredo e texto tenham ficado, sempre resta uma pontinha de frustração
no autor, por achar que poderiam ter ficado melhores. Eu, pelo menos,
sou assim. Antes de dar alguma obra como pronta, reviso, e reviso, e
reviso. Faço acréscimos (poucos) e corto, sem dó e nem piedade,
não raro capítulos inteiros. Cristóvão Tezza confessa que também
sentiu essa natural insegurança. Em entrevista dada ao Caderno G, do
jornal “Gazeta do Povo”, de Curitiba, tempos atrás, perguntado
se estava preocupado com a repercussão que um novo livro dele
poderia ter, respondeu: “Quando comecei a escrever, não estava
preocupado, mas à medida que o romance foi ficando pronto, senti
aquele ‘medo de sair na rua’ que sempre tenho quando termino um
livro. Depois, passou”. Também sou assim... Também sou assim.
Nunca me dou por satisfeito ao concluir, não somente um livro, mas
qualquer texto, não importa o assunto, a extensão e o fim a que se
destina. Posso estar equivocado, mas considero essa insatisfação
saudável e até útil, para sempre se buscar escrever melhor.
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CITAÇÃO DO DIA:
Amor rejeitado
Não
há nada mais explosivo no mundo do que o amor rejeitado.
(Pearl
S. Buck, livro "Carta de Pequim").
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