As cartas estão na mesa
Pedro
J. Bondaczuk
A campanha
com vistas às eleições municipais deste domingo chegam ao fim, sem
que parcela considerável do eleitorado ainda tenha definido o seu
voto. Uma olhada apressada nas várias pesquisas de opinião tende a
sugerir que os dois candidatos que vão disputar o Segundo Turno já
estariam definidos. Basta, porém, uma análise cuidadosa nos números
para desfazer, de pronto, essa impressão.
É
até redundante afirmar que em eleições, tudo pode acontecer. E,
como em qualquer disputa, ninguém vence de véspera. Muito menos
nesta. As pesquisas revelam um percentual em torno de 20% de
indecisos. Caso esses eleitores resolvam votar, por exemplo, no
terceiro colocado, este irá para o Segundo Turno com folga,
assumindo a liderança e cotado a conquistar a Prefeitura.
Só
que agora a sorte está lançada. O que tinha que ser feito, já foi
(ou deixou de ser) por parte dos candidatos e, principalmente, dos
coordenadores das campanhas. As cartas, enfim, estão na mesa. Quem
tinha cacife, vai comemorar. A maioria, porém, verá o sonho de
governar a cidade ir para o espaço ou ser adiado por outros quatro
anos.
A
rigor, nenhum dos postulantes à sucessão de Izalene Tiene mostrou
ter o carisma de um Magalhães Teixeira, de um Francisco Amaral (que
governou Campinas em duas oportunidades) e muito menos de um Antônio
da Costa Santos, o saudoso Toninho, entre tantos políticos que se
destacaram na vida pública desta progressista metrópole.
A
campanha deste ano, embora das mais civilizadas, comportada e sem os
ataques pessoais que caracterizaram muitas outras, teve a marca da
mesmice. Foi monótona, chata, sem brilho: Daí não ter empolgado os
eleitores. As propostas de governo pareciam todas copiadas umas das
outras, em muitos casos sem a mínima variação.
As
próximas horas devem ser caracterizadas pela análise, pela reflexão
e pela definição do voto por parte dos 20% dos indecisos. Não
custa reiterar as recomendações, óbvias, porém sempre válidas,
pela sua correção e bom senso. Não se deve votar pela aparência
dos candidatos, ou pela fluência do seu discurso, ou pelas promessas
que fez, pelo menos não apenas por isso.
Não
se pode escolher, também, quem lhe ofereça vantagens pessoais.
Principalmente neste caso, quem agir dessa forma não pode mesmo ser
eleito. Não o estará convencendo, mas o subornando. Voto não se
compra, se conquista. Eleitor não se alicia, se convence. Pense
nisso e vote com consciência. Agindo assim, as possibilidades de
errar são muito pequenas. E que vença o melhor!
(Editorial
da Folha do Taquaral redigido em 28 de setembro de 2004).
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
No comments:
Post a Comment