A INCESSANTE LUTA ENTRE EROS E TANATOS

 Os instintos de perpetuação da espécie e de destruição “lutam”, incessantemente, no interior da nossa alma, mesmo que não venhamos a nos dar conta. Sigmund Freud tratou disso, ầ sua maneira. “Eros e Tanatos” é o título de um livro que escrevi há algum tempo (que, infelizmente, ainda é inédito e talvez permaneça assim para sempre, por falta de oportunidade para publicá-lo) em que relaciono três dezenas de escritores, que exaltaram com alma e entusiasmo a vida, mas que... cometeram suicídio, por várias razões. Alguns o fizeram por descobrir que eram portadores de doenças incuráveis, outros por desgosto amoroso, outros por não conseguirem se livrar do álcool e das drogas, outros ainda num acesso de insânia. E os motivos são bastante variáveis. Todos, contudo, deixaram que na “luta renhida entre Eros e Tanatos”, o segundo triunfasse. Não foi, óbvio, o caso de Hélio Pellegrino, que não deu cabo da vida, embora tenha escrito sobre essa luta incessante entre os dois principais instintos humanos. A seu respeito, reproduzo um trecho da nota do livro comemorativo aos 80 anos da Folha de S. Paulo, que informa: “Com Otto Lara, Paulo Mendes Campos e Fernando Sabino formava o grupo dos ‘Quatro Mineiros’ – amigos toda a vida. No romance ‘O Encontro Marcado’ de Sabino, ele é o personagem Mauro Lombardi”. Creio que não preciso apresentar mais nenhuma justificativa para ter esse escritor entre os meus preferidos. Está entre os melhores da Literatura brasileira.

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CITAÇÃO DO DIA:

A

Amor próprio 

O amor próprio é o amor de si mesmo e de todas as coisas por si; torna os homens idólatras de si mesmos e os converte em tiranos dos demais, se a fortuna lhes dá os meios para sê-lo. Não repousa jamais fora de si e atira-se sobre os estranhos, como as abelhas sobre as flores, para deles tirar todo proveito. Nada é tão impetuoso como seus desejos, nada tão oculto como seus desígnios, nada tão hábil como sua conduta.

(La Rochefoucauld).

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