“INSPIRAÇÃO” DEVERIA SER
CARACTERIZADA COMO “IDEIA SÚBITA”
Há que se ter certo
perfeccionismo, uma perpétua insatisfação, um aguçado e
implacável senso de ridículo, sem nenhuma espécie de concessão,
em relação ao que se escreve para ser escritor pelo menos razoável.
É preciso escrever, reescrever, tornar a escrever, cortar,
acrescentar, burilar o texto, tornar a escrever tudo outra vez, e
assim por diante, quantas vezes julgar oportuno ou necessário, num
exaustivo processo que só termine quando a autocrítica (que deve
sempre acompanhar quem se aventure nesse instável e perigoso pântano
da criação), der o veredito de relativa excelência. Autran Dourado
observa, a propósito desse processo de trabalho que respeita a
inteligência do leitor e preserva quem escreve dos riscos do fiasco:
"Não gosto da palavra inspiração, pelo que ela tem de
mistifório, preferindo a ela a expressão 'ideia
súbita'. Esse meu desgosto chega a tal ponto que, quando estou
escrevendo com muita fluência e facilidade, paro, certo de que
alguma coisa de errado está acontecendo". E, em geral, está
mesmo ocorrendo.
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CITAÇÃO DO DIA:
Nem quatro amigos
Para
mim é um fato que, se todos os homens soubessem o que os outros
dizem deles, não haveria quatro amigos no mundo. Isto resulta das
contendas que referências indiscretas ocasionalmente originam.
(Blaisé Pascal).
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