Tuesday, January 23, 2018

O PROFESSOR BENEDITO SAMPAIO CRIOU PERSONAGENS INOLVIDÁVEIS PARA ILUSTRAR SUAS CRÔNICAS


Como cronista, o professor Benedito Sampaio tem textos deliciosos, publicados nos dois jornais diários de Campinas de então – “Diário do Povo” e “Correio Popular” – consolidados nos volumes "O Cosmorama da Cidade", que foi premiado pela Academia Brasileira de Letras, e "De minha Chácara". Suas crônicas são, boa parte delas, na verdade, pequenos contos. São repletas de humor e revelam, sobretudo, um homem extremamente observador, conhecedor profundo da natureza humana, e refinado crítico de costumes. Além de intelectual apaixonado por seu país e pelo seu povo. Criou tipos que encontramos a todo instante pela cidade, intemporais, perenes, mas de carne e osso. Como o doutor Abrenúncio, por exemplo, que se gabava de "ter lido tudo, sem ter lido nada". Como Binucho. Como o Lindoro, que lhe surrupiou o livro "Gramática Brasileira", do padre Figueira. Como o Zeferino. Como o Juca das Neves e seus álbuns. Como o poeta Gervásio. Como o pedante Nicote, dos pafós e das xaras. E vai por aí afora. Não enveredou pelo romance, porque o gênero, provavelmente, não lhe aprazia.


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CITAÇÃO DO DIA:

Amigo da infância 

Os amigos da infância, desde que se separam, serão irreconciliáveis depois quando, da infância, outra coisa não existir, além do homem envelhecido. Seria possível, sim, preservar o amigo de infância, se possível fosse preservar e manter a infância. O ar e a luz de suas manhãs. As cores do casario. Os cânticos e o incenso das novenas. A beleza, a coragem e as esperanças do menino.

(Antonio Maria).


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