A VIDA É UMA CONTÍNUA DESCOBERTA
Há quem busque tolher a volúpia por informações, notadamente das
crianças, entendendo que se trata de um defeito. Tenta-se coibir a
curiosidade, alegando que se trata, no mínimo, de mau hábito. Não
concordo e jamais poderia concordar com quem age assim. Temos que
fazer de cada instante um renascimento, sem deixarmos tempo livre
para emoções negativas. A vida consiste de contínua descoberta,
desde o nascimento até a morte. A partir do útero materno, quando
nosso sistema nervoso e, por consequência, nosso cérebro estão
formados, já temos consciência, embora sem possibilidades de
externar esse conhecimento, de que existimos e nos encontramos em um
ambiente seguro, muito bem protegido e acolhedor. Pelo menos é o que
dizem os especialistas. Aliás, isto é comprovável, mediante o
processo da regressão. Trata-se da primeira descoberta de uma
sucessão delas que cada indivíduo terá no correr de sua
existência, de acordo com sua realidade, circunstância e
personalidade. E todas são frutos, são o resultado desse poderoso
motor do espírito, que é a curiosidade. Pesquisadores concluíram
que o cérebro ganha novos neurônios o tempo todo, enquanto
vivermos, ampliando o potencial de inteligência. Cabe-nos
utilizá-los adequadamente e preenchê-los com novos conhecimentos...
@@@
PESCA
EM ÁGUAS TURVAS
Prosseguindo
em minha tentativa de “pesca em águas turvas”, tenho uma nova
proposta a fazer às
editoras. Diz-se que a
internet dá visibilidade a escritores e facilita negócios. É isso
o que venho tentando,
há já algum
tempo, conferir. Tenho
mais um livro,
absolutamente inédito, a oferecer.
Seu título é: “Dimensões
infinitas”, que
reúne 30 ensaios sobre temas dos mais variados e instigantes.
Abordo, em linguagem acessível a todos, num
estilo coloquial, assuntos tais
como as dimensões do universo (tanto do macro quanto do microcosmo),
o fenômeno da genialidade, a
fragilidade dos atuais aparatos de justiça, o mito da caverna de
Platão, a secular busca pelo lendário Eldorado, o surgimento das
religiões, as tentativas de previsão
do futuro e as indagações dos filósofos de
todos os tempos sobre
nossa origem, finalidade e destino, entre outros temas.
É um livro não
somente para ser lido, mas, sobretudo, para
ser refletido.
Meu desafio continua
sendo o mesmo de quando iniciei esta tentativa de “pesca em águas
turvas”. Ou seja, é
o de
motivar alguma editora a publicá-lo, sem que eu precise ir até ela
e nem tenha que contar com algum padrinho, mas
apenas pela internet, e sem que eu precise
bancar a edição (já que não tenho recursos para tal). Insistirei
nesta tentativa todos os dias, sem limite de tempo. Para
fecharmos negócio, basta
que a eventual editora interessada (e espero que alguma se interesse,
pois o produto é de qualidade) entre em contato comigo no inbox do
Facebook ou pelo e-mail pedrojbk@gmail.com.
Quem se habilita?
@@@
CITAÇÃO DO DIA:
Reminiscências
do Rio
Eu
disse que deveria deixar o Rio sem descrição; mas, neste momento, a
torrente de perfumadas reminiscências me domina; devo me desdizer e
dá-la agora, enquanto inspiro esse ar almiscarado. Um circuito de
mais de 150 milhas de montanhas verdejantes abriga um espaço
transluzente, a tal ponto incrustado nas serras verdes que, entre as
tribos indígenas, o lugar é conhecido como “A Água Escondida”.
De todos os lados, nessa imensidão, erguem-se altos picos cônicos
que, ao nascer e pôr do sol, queimam como enormes círios; para o
interior, através de vinhedos e bosques, fluem radiosos riachos que
vão encher a enseada. Não falo da Baía de Todos os Santos; pois,
apesar de ela ser um glorioso refúgio, o Rio é a Baía de Todos os
Rios – a Baía de Todas as Delícias – a Baía de Todas as
Belezas. Nas encostas em volta, um verão infatigável se mantém em
terraços de vívido verde, e, modelados em limo antigo, convento e
castelo se aninham nos vales e ravinas.
***
Ampla
perspectiva
Em
toda a volta, profundas enseadas penetram na montanhosa terra verde
e, ameaçadas pelas alturas agrestes, mais lembram o Lago Katrine que
o Lemans. E, embora Katrine tenha sido cantada pelo enchapelado Scott
e Lemans pelo coroado Byron, ambos, perto do Rio, não passam de
flores silvestres, numa perspectiva quase ilimitada. Admirai! Ao
longe e longe estreita-se o largo azul das águas, em direção a
delicados montes de um verde sutil, escorados pelos pináculos
púrpura e pelos tubos dos Montes dos Órgãos; o nome lhes cai
perfeitamente pois, em dias tempestuosos, eles despejam canhonadas
sobre a baía, afogando o conjunto dos baixos de todas as catedrais
do Rio. Gritai furiosamente, exaltai vossas vozes, batei vossos pés,
jubilai-vos, Montes dos Órgãos! E despejai vosso Te Deum por todo o
mundo.
***
Porto escondido
Por que
motivo, por mais de cinco mil e quinhentos anos, este grande porto do
Rio permaneceu escondido entre as montanhas, desconhecido dos
católicos portugueses? Séculos antes de Haydn tocar para
imperadores e reis, estes Órgãos tocavam seu oratório da Criação
perante o próprio Criador. Mas o nervoso Haydn não teria suportado
tal coro de canhões, já que esse mesmo compositor de trovões
morrerá na violenta comoção do bombardeio de Napoleão sobre Viena
(...) Rio arquipélago! Eras antes de Noé ancorar sua arca no velho
Ararat, ancoravam-se aqui estas verdes, rochosas ilhas que agora
vejo. Mas Deus não edificou sobre vós, ilhas! Essas longas linhas
de baterias. Nem nosso abençoado Salvador foi padrinho de batismo da
distante e sombria Fortaleza de Santa Cruz, embora batizada em honra
dele mesmo, o divino Príncipe da Paz! Rio anfiteatro! Em teu largo
espaço poderiam acontecer a Ressurreição e o Juízo Final dos
guerreiros de todo o mundo (...).
(Hermann
Melville, texto de 1844, sobre o Rio de Janeiro).
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
No comments:
Post a Comment