Saturday, September 29, 2018

DIRETO DO ARQUIVO - Materiais escolares


Materiais escolares


Pedro J. Bondaczuk


A proximidade do reinício das aulas, no começo de fevereiro próximo, significa para os pais um verdadeiro drama. É o momento de fazer a "via-sacra" às papelarias, para comprar os materiais escolares solicitados pelas escolas, cujas relações ficam mais extensas, de ano para ano.

Algumas das exigências são das mais absurdas. Contrariam, inclusive, a lei. Há  escolas que solicitam de seus alunos determinadas marcas de cadernos, lápis, guache, etc., em geral as mais caras, triplicando ou mais o preço final, o que não é permitido.

Os exageros não param por aí. Não se restringem à qualidade do material exigido. As relações são a cada ano mais extensas e variadas, muitas descambando para o exoticismo. Outras, desrespeitando o mínimo senso de proporção.

Em uma delas, por exemplo, foram solicitadas quatro dúzias de lápis preto, quantidade que criança alguma conseguirá usar durante um único ano letivo. Itens que as escolas devem, obrigatoriamente, fornecer aos alunos, por constarem de suas planilhas de custos, como papel higiênico ou copos descartáveis, são incluídos nas listas.

Alguns pais reclamam, mas nenhum ousa deixar de atender às exigências, por temor de represálias contra os filhos. É preciso bom senso e moderação das escolas.

(Editorial número dois publicado na página 2 do Correio Popular em 16 de janeiro de 1998).


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