Ensino deficiente
Pedro J. Bondaczuk
A evolução verificada no
setor de educação no País, tão propalada pelo governo e que
possivelmente vai ser o carro-chefe da campanha de reeleição do
presidente Fernando Henrique Cardoso, está longe, muito distante, da
excelência pretendida.
Prova disso, são as pesquisas
de órgãos abalizados internacionais. A Unesco, por exemplo, em
recente estudo, classifica o ensino brasileiro como um dos mais
deficientes do mundo.
Conforme a organização, o
analfabetismo atinge ainda 19,6% dos brasileiros acima dos sete anos,
taxa intolerável mesmo para países emergentes. Vinte milhões de
pessoas, com mais de 14 anos, são analfabetas. Cinquenta milhões de
adultos não passaram da primeira série do primeiro grau e mal sabem
"desenhar" seus nomes. Não podem, portanto, ser
considerados alfabetizados.
O muito que já se conseguiu
nesse campo não passa de gota de água num oceano. É preciso
universalizar o ensino básico. É necessário alfabetizar os
adultos. É indispensável que os investimentos em educação sejam
os previstos na Constituição e que prefeitos e governadores os
cumpram sem tentar burlar com artifícios o texto constitucional. Há
um longo caminho ainda a percorrer para que o País possa festejar a
existência de um ensino pelo menos "palatável".
(Editorial número dois,
publicado na página 2, Opinião, do Correio Popular, em 11 de
janeiro de 1998).
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