Monday, September 10, 2018

Reflexão do dia


LAWRENCE ABORDA UM TEMA ESCABROSO COM 
LIRISMO, GRANDEZA E BOM GOSTO
O relançamento do romance “O amante de Lady Chaterlley”, de D. H. Lawrence, aqui no Brasil, em edição muito bem cuidada, esteve a cargo da Companhia das Letras, com primorosa tradução de Sergio Flaksman e ainda mais valorizada por um ensaio a propósito da escritora Doris Lessing, ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura de 2007. Leiam-no, porque se trata de um livro que vale a pena ser lido. Mas não esperem descrições detalhadas de sexo explícito, porquanto irão se decepcionar. Lawrence trata, nesse livro lançado em 1920 (e cuja venda foi liberada na Inglaterra apenas em 1952), do relacionamento extraconjugal da principal personagem, Constance, com o empregado de sua mansão, Oliver, com delicadeza, lirismo, beleza e bom gosto. Aí é que está seu principal mérito. Ou seja, tratar de um tema aparentemente escabroso, com serenidade, grandeza, beleza e bom gosto. Quem se escandalizou com esse livro (e muitos parecem ter se escandalizado com ele), talvez tivesse um enfarte se lesse a obra, por exemplo, de um Henry Miller, com sua trilogia “Sexus”, “Plexus” e “Nexus”, que, ademais, sequer pode ser classificada de pornográfica. Imaginem se eles lessem os romances de uma Adelaide Carraro! E se acessassem um dos milhares de sites especializados em pornografia, que existem em profusão, internet afora!

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PESCA EM ÁGUAS TURVAS


Prosseguindo em minha tentativa de “pesca em águas turvas”, tenho uma nova proposta a fazer às editoras. Diz-se que a internet dá visibilidade a escritores e facilita negócios. É isso o que venho tentando, há algum tempo, conferir. Tenho mais um livro, absolutamente inédito, a oferecer. Seu título é: “Dimensões infinitas”, que reúne 30 ensaios sobre temas dos mais variados e instigantes. Abordo, em linguagem acessível a todos, num estilo coloquial, assuntos tais como as dimensões do universo (tanto do macro quanto do microcosmo), o fenômeno da genialidade, a fragilidade dos atuais aparatos de justiça, o mito da caverna de Platão, a secular busca pelo lendário Eldorado, o surgimento das religiões, as tentativas de previsão do futuro e as indagações dos filósofos de todos os tempos sobre nossa origem, finalidade e destino, entre outros temas. É um livro não somente para ser lido, mas, sobretudo, para ser refletido. Meu desafio continua sendo o mesmo de quando iniciei esta tentativa de “pesca em águas turvas”. Ou seja, é o de motivar alguma editora a publicá-lo, sem que eu precise ir até ela e nem tenha que contar com algum padrinho, mas apenas pela internet, e sem que eu precise bancar a edição (já que não tenho recursos para tal). Insistirei nesta tentativa todos os dias, sem limite de tempo. Para fecharmos negócio, basta que a eventual editora interessada (e espero que alguma se interesse, pois o produto é de qualidade) entre em contato comigo no inbox do Facebook ou pelo e-mail pedrojbk@gmail.com. Quem se habilita?

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CITAÇÃO DO DIA:

Aparecimento do povo 

Pode-se dizer sem erro que, ainda que sem o exagero da exploração demográfica que tem hoje, o povo, povo mesmo, povão, só apareceu em 1930. Antes, estava por aí, escondido na senzala das poucas favelas, no campo latifundiário, nos pés descalços da miséria não tão ostensiva, porque ainda meio envergonhada. Como o povo, o século XX também só deu entrada no Brasil em 1930. Se foi com a Revolução ou não, é uma controvérsia para historiadores. Em 1930, o Brasil era, e pelo jeito pretendia continuar sendo para sempre, o país do café, ou seja, da monocultura e quase ainda do trabalho escravo. País essencialmente agrícola, como se dizia, vivia da exportação de um produto de sobremesa. 

(Otto Lara Resende, crônica "Esquina, praça: São Jorge Amado, Bahia", publicada no jornal Folha de S. Paulo, em 9 de agosto de 1992 e reproduzida no livro "Figuras do Brasil - 80 autores em 80 anos de Folha).


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