A noite, embora ocorra em
momentos diferentes no mundo – pelo fato da Terra ser redonda – é usufruída
praticamente da mesma forma por todos os seres viventes (homens, animais e
vegetais). Ou seja, é o momento de descanso de uma longa atividade. No caso humano,
presta-se, também, para o lazer dos noctívagos. Ou para o amor dos que se amam.
E, principalmente, para o sono benigno e reparador da totalidade dos seres
vivos. Claro, há exceções. Há milhões de pessoas, mundo afora, que trocam a
noite pelo dia, no trabalho árduo e sacrificado da enfermeira, do médico de
plantão, do jornalista, do policial etc.etc.etc. Esses profissionais fazem isso
para manter as coisas funcionando da melhor maneira possível. E, de certa
forma, mantêm. Pode-se, porém, afirmar que a noite é “universal”.
O dia... Tem características
próprias em cada recanto do mundo, de acordo com a realidade de cada um. É nele
que, em geral, se desenrola este drama maluco e um tanto sem sentido, que
caracteriza a humanidade, com seus atos de violências, injustiças, prepotência
e egoísmo. Não que isso não ocorra, também, à noite. Mas ocorre em muito menor
número, convenhamos. O dia, portanto, é “geográfico”. Essa classificação,
destaco, não é minha (embora eu concorde com ela), mas do poeta Cassiano Ricardo.
Nos versos finais do poema “Coroa mural”, ele escreve:
“O dia é geográfico.
A noite é universal.
Mas se Deus ouvir rádio,
ouvirá o meu grito:
por que a noite nos une
e o dia nos separa”?
Claro que o Criador não precisa
desse pífio recurso humano para saber o que se passa em nossos corações e
mentes e atender nossos justos apelos. Melhor do que o rádio, sem dúvida, é a
prece, maneira direta, e infinitamente mais eficaz, de ser ouvido pelo
Eterno.
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“Balbúrdia Literária” – José
Paulo Lanyi – Contato: jplanyi@gmail.com
“A Passagem dos Cometas” – Edir Araújo – Contato: edir-araujo@hotmail.com
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Ribeiro Sampaio – Contato: ponteseditores@ponteseditores.com.br
“Um dia como outro qualquer” – Fernando Yanmar
Narciso.
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