Tuesday, September 30, 2014

A melhor maneira de nos livrarmos de mágoas e dores emocionais é fazermos delas temas para uma obra de arte: um poema, uma canção, uma crônica, ou seja lá o que for. Além de acalmar as emoções, se o que fizermos tiver valor artístico, pode, de quebra, ainda render algum dinheirinho, o que não é nada mau, concordam? É aquela história que o povão, em sua instintiva sabedoria, tanto conhece: se lhe atirarem um limão azedo, faça dele uma deliciosa limonada. As mais sensíveis composições do cancioneiro popular em todo o mundo nasceram de amores fracassados, de ciúmes avassaladores e da chamada “dor de cotovelo”. Só os masoquistas gostam de ficar remoendo o que os faz sofrer, sem que tenham uma só válvula de escape para esse acúmulo de pressão emocional.

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Vocês já notaram o quanto alivia o fato de desabafarmos com alguém quando nos sentimos arrasados com a perda de um amor, ou com a traição de um amigo ou com qualquer outra decepção sentimental? Esses desabafos, porém, também podem ser feitos com arte que, além de não amolarem ninguém, tendem a encantar quem tiver contato com as obras que forem produzidas nestas circunstâncias. Os melhores poemas de amor, por exemplo, foram escritos quando o poeta se sentia amargurado e triste com o abandono da amada. São desse tipo estes versos de encerramento do poema “Canção”, do poeta paulista, de Caçapava, Ubiratan Rosa:

“Não, não; não quero chorar,
vou compor uma canção...
Canta sempre, eternamente,
canta tolo coração...

Canta a dor que te dói tanto,
canta a dor que te consome.
e ao cantares do teu canto,
coração, sossega e dorme...”

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Mundo perde a guerra da droga


Pedro J. Bondaczuk


O mundo está perdendo a guerra para os narcotraficantes”. Essa constatação, feita recentemente pelo presidente norte-americano, George Bush, foi reforçada, ontem, em Bogotá, por uma comissão do Parlamento Andino, que informou acerca do crescimento nas duas pontas da escala de envenenamento e corrupção: na produção de drogas e no seu consumo.

A despeito de campanhas, palestras, artigos e toda a espécie de alertas feitos por diversos meios, mais e mais jovens continuam se viciando, cometendo esse lento e doloroso suicídio, e enriquecendo os grandes cartéis do crime organizado.

Nos Estados Unidos, por exemplo, há pontos de venda de crack (um resíduo da cocaína usado para fumar, ao invés de se aspirar, conforme se faz com o pó maldito) em tamanha profusão quanto há de botequins vendendo bebidas alcoólicas.

Aliás, ambas as drogas transformam seres humanos brilhantes, gente útil e produtiva, em verdadeiros rebotalhos. Em pessoas inúteis para a família, para os amigos, para a sociedade e até (e principalmente) para si próprias.

Por maiores que sejam as campanhas para a erradicação das plantações de coca, de papoula, de maconha e de outras matérias-primas para entorpecentes, estas prosseguem se multiplicando a uma velocidade estonteante. Para cada pé dessas plantas arrancado, são plantados, em média, três. E por quê? Porque a procura pelos tóxicos segue aumentando. E o esquema do vício é sempre o mesmo.

Os futuros “zumbis”, ou mortos-vivos de amanhã, são aliciados em portas de escolas, de clubes e de outros locais freqüentados em especial por adolescentes. A princípio, as drogas são oferecidas gratuitamente. Os asquerosos agentes de corrupção procuram passar a idéia para os garotões de que o uso dos produtos que querem impingir é “coisa para homem”.

Falam com um hipócrita entusiasmo dos “efeitos maravilhosos” que tais substâncias vão lhes causar, mesmo sabendo que não há qualquer maravilha no vício. Indefesos, muitas vezes precisando se auto-afirmar em virtude do tratamento equivocado que recebem dos pais (que procuram “comprar” os filhos ao invés de lhes dedicar um genuíno afeto), esses quase meninos findam por ceder aos apelos dos aliciadores. E com isso, decretam, na maioria das vezes, o seu próprio fim.

Autocondenam-se à morte, lenta, sofrida, dolorosa, angustiante, repleta de medos e de delírios. E o que acontece com os bandidos que estão por trás de tudo isso? Não os “mulas”, que transportam a droga. Não os “bagrinhos”, que as vendem. Não os pés de chinelo, que aliciam novos viciados. Mas os cabeças dessa trama diabólica, considerados pelas Nações Unidas como “inimigos da humanidade”.

Estes ficam cada vez mais ricos, mandam os filhos estudar na Suíça, são chamados de “doutor” e podem até acabar fazendo carreira na política!

(Artigo publicado na página 12, Internacional, do Correio Popular, em 16 de junho de 1989).

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Obra sólida posto que polêmica

Pedro J. Bondaczuk

A obra literária de Virgínia Woolf segue causando polêmica, mesmo passados 73 anos do seu suicídio (completados em 28 de março de 2014). Uns, consideram-na ultrapassada e envelhecida, o que, se fosse verdade, sequer causaria estranheza, dado o tempo em que viveu, muito diferente deste início de século XXI. Outros tantos, no entanto (entre os quais me incluo) acham que ela é atual, sobretudo no que se refere ao comportamento das personagens, com seus dramas, amores, desamores, alegrias, dissabores e relacionamentos, que, em sua essência, não mudaram tanto assim. Apenas adaptaram-se à tal da tão apregoada “modernidade”.

 A rigor, seus livros não são fáceis de ler. Não, óbvio, porque, eventualmente, escrevesse mal, que não era o caso. Muito pelo contrário. Escrevia bem demais! Sua literatura, contudo, foge do convencional. Daí tantas comparações a outros ícones literários, feitas por quem conhece sua obra (como a James Joyce, a Franz Kafka e a Marcel Proust, ou a uma mescla de todos eles, reunidos). Muitos “críticos”, infelizmente, emitem opiniões sem conhecimento de causa. Percebe-se, pelos comentários que fazem, que sequer se deram o trabalho de ler qualquer dos livros de Virgínia Woolf. O chato é que esses sujeitos “fazem cabeças” e espantam leitores que, dessa forma, perdem a oportunidade de conhecer um tipo de literatura original, criativo e, em muitos casos, genial.

Sua obra literária é relativamente vasta, se levarmos em conta o tempo que ela viveu (59) anos e a forma como as mulheres “intelectuais” eram tratadas em sua época. Eram, sobretudo, mal vistas, quando exerciam atividades que fossem diferentes do papel que a sociedade lhes atribuía. E este, salvo uma ou outra exceção, era o casamento, a geração e criação dos filhos e os cuidados do lar. E só. Sua presença em escolas e universidades era encarada com desconfiança e preconceito. E o mundo literário era tido e havido como uma espécie de “clube do Bolinha”, restrito exclusivamente a homens. Tanto que as academias de letras de praticamente todas as partes passaram a aceitar, e assim mesmo com muitas restrições, a presença de escritoras apenas recentemente, por volta dos anos 60 do século passado. Como se talento e competência fosse questão de sexo, o que, claro, não é.

Virgínia Woolf publicou 17 livros, a maioria sem tradução para o português. Considero “Orlando” sua obra-prima. Esse romance, publicado em 1928, é tão fora do convencional, que merece comentários à parte (o que me proponho a fazer oportunamente). Sua primeira obra, “The voyage out”, data de 1915. Já a última foi “Entre os atos”, lançada em 1941, poucos meses após seu suicídio. Quatro de seus 17 livros se destacam, por uma série de razões. O principal, como enfatizei, é “Orlando”. Confesso que não li tudo o que Virgínia Woolf publicou, mas do que li, não tenho nenhuma restrição a fazer, embora a leitura me exigisse grande “ginástica mental” para acompanhar seu raciocínio e compreendê-lo.

Destaco, ainda, da sua produção, os romances “Mrs. Dalloway” (1925) e “Passeio ao farol” (1927), além dos livros de ensaios “Um quarto só para si” (1929) e “The Common Reader”, em dois volumes (1925 e 1932, respectivamente). No ano da sua morte, foi lançada uma coletânea de seus contos, abrangendo o período de 1917 a 1941, esta sim traduzida para o português, sob o título (óbvio) de “Contos completos”.

O romance “Mrs. Dalloway” serviu de inspiração para um filme de muito sucesso de Hollywood, que valeu, inclusive, um Oscar à atriz Nicole Kidman, por sua interpretação de Virginia Woolf. Trata-se de “As horas”. Essa produção cinematográfica é baseada no livro do mesmo nome do escritor Michael Cunningham. O autor mescla, em sua obra, várias histórias fictícias a episódios reais da vida da escritora inglesa. Mistura, todavia, a personagem verdadeira, de carne e osso, no caso Virgínia, com particularidades fictícias da protagonista do romance dela: as de Mrs. Dalloway. É, sem dúvida, uma fórmula bastante original de fazer literatura.

Agora, respondam-me com sinceridade: estou ou não estou com a razão quando afirmo que a vida dessa mulher totalmente fora dos padrões tido como normais da época é, se não mais interessante, tão marcante quanto sua magnífica obra? Sua conduta, seu trauma sexual, seus amores e desamores, suas dúvidas e contradições, tudo, absolutamente tudo é fora do convencional. Sem falar da sua morte, mais dramática do que a da maioria dos personagens de ficção que se conhece. A enciclopédia eletrônica Wikipédia lembra que “em Mrs. Dalloway, Virginia descreve um único dia da personagem, quando ela prepara uma festa”. É mais ou menos como James Joyce fez em seu clássico “Ulysses”. E não houve plágio de nenhuma das partes.


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Monday, September 29, 2014

Todos temos, em maior ou menor quantidade, lembranças amargas de fracassos profissionais, de amores que não deram certo, mas deixaram marcas; de sonhos nunca concretizados ou de ideais que deixamos pelo caminho sem que saibamos a razão. O mais prudente e sábio é, se possível, nos livrarmos dessas “quinquilharias” emocionais, que só ocupam espaço que poderia ser preenchido com recordações agradáveis, de sucessos, de afetos marcantes, de coisas que pareciam impossíveis de serem feitas e que o foram e de novas metas a nos conferirem motivação e sentido. Devemos proceder como fazemos, vez ou outra, com os quartos de “bagunça” que quase todos temos em casa (ou nos fundos de uma garagem) onde acumulamos objetos sem uso, em geral quebrados. Seria mais prático comprar outros, mas teimosamente pensamos em consertá-los um dia, mas nunca os consertamos. Lá um belo dia, criamos coragem e nos desfazemos dessas bugigangas. É certo que não demora muito para preenchermos esse espaço com novas quinquilharias. Com as lembranças, porém, é conveniente não agir assim. É sábio não renovar as que eram ruins e foram descartadas.


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A atitude prudente, que devemos adotar, em nossa busca pela felicidade e saúde mental, é nos livrarmos de lembranças amargas de fracassos profissionais, de amores que não deram certo, de sonhos nunca concretizados ou de ideais que deixamos pelo caminho e nunca mais acumularmos novas recordações dolorosas. Isso é mais questão de auto-condicionamento do que de personalidade. Por que represar emoções inúteis e, pior, que causem sofrimento, nos subterrâneos da alma? O poeta Afonso Schmidt tem um soberbo soneto a esse propósito, intitulado “Barba-azul”. E ele o encerra com estes magníficos tercetos, em que diz:

 “Neste beijo, porei nas tuas mãos suaves
o maldito esplendor das áureas sete chaves
do velho coração...Vem habitá-lo, pois,

não devasses, porém, subterrâneos e fossos;
morrerás de pavor, se vires os destroços
das quimeras que amei e trucidei depois”.

Afinal, não queremos que a amada, quando vier a habitar de vez nosso coração, “morra de pavor” ao ver restos de sonhos, trucidados com requintes de crueldade, não é mesmo?

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Europa preconceituosa



Pedro J. Bondaczuk



O preconceito racial, sob suas diversas formas, vem se manifestando com maior agudeza nos últimos tempos na Europa, justamente um continente que pagou um preço alto demais (em vidas e perdas materiais) por causa dessa autêntica doença comportamental. Estranha-se que uma civilização já consolidada, que adquiriu tradição, abrigue na sua esfera de influência esse tipo de ação. A discriminação, em especial contra pessoas oriundas do Terceiro Mundo, manifesta-se às vezes de maneira apenas sutil, com "indiretas" insinuadas a tais cidadãos acerca dos problemas existentes nos países em desenvolvimento de onde eles procedem, muitos dos quais surgidos com a colaboração dos europeus (os brasileiros, por exemplo, são vistos como "caloteiros" e como depredadores do meio ambiente). Em outras ocasiões, ela é ostensiva, quando não violenta.

Uma de suas formas mais antigas, o antissemitismo, parece ressurgir com grande força agora, 45 anos depois do terrível massacre, que quase eliminou os judeus da face da Terra, num genocídio monstruoso, que contou com a conivência (através do silêncio) de muitos povos que hoje posam como defensores dos direitos humanos e da liberdade e democracia. O episódio de violação de 34 sepulturas na cidadezinha francesa de Carpentras, próxima a Marselha, no Sul da França, talvez nem tenha sido o mais grave caso dos últimos tempos (muitos dos quais até foram omitidos do noticiário). Mas ganha realce por ter ocorrido um dia depois que a Europa comemorou o quadragésimo-quinto aniversário da vitória das forças aliadas sobre os nazistas.

Ninguém fomenta ódios entre os povos impunemente. Rancor gera rancor, violência produz violência e isto é do que menos o mundo precisa na atualidade, quando se defronta com problemas gravíssimos, como a superpopulação, o estado de miserabilidade crescente de dois terços da humanidade, a degradação do meio ambiente, o desaparecimento de inúmeras espécies vegetais e animais, a poluição das águas e do ar, o aquecimento do Planeta que pode conduzir ao "efeito estufa", a ruptura na camada de Ozônio e tantos outros que freqüentam diariamente os noticiários da imprensa.

Gente de mente doentia, que ainda cultiva preconceitos de toda a espécie e dissemina somente rancores inúteis, tem que ser segregada do convívio social. Não contribui em nada para resolver as grandes questões e ainda cria novas. Pessoas que agem assim não passam de parasitas, de homicidas potenciais, de agentes de destruição. Compete aos formadores de opinião pública fazerem alguma coisa para extirpar, de uma vez para sempre, essa terrível doença da alma, responsável por um dos piores conflitos que a humanidade já viveu, que foi a Segunda Guerra Mundial.

(Artigo publicado na página 12, Internacional, do Correio Popular, em 12 de maio de 1990)


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Resgate como fruto do acaso

Pedro J. Bondaczuk

A primeira vez em que ouvi e li o nome de Virgínia Woolf não teve nada a ver com Literatura. Pelo menos não especificamente. Na ocasião, sequer sabia que ela foi escritora. Aliás, desconhecia, até, que tivesse “existido”. Foi há muito tempo, lá pelos idos de meados dos anos 60 do século passado (se não me engano, foi em 1968). Na ocasião, um filme, então muito badalado, estava em exibição na cidade, aqui em Campinas, protagonizado pelo casal Elizabeth Taylor e Richard Burton. Eu era na oportunidade o que se pode classificar de “cinéfilo”, posto que não tão fanático quanto alguns integrantes do meu círculo de amigos, jovens universitários antenados em tudo o que se referisse à sétima arte. Colecionava críticas, lia, avidamente, a publicação “Cahiers Du cinema” tão em voga na ocasião e não perdia nenhuma das grandes produções cinematográficas, quer de Hollywood, quer as francesas, italianas ou suecas.

O filme em questão era “Quem tem medo de Virgínia Woolf?”. Baseava-se na peça teatral, do mesmo nome, de Edward Albee, que vim a assistir anos depois. Apesar de relativamente “cinéfilo”, se é que me possa classificar assim com essa relatividade, minha preferência, em termos de dramaturgia, era, e ainda é (mais do que nunca) pelo teatro. Uma coisa me intrigou na ocasião: qual a razão do filme ter esse nome, se Virgínia Woolf não aparecia no enredo em momento algum, sequer por mera referência de algum personagem? Fiquei matutando: “Quem é essa mulher? O que ela faz? Existiu de fato ou foi um nome qualquer que veio, subitamente, à cabeça do autor da história?

Foi só então, pesquisando em arquivos e bibliotecas, que cheguei primeiro à obra, e na sequência, à biografia de Virgínia Woolf. Hoje posso afirmar, sem medo de contestações, que conheço tanto a seu respeito quando os que conviveram com ela. Exageros à parte., claro Muito tempo depois descobri que Albee fez uma brincadeira, por aproximação, com  o nome de Virgínia. Suprimiu um “o” do seu sobrenome e obteve a palavra “wolf” que em inglês significa “lobo”. Ainda assim, não entendia a razão do nome que deu à peça.

Foi em uma revista norte-americana, na “Time”, que fiquei sabendo que Albee pretendeu parodiar a célebre canção infantil “Quem tem medo do lobo mau?”. Ainda assim, o título da peça (transformada em filme) não tem nada, rigorosamente nada a ver com o enredo. E muito menos com Virgínia. Todavia, por vias transversas, o autor trouxe à baila a escritora inglesa, que andava um tanto esquecida. Despertou a curiosidade em muita gente – e em mim também, claro – ávida por saber quem era essa figura, supostamente temível, que emprestou o nome a uma peça, adaptada para um filme de cinema, ambos de tanto sucesso.

Para que o leitor tenha uma idéia do êxito dessa produção cinematográfica – dirigida por Mike Nichols, tendo, nos principais papeis Elizabeth Taylor, Richard Burton, George Segall e Sandy Dennis – basta dizer que foi indicada para onze categorias do Oscar em 1967. Ganhou cinco estatuetas: melhor atriz (Elizabeth Taylor), melhor atriz coadjuvante (Sandy Dennis), melhor fotografia preto e branco (Haskel Wexler), melhor figurino preto e branco e melhor direção de arte preto e branco. Obteve, ainda, outros prêmios importantes, como o Bafta, do Reino Unido, de 1967 e o Globo de Ouro do mesmo ano.

Premiação maior, todavia, foi a de Virgínia Woolf, trazida à baila, com tamanho estardalhaço, em um filme de tamanha bilheteria mundo afora (está entre os mais assistidos de todos os tempos). Isso sem falar na peça que lhe deu origem, encenada nos principais teatros das grandes metrópoles mundiais até os dias atuais. E isso sem precisar ter feito nada, rigorosamente nada, a não ser ter “existido”. Não precisou, no caso, ter escrito coisa alguma, ter cometido as maluquices que cometeu, ter violado os padrões morais da sua época. Em suma, não fez nada, nada, nada para ser “ressuscitada”.

Seu nome deve ter vindo à mente de Edward Albee por acaso, quando este estava à procura de um título para sua peça. Se foi ou não, ninguém sabe. O autor jamais revelou o que o levou a denominar sua produção teatral daquela maneira. A única certeza que se tem, e que é óbvia, é que ele pelo menos já ouvira pelo menos falar de Virgínia Woolf (provavelmente, até, leu algum de seus livros). Objetivamente, isso nada tem a ver com a biografia da escritora inglesa. Merece, porém, citação, por haver despertado a curiosidade do mundo sobre quem foi essa figura. Se eu me interessei em saber de quem se tratava, é provável que alguns milhares de amantes de literatura tiveram o mesmíssimo interesse. Eis aí o dedo do acaso, circunstância que tanto cito em meus textos, atuando para resgatar a memória de alguém, que não merecia e nem merece ser esquecido.


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Sunday, September 28, 2014

As pessoas que sabem vislumbrar beleza até onde esta, objetivamente, não exista (ou pareça não existir) são rotuladas, pelos pessimistas e renitentes derrotistas, de “utópicas”. Confesso que comungo dessa utopia. Procuro sempre ver o lado positivo, nobre e belo da vida, sem, contudo, ignorar ou negar a existência do oposto (mas no sentido de modificá-lo para melhor). O antônimo da utopia é chamado de “distopia”. É o comportamento de muitos (talvez, infelizmente, a maioria) que só enxergam o lado perverso, ruim e feio da vida. São, no meu entender, mais alienados do que os que vêem apenas o aspecto positivo, belo e nobre de tudo. E, na sua alienação, são infelizes, mesmo que tenham a seu favor tudo o que alguém necessite para alcançar felicidade.


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Muitas pessoas não alcançam a felicidade por não estarem predispostas a ela. Apostam no negativo e este se impõe e se manifesta, com todo o vigor, em suas vidas amargas e cinzentas. O poeta Murilo Mendes fez uma brincadeira, no poema “O utopista”, e caracterizou o distópico, como sendo utópico. Escreveu:

“Ele acredita que o chão é duro.
Que todos os homens estão presos.
Que há limites para a poesia.
Que não há sorrisos nas crianças
nem amor nas mulheres.
Que só de pão vive o homem.
Que não há um outro mundo”.

Quem nutre estas crenças e se comporta dessa maneira, reitero, jamais conseguirá ser feliz. Mesmo que o chão não seja macio, que nenhum homem seja livre, que a poesia seja limitada, que as crianças sejam sisudas, que as mulheres não saibam amar, que o homem viva somente em função da comida e que, com a morte, tudo termine, não há mal algum em pensar no oposto, se isso trouxer alegria e motivação para viver.

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Guerra econômica no Líbano


Pedro J. Bondaczuk


A retirada das tropas israelenses do Líbano vem se desenvolvendo num ritmo acelerado, tendo sido iniciada ontem a segunda etapa do seu cronograma, que prevê a volta para casa de dez mil soldados de Israel, no máximo até junho. Apesar de alguns confrontos e atitudes hostis de parte a parte, no geral o processo se realiza de uma maneira até menos traumática do que muitos observadores temiam que ocorresse.

Entretanto, o Líbano que os israelenses estão deixando, quase três anos após o desfecho da operação “Paz para a Galiléia”, que visava a escorraçar para longe das fronteiras de Israel diversos grupos de palestinos que alvejavam seguidamente povoações judias de território libanês) é um país destroçado. Destroçado e falido, muito diferente daquele que as tropas encontraram quando da invasão.

O problema atual do Líbano já nem é mais tanto a guerra civil, que caminha para completar uma década, com a qual o povo aprendeu a conviver. É a recessão econômica, o visível empobrecimento nacional, com a outrora fortíssima e cobiçada libra libanesa batendo sucessivos (e quase diários) recordes de desvalorização.

O conflito interno, no seu início, trouxe até mesmo alguns lucros para esse país, situação que perdurou até 1982. Estes eram provenientes das seguidas “injeções” de dólares dos países árabes, que visavam a financiar as facções litigantes que apoiavam com crescentes recursos, mormente os guerrilheiros palestinos.

Era o que o atual ministro Selim Hoss, um especialista em economia, com muita lucidez, classificou de “turismo em uniforme”, representado por soldados sírios e de outras nacionalidades, que íam para o Líbano munidos de recursos para uma vida decente num país estrangeiro.

O ex-ministro das Finanças daquele tempo, Elias Saba, testemunha que “a renda individual de então atingiu seu máximo e que as divisas vindas de fora mais do que compensaram qualquer baixa do PNB que houvesse sido causada pela guerra”. Diante disso, pode-se dizer que, no período, o conflito até que compensou (do ponto de vista financeiro) para os libaneses.

Entretanto, a operação “Paz para a Galiléia” praticamente acabou com isso. Expulsou os palestinos, destinatários do maior volume de ajuda dos árabes e que mais gastavam esse dinheiro no mercado do Líbano. Os sírios restringiram a sua atuação ao Vale do Bekkaa e à proximidade da sua própria fronteira, fazendo circular menos divisas, principalmente numa Beirute arrasada, sitiada e sob constante bombardeio.

Hoje a situação da ex “Suíça do Oriente Médio” é para lá de desesperadora. As reservas de moeda estrangeira caíram abruptamente, nos últimos dois anos, de US$ 2,7 bilhões para menos de US$ 400 milhões. Isso, para um país que importa 70% do que consome, é arrasador!

A inflação e o desemprego subiram à estratosfera. Apenas no mês de janeiro, as taxas inflacionárias alcançaram 35% e com tendências de crescimento muito mais acentuado.

É indispensável que se faça, com urgência, um esforço internacional para socorrer o Líbano. Caso contrário, a advertência feita na semana passada por Ghassan Seblani, líder da milícia xiita Amal, será concretizada em questão de dias ou, quando muito, semanas. Ele disse, fundamentado não apenas naquilo que vê, mas no que sente na própria carne: “Se a crise continuar fora de controle como está, levará a um extremismo que acabará conosco antes dela. Será a destruição do Líbano que conhecemos hoje”. E, ressalte-se, a sociedade libanesa atual está a milhões de anos-luz de distância da ideal...

(Artigo publicado na página 12, Internacional, do Correio Popular, em 7 de março de 1985).


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Vida que explica a obra

Pedro J. Bondaczuk

A vida de Virgínia Woolf foi turbulenta e dramática, em conseqüência, principalmente, de seus graves problemas psicológicos, decorrentes, como se pode deduzir, de um trauma sexual que sofreu no final da infância. Alguns leitores estranham o fato de eu me deter em suas dificuldades pessoais, em detrimento da sua atuação como escritora, na qual se destacou como estrela (ou uma das estrelas) do modernismo no período entre as duas guerras mundiais.. Alguns críticos comparam-na com o irlandês James Joyce, embora considerem este mais fundamental e genial do que ela. Discordo, embora não negue meu apreço e admiração (e nem poderia) pelo autor de “Ulysses”.

Essa opinião tem muito a ver com preconceito em relação às mulheres. Recorde-se que elas conquistaram o status de que gozam atualmente, depois de muita luta, apenas a partir do início dos anos 60 do século passado. Até então... Outros tantos críticos vêem na obra de Virgínia Woolf traços característicos de Franz Kafka. Há, até, quem veja em suas narrativas influências de Marcel Proust. É possível. A meu ver, sua obra não é valorizada devidamente. Virgínia tinha todas as características literárias citadas e muito mais. Há que se resgatar, portanto, seus livros, um tanto obscurecidos e não valorizados como merecem em decorrência da dramaticidade da sua vida, que chama muito mais a atenção e é muito mais enfatizada do que aquilo que escreveu .

Venho concentrando meu foco nos aspectos pessoais da sua biografia não por amor a escândalos e a fofocas, como possa parecer aos desavisados ou mal intencionados, mas exatamente para que se tenha melhor compreensão sobre sua produção literária e sobre o que a motivou a seguir a linha que seguiu. Sua ambigüidade sexual reflete-se em seus livros, notadamente em “Orlando”, o personagem “hermafrodita” que, subitamente, dormiu homem e acordou mulher, sobre o qual discorrerei oportunamente.

Tomei por base, para esta série de comentários, várias fontes, com destaque para três delas. A principal, sem dúvida, é a excelente biografia escrita por Quentin Bell que, aliás, tinha pleno conhecimento de causa, por ter convivido intimamente com a escritora e testemunhado, portanto, inúmeros episódios que narra, em muitos dos quais foi copartícipe, quando não protagonista. Afinal, além de escritor, metódico e meticuloso, foi parente da biografada, seu sobrinho, filho da irmã dela, Vanessa, e de Clive Bell. Seu livro, cuja leitura recomendo a quem tenha acesso a ele – mas que pode ser encontrado, somente, em sebos, já que data de 60 anos – “Virgínia Woolf: uma biografia (1882-1941)” – contém informações que não se encontram em nenhuma obra de outros biógrafos.

Outra fonte de que me valho é o excelente ensaio do jornalista e historiador Euler França Belém. O texto, longo, mas em deliciosa linguagem coloquial, pode ser encontrado na versão eletrônica da Revista Bula (WWW.revistabula.com). O título é objetivo e direto: “Virgínia Woolf tentou ‘curar’ sua loucura pelo suicídio”. Foi o que ela, de fato, fez. Pelo menos foi o que admitiu na dramática carta de despedida que escreveu para o marido (que ela confessou ter sido o amor da sua vida) Leonard Woolf. Recorri a outras fontes, a maioria artigos de revistas e de jornais, alguns de publicações inglesas, que na verdade não acrescentaram muita coisa à minha visão sobre a vida e a obra dessa escritora que oscilou, o tempo todo, entre a genialidade e a absoluta insanidade mental.

Muitos vêem enorme contradição no fato de Virgínia, que foi apaixonada por duas mulheres (primeiro, Madge, e posteriormente, Violet Dickinson) e que tinha horror a sexo e era, confessadamente, frígida (mais fria na cama do que um freezer), haver se casado. “Foi um casamento sem coito?”, é a pergunta imediata e recorrente que nos vem à mente. Ou a mulher fez apenas o papel de mero objeto sexual, satisfazendo o parceiro, sem que sequer pensasse na própria satisfação? Sabe-se lá. Creio que a segunda alternativa seja a verdadeira, ou pelo menos a mais provável.

Alguns biógrafos opinaram que o casamento foi mais um arranjo comercial do que propriamente matrimônio de fato. Afinal, seu marido foi, simultaneamente, seu sócio na bem sucedida editora Hogarth Press, fundada em 1917, cinco anos após o casal haver se casado, e que revelou vários escritores consagrados – um dos quais, o poeta T. S. Eliot, conquistou um Prêmio Nobel de Literatura – como a escritora Katherine Mansfield, entre tantos outros. O que sei a propósito dessa insólita personagem, me induz a discordar dessas insinuações. Todos os que conviveram com Leonard Woolf são unânimes em descrevê-lo como homem paciente, generoso, honesto e sincero, capaz de qualquer sacrifício para beneficiar a pessoa que amasse. E perdidamente apaixonado, conforme opinião quase unânime, por Virgínia.

A propósito de sua generosidade, basta citar o fato de que, embora fosse escritor de grandes predicados e virtudes literárias, optou por se ofuscar, por assumir papel secundário e obscuro, em favor da mulher, na qual vislumbrava virtudes raras muito superiores às suas. Euler França Belém destaca, em seu revelador ensaio, que “a união com Leonard aumentou o seu (de Virgínia) equilíbrio emocional e a sua segurança como escritora. E informa: “O curioso é que a família Stephen não avisou Leonard dos problemas de saúde de Virgínia. Tudo indica que a família procurou esconder que Virgínia era ‘meio louca’, com medo que Leonard desistisse do casamento”. Todavia... não desistiu.

Assim que descobriu o estado de contínua depressão da esposa, nada o impedia de pedir o divórcio. Por que não o fez? Por interesse comercial? Dificilmente. Até porque, nesse aspecto, teria muitas e mais tranqüilas opções no mercado. Leonard manteve um casamento de 29 anos, com uma mulher mentalmente desequilibrada, sexualmente frígida e que tinha asco por sexo, até a trágica morte dela, por uma, e uma única razão: amor. Na minha ótica, ele é o personagem mais nobre e exemplar de toda essa insólita história.


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Saturday, September 27, 2014

A vida da grande maioria das pessoas – tanto das que vivem hoje, quanto dos milhões que já viveram desde o surgimento do homem – é rotineira e vazia, por causa da personalidade, educação, oportunidades e, principalmente, circunstâncias de cada uma. Os valores e objetivos humanos, geralmente, são ilusórios e pequenos, mesmo dos que são tidos e havidos como “vencedores”. Dois terços da humanidade, infelizmente, vivem na miséria e têm diante dos olhos cenários cinzentos, paupérrimos, feios, horrorosos, horrendos, para que o um terço restante se regale e viva com conforto e até desregramento. Todavia, nem por isso as pessoas punidas pelas circunstâncias precisam abrir mão da beleza. Afinal, o mais puro e encantador lírio brota, também, nos mais infectos pântanos.

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Mesmo uma vida “perdida”, pelos critérios atuais de sucesso, não precisa, necessariamente, ser feia e desoladora. Pode ser vazia, difícil e sofrida, mas, ainda assim, bela. Para isso, é necessário, no entanto, que cultivem, desde tenra infância, até por instinto, o senso estético. Se puderem criar obras belas e harmoniosas, que encantem a vista e alegrem o coração, tanto melhor. Caso contrário, apenas a capacidade de identificá-las (e valorizá-las) já transforma (para melhor) a vida de qualquer um, por maiores que sejam sua carência e seu desamparo. Curiosamente, nos lugares mais sombrios e desoladores, emergem, com freqüência, refinados artistas, que captam beleza até no próprio ar e a transmitem por palavras, cores e sons. Um dos versos do poema “Retrato”, de Cecília Meirelles, diz a propósito:

“Meus pés vão pisando a terra
que é a imagem da minha vida:
tão vazia, mas tão bela,
tão certa, mas tão perdida!”

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Livros que recomendo:

“Balbúrdia Literária”José Paulo Lanyi – Contato: jplanyi@gmail.com
“A Passagem dos Cometas” – Edir Araújo – Contato: edir-araujo@hotmail.com
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“Um dia como outro qualquer” – Fernando Yanmar Narciso.  

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