Saturday, July 07, 2018

Reflexão do dia


O OBJETIVO PRIORITÁRIO DO ESCRITOR

Todo escritor (salvo exceções) é, em certa medida, idealista. Tem algum tipo de mensagem a transmitir ao mundo, caso contrário, não escreveria. Ninguém o obriga a fazê-lo. Duvido, porém, que algum deles, quando se propõe a produzir um livro, esteja de olho, “apenas” no dinheiro que este poderá render. Se estiver, certamente é um alienado. Dá para contar nos dedos de uma só mão (e ainda assim, provavelmente, ficarão de fora o anular e o indicador) quantos escritores enriqueceram, apenas, com Literatura. Pondero que não considero como tal essa enxurrada de lixo cultural que algumas editoras nos impingem e que, para o nosso aborrecimento e desgosto, lhes assegura o faturamento e lucros consideráveis nos balanços de fim de ano em detrimento do que vale a pena ser escrito, impresso, publicado e, sobretudo, lido. Quando proponho, portanto, que o escritor divulgue, por todos os meios possíveis ao seu alcance, o fruto do seu tremendo trabalho (e quem escreve sabe do desgaste físico, mental e, principalmente, psicológico e emocional que isso implica), não penso, evidentemente, em cifrões. Mas... se essa ação impulsionar vendas, pergunto: que mal haverá nisso? Significará, caso eu consiga me tornar um best-seller, que sou mercenário? O lucro (caso venha) será consequência, nunca objetivo.

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PESCA EM ÁGUAS TURVAS

Prosseguindo em minha tentativa de “pesca em águas turvas”, tenho uma nova proposta a fazer às editoras. Diz-se que a internet dá visibilidade a escritores e facilita negócios. É isso o que venho tentando, há algum tempo, conferir. Tenho mais um livro, absolutamente inédito, a oferecer. Seu título é: “Dimensões infinitas”, que reúne 30 ensaios sobre temas dos mais variados e instigantes. Abordo, em linguagem acessível a todos, num estilo coloquial, assuntos tais como as dimensões do universo (tanto do macro quanto do microcosmo), o fenômeno da genialidade, a fragilidade dos atuais aparatos de justiça, o mito da caverna de Platão, a secular busca pelo lendário Eldorado, o surgimento das religiões, as tentativas de previsão do futuro e as indagações dos filósofos de todos os tempos sobre nossa origem, finalidade e destino, entre outros temas. É um livro não somente para ser lido, mas, sobretudo, para ser refletido. Meu desafio continua sendo o mesmo de quando iniciei esta tentativa de “pesca em águas turvas”. Ou seja, é o de motivar alguma editora a publicá-lo, sem que eu precise ir até ela e nem tenha que contar com algum padrinho, mas apenas pela internet, e sem que eu precise bancar a edição (já que não tenho recursos para tal). Insistirei nesta tentativa todos os dias, sem limite de tempo. Para fecharmos negócio, basta que a eventual editora interessada (e espero que alguma se interesse, pois o produto é de qualidade) entre em contato comigo no inbox do Facebook ou pelo e-mail pedrojbk@gmail.com. Quem se habilita?


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CITAÇÃO DO DIA:


Sambista de São Paulo 

Quando se diz de Adoniran Barbosa haver ele sido o sambista de São Paulo, a pronta aceitação do epiteto já tornado lugar comum leva nos a esquecer amiúde sua significação mais fundamental. Ele não fez jus ao epiteto pelo simples fato de aqui ter nascido e de aqui ter sempre vivido, nem tampouco por aqui ter produzido, superiormente embora, um simulacro daquilo de que o Rio detinha a patente e de que fornecia os estereótipos. Mereceu, antes e acima de tudo, porque conseguiu criar um samba diferencialmente paulista. Essa diferencialidade se ostenta, desde logo, no uso habilidoso para fins de um humor por vezes tragicômico, da fala acaipirada, aqui e ali engastada de um italianismo que se ouve nas ruas da cidade e de que Adoniran tirava efeitos saborosos, como o staccato do "dindin donde" e o melodramático de "cada tauba que caía, doía no coração", de "Saudosa Maloca", ou então a "lâmpida" – homem de quem "As Mariposas" – mulheres – dão "vorta em vorta". 

(José Paulo Paes, no ensaio "Samba, estereótipos, desforra" publicado no jornal Folha de S. Paulo, em 19 de dezembro de 1982 e reproduzido no livro "Figuras do Brasil - 80 autores em 80 anos de Folha").



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