Tuesday, July 10, 2018

Reflexão do dia


NÃO ESTAMOS PREPARADOS PARA O ESQUECIMENTO

A fama é o grande sonho da imensa maioria das pessoas mundo afora. Claro que elas entendem como implícito o fato de, ao se tornarem famosas, terão acesso, também, à fortuna. Neste Brasil de dimensões continentais, de tantos e tamanhos contrastes, é raro, por exemplo, o menino pobre da periferia que não sonhe em ser um jogador de talento, com prestígio internacional, muita fama e a riqueza que essa condição lhe possa trazer. As meninas, por seu turno, sonham em serem modelos, ou atrizes, ou cantoras de grande projeção. Infelizmente, poucos sonham em serem cientistas, ou escritores ou mesmo filósofos e muito menos professores. Pudera! Ademais, praticamente ninguém se lembra do lado negativo da fama, e muito menos quando esta se dissipa. A pensadora Hannah Arendt observou, a propósito, em um de seus tantos textos: “Nada mais efêmero em nosso mundo, nada de mais precário que esta forma de conquista conferida pelo renome. Nada ocorre com tanta rapidez e facilidade do que o esquecimento”. E quando este sobrevém, e dificilmente deixa de sobrevir, raríssimos estão preparados espiritualmente, se é que exista alguém com tal preparo, para conviver com essa situação que quase nunca deixa de ocorrer, mas para a qual as pessoas não se previnem.
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PESCA EM ÁGUAS TURVAS

Prosseguindo em minha tentativa de “pesca em águas turvas”, tenho uma nova proposta a fazer às editoras. Diz-se que a internet dá visibilidade a escritores e facilita negócios. É isso o que venho tentando, há algum tempo, conferir. Tenho mais um livro, absolutamente inédito, a oferecer. Seu título é: “Dimensões infinitas”, que reúne 30 ensaios sobre temas dos mais variados e instigantes. Abordo, em linguagem acessível a todos, num estilo coloquial, assuntos tais como as dimensões do universo (tanto do macro quanto do microcosmo), o fenômeno da genialidade, a fragilidade dos atuais aparatos de justiça, o mito da caverna de Platão, a secular busca pelo lendário Eldorado, o surgimento das religiões, as tentativas de previsão do futuro e as indagações dos filósofos de todos os tempos sobre nossa origem, finalidade e destino, entre outros temas. É um livro não somente para ser lido, mas, sobretudo, para ser refletido. Meu desafio continua sendo o mesmo de quando iniciei esta tentativa de “pesca em águas turvas”. Ou seja, é o de motivar alguma editora a publicá-lo, sem que eu precise ir até ela e nem tenha que contar com algum padrinho, mas apenas pela internet, e sem que eu precise bancar a edição (já que não tenho recursos para tal). Insistirei nesta tentativa todos os dias, sem limite de tempo. Para fecharmos negócio, basta que a eventual editora interessada (e espero que alguma se interesse, pois o produto é de qualidade) entre em contato comigo no inbox do Facebook ou pelo e-mail pedrojbk@gmail.com. Quem se habilita?


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CITAÇÃO DO DIA:


O bom fã 

Ser bom fã não é só gostar de ir ao cinema. (Cf.: O sertanejo é, antes de tudo, um forte). É preciso também saber ir ao cinema. O sujeito, por exemplo, que senta muito longe da tela, tem para mim o estigma do mau fã. A dignidade é sentar nas dez primeiras filas, variando a distância conforme o cinema a que se vai.

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Falar no cinema 

Agora, o grande traço do mau fã é falar no cinema. O indivíduo, ou indivídua, que fala durante a projeção, merece a forca. E os há de variegadas espécies. Há os que lêem alto os letreiros, e esses são a peste. Há os sonambúlicos, que murmuram contra o vilão, torcem pelo “mocinho”, avisam o herói do perigo que o espreita, engrolam pequenas frases a propósito de determinadas atitudes da heroína. São fãs idióticos, menos cacetes, às vezes até gozados. No entanto, dentro do tipo em epígrafe, o mais irritante é o que chuchota histórias que nada têm a ver com o que se está passando ali. É uma especialidade de mulheres, que vão com amigas ao cinema, para fazer hora.

(Vinícius de Moraes, crônica “O Bom e O Mau Fã”, livro “O Cinema de Meus Olhos”, Companhia das Letras, 1991).



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