NÃO ESTAMOS PREPARADOS PARA O
ESQUECIMENTO
A fama é o grande sonho da
imensa maioria das pessoas mundo afora. Claro que elas entendem como
implícito o fato de, ao se tornarem famosas, terão acesso, também,
à fortuna. Neste Brasil de dimensões continentais, de tantos e
tamanhos contrastes, é raro, por exemplo, o menino pobre da
periferia que não sonhe em ser um jogador de talento, com prestígio
internacional, muita fama e a riqueza que essa condição lhe possa
trazer. As meninas, por seu turno, sonham em serem modelos, ou
atrizes, ou cantoras de grande projeção. Infelizmente, poucos
sonham em serem cientistas, ou escritores ou mesmo filósofos e muito
menos professores. Pudera! Ademais, praticamente ninguém se lembra
do lado negativo da fama, e muito menos quando esta se dissipa. A
pensadora Hannah Arendt observou, a propósito, em um de seus tantos
textos: “Nada mais efêmero em nosso mundo, nada de mais precário
que esta forma de conquista conferida pelo renome. Nada ocorre com
tanta rapidez e facilidade do que o esquecimento”. E quando este
sobrevém, e dificilmente deixa de sobrevir, raríssimos estão
preparados espiritualmente, se é que exista alguém com tal preparo,
para conviver com essa situação que quase nunca deixa de ocorrer,
mas para a qual as
pessoas não se previnem.
.
@@@
PESCA
EM ÁGUAS TURVAS
Prosseguindo
em minha tentativa de “pesca em águas turvas”, tenho uma nova
proposta a fazer às
editoras. Diz-se que a
internet dá visibilidade a escritores e facilita negócios. É isso
o que venho tentando,
há já algum
tempo, conferir. Tenho
mais um livro,
absolutamente inédito, a oferecer.
Seu título é: “Dimensões
infinitas”, que
reúne 30 ensaios sobre temas dos mais variados e instigantes.
Abordo, em linguagem acessível a todos, num
estilo coloquial, assuntos tais
como as dimensões do universo (tanto do macro quanto do microcosmo),
o fenômeno da genialidade, a
fragilidade dos atuais aparatos de justiça, o mito da caverna de
Platão, a secular busca pelo lendário Eldorado, o surgimento das
religiões, as tentativas de previsão
do futuro e as indagações dos filósofos de
todos os tempos sobre
nossa origem, finalidade e destino, entre outros temas.
É um livro não
somente para ser lido, mas, sobretudo, para
ser refletido.
Meu desafio continua
sendo o mesmo de quando iniciei esta tentativa de “pesca em águas
turvas”. Ou seja, é
o de
motivar alguma editora a publicá-lo, sem que eu precise ir até ela
e nem tenha que contar com algum padrinho, mas
apenas pela internet, e sem que eu precise
bancar a edição (já que não tenho recursos para tal). Insistirei
nesta tentativa todos os dias, sem limite de tempo. Para
fecharmos negócio, basta
que a eventual editora interessada (e espero que alguma se interesse,
pois o produto é de qualidade) entre em contato comigo no inbox do
Facebook ou pelo e-mail pedrojbk@gmail.com.
Quem se habilita?
@@@
CITAÇÃO DO DIA:
O bom fã
Ser bom fã não
é só gostar de ir ao cinema. (Cf.: O sertanejo é, antes de tudo,
um forte). É preciso também saber ir ao cinema. O sujeito, por
exemplo, que senta muito longe da tela, tem para mim o estigma do mau
fã. A dignidade é sentar nas dez primeiras filas, variando a
distância conforme o cinema a que se vai.
***
Falar no cinema
Agora, o
grande traço do mau fã é falar no cinema. O indivíduo, ou
indivídua, que fala durante a projeção, merece a forca. E os há
de variegadas espécies. Há os que lêem alto os letreiros, e esses
são a peste. Há os sonambúlicos, que murmuram contra o vilão,
torcem pelo “mocinho”, avisam o herói do perigo que o espreita,
engrolam pequenas frases a propósito de determinadas atitudes da
heroína. São fãs idióticos, menos cacetes, às vezes até
gozados. No entanto, dentro do tipo em epígrafe, o mais irritante é
o que chuchota histórias que nada têm a ver com o que se está
passando ali. É uma especialidade de mulheres, que vão com amigas
ao cinema, para fazer hora.
(Vinícius
de Moraes, crônica “O Bom e O Mau Fã”, livro “O Cinema de
Meus Olhos”, Companhia das Letras, 1991).
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
No comments:
Post a Comment