Crise no campo
Pedro J. Bondaczuk
As condições na agropecuária
brasileira são cada vez mais desestimulantes, principalmente para as
pequenas e médias empresas do setor, aumentando a taxa de desemprego
também no campo. Recente levantamento, divulgado pela imprensa, dá
conta de que, em apenas doze anos, 2,5 milhões de pessoas,
empregadas nessa atividade, foram demitidas. O setor mais atingido é
o de produção de leite, despreparado para enfrentar a concorrência
externa.
Há anos, o que os pequenos e
médios produtores arrecadam mal dá para cobrir custos.
Investimentos em novas tecnologias, nem pensar. O setor é cada vez
mais dominado pelas gigantes dos laticínios e até por
multinacionais, que ganham, disparadas, em termos de qualidade
oferecida ao consumidor.
Muitas dessas empresas
"nanicas", inclusive, fecharam as portas, ou estão em vias
de encerramento de atividades, desempregando mais e mais pessoas no
campo, que certamente irão engrossar os contingentes de carentes nas
grandes cidades, já tão atormentadas por tantos problemas sociais.
Seria uma medida saudável, e
de bom senso, o lançamento de um programa de financiamento, a juros
subsidiados, para esses pequenos produtores poderem, quem sabe, um
dia se tornar grandes. Ou pelo menos sobreviver.
(Editorial número dois,
publicado na página 2, Opinião, do Correio Popular, em 23 de junho
de 1998).
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