Friday, January 22, 2016

Vitória da eficiência


Pedro J. Bondaczuk


O Vasco da Gama, para decepção da sua torcida (e para a alegria dos flamenguistas, cujo presidente, Kleber Leite, chegou a publicar uma mensagem de gozação, de página inteira, nos cinco maiores jornais do Rio de Janeiro), viu frustrado o sonho de conseguir o título de campeão mundial interclubes de futebol, no ano do seu centenário, ao perder, em Tóquio, para o Real Madrid, por 2 a 1. Foi a vitória da técnica sobre o mero entusiasmo.

É certo que os dois times tiveram, virtualmente, chances iguais, em especial no segundo tempo. Mas os espanhóis mostraram mais força de conjunto e exploraram, principalmente, as deficiências da defesa vascaína. Os dois gols madrilenhos foram frutos de falhas dos zagueiros. No primeiro, houve a infelicidade de Nasa, desviando, para as próprias redes, um chute do lateral Roberto Carlos. No segundo, Vítor e Odivan tomaram dribles desconcertantes do sempre oportunista Raúl. O sonho do Vasco, portanto, fica adiado por pelo menos mais um ano.

Em âmbito doméstico, está mais emocionante do que nunca a disputa pelo título de campeão brasileiro desta temporada. Mas seja como for, mesmo que não chegue às finais, o Cruzeiro, em termos técnicos, foi a equipe que mostrou o futebol mais vistoso e eficiente, além de invejável preparo físico, dos quatro semifinalistas. Foi épica a sua classificação em Buenos Aires, frente ao San Lorenzo (e não Racing, como escrevemos na coluna da semana passada) para as finais da Copa Mercosul! E depois dessa heróica batalha, o time manteve o pique, no Canindé, frente à excelente Lusa. Que campeonato! Digno das melhores tradições do futebol tetracampeão mundial!

(Artigo divulgado na revista eletrônica "Barão Virtual", na Internet, na terceira semana de março de 1999)

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