Vitória da eficiência
Pedro J. Bondaczuk
O
Vasco da Gama, para decepção da sua torcida (e para a alegria dos
flamenguistas, cujo presidente, Kleber Leite, chegou a publicar uma mensagem de
gozação, de página inteira, nos cinco maiores jornais do Rio de Janeiro), viu
frustrado o sonho de conseguir o título de campeão mundial interclubes de
futebol, no ano do seu centenário, ao perder, em Tóquio, para o Real Madrid,
por 2 a 1. Foi a vitória da técnica sobre o mero entusiasmo.
É
certo que os dois times tiveram, virtualmente, chances iguais, em especial no
segundo tempo. Mas os espanhóis mostraram mais força de conjunto e exploraram,
principalmente, as deficiências da defesa vascaína. Os dois gols madrilenhos
foram frutos de falhas dos zagueiros. No primeiro, houve a infelicidade de
Nasa, desviando, para as próprias redes, um chute do lateral Roberto Carlos. No
segundo, Vítor e Odivan tomaram dribles desconcertantes do sempre oportunista
Raúl. O sonho do Vasco, portanto, fica adiado por pelo menos mais um ano.
Em
âmbito doméstico, está mais emocionante do que nunca a disputa pelo título de
campeão brasileiro desta temporada. Mas seja como for, mesmo que não chegue às
finais, o Cruzeiro, em termos técnicos, foi a equipe que mostrou o futebol mais
vistoso e eficiente, além de invejável preparo físico, dos quatro
semifinalistas. Foi épica a sua classificação em Buenos Aires, frente ao San
Lorenzo (e não Racing, como escrevemos na coluna da semana passada) para as
finais da Copa Mercosul! E depois dessa heróica batalha, o time manteve o
pique, no Canindé, frente à excelente Lusa. Que campeonato! Digno das melhores
tradições do futebol tetracampeão mundial!
(Artigo divulgado na revista eletrônica
"Barão Virtual", na Internet, na terceira semana de março de 1999)
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