Tentando entender a
debandada
Pedro
J. Bondaczuk
O “Literário” é um
espaço da internet, criado pelo jornalista e escritor José Paulo Lanyi, cujo
objetivo principal é a veiculação e o consequente debate livre, e sem nenhuma
espécie de censura, de idéias. Daí o slogan adotado há já algum tempo
(“copiado”, destaco, do blogueiro Jair Alves, para dar o devido crédito): “Um
blog que pensa”. Esse é, sempre foi e continuará sendo nosso objetivo principal
(posto que não o único). Ou seja, o de induzir os que nos honram com sua
freqüência diária a raciocinar sobre tudo e sobre todos e a expressar, ou por
textos encaminhados a este editor, ou utilizando o espaço de comentários
existente no rodapé de cada coluna, sua opinião a propósito, concordando ou
discordando, mas sempre em alto nível, como todo debate sadio que se preze
requer. Fracassamos, todavia, pelo menos até aqui, nesse aspecto.
Explico. A tão
desejável interação não vem ocorrendo e raramente ocorreu. Apenas a doutora
Mara Narciso, que nos honra com seu saber e que ilustra nosso espaço,
semanalmente, com seus preciosos textos, na condição de colunista fixa, tem
exercido esse saudável hábito de opinar. E o faz diariamente, ora concordando,
ora discordando do teor do que é publicado, mas sempre em altíssimo nível, sem
atacar e nem agredir ninguém que pense diferente dela nos vários assuntos
trazidos à baila, limitando-se a marcar sua firme posição. Os demais... Por
algum motivo, que nunca ninguém revelou, jamais exerceram essa prerrogativa,
anulando, assim, um dos objetivos do “Literário”.
Todavia, durante uns
dois ou três anos, a frequência diária ao nosso espaço era, se não espetacular,
pelo menos aceitável. Alcançava, em média,
500 leitores, com picos não raros de um mil, conforme registro do nosso
“contador de acesso”. Nos últimos cinco anos, tivemos, em cifras atualizadas
hoje, 526.015 visitas o que, convenhamos, não é pouco para um espaço
exclusivamente de idéias em um País com tantas deficiências educacionais. No
entanto, em 2012, esses acessos começaram a declinar. É verdade que se
estabilizaram, no número atual, de cerca de duas centenas diárias. Mas a queda
foi brutal. De novo, não houve nenhuma explicação para tão acentuado declínio.
O que incomoda este Editor é a completa falta de comunicação, em uma época em
que a tecnologia fornece tantos recursos para que ela ocorra.
Tudo bem, absorvemos
mais este retrocesso. Mas... nosso drama estava longe de acabar. O número de
nossos seguidores continuava crescente. Continuava... Contudo, está se
esfarelando. Até a semana passada, ele era de 284. Subitamente, e como sempre,
sem nenhuma justificativa ou explicação, do dia 20 passado para cá, ou seja, em
apenas uma semana, 32 pessoas deixaram de nos seguir!!! Por que? Mera
coincidência? Talvez! Porém, é improvável. Alguma coisa (o que, não consigo
atinar) está acontecendo para que ocorra tamanha “sangria”. Estou incomodado,
incomodadíssimo com isso. Estou triste, tristíssimo, sem dúvida. Mas também
estou determinado, determinadíssimo a continuar e, se não reconquistar os que
nos abandonaram, ao menos conquistar novos seguidores. Muitos deixaram de me seguir, igualmente, aqui no "O Escrevinhador", espaço em que partilho, exclusivamente, minha própria produção. E, igualmente, sem motivo ou explicação.
Cabe, aqui, um
retrospecto do histórico sobre este nosso espaço, ou seja, de como e quando ele
foi criado e para o quê, considerações que farei nos próximos dias, com
detalhes. Hoje adianto, todavia, que nosso blog nasceu, em 27 de março de 2006,
de uma idéia do jornalista José Paulo Lanyi, originalmente para ser um espaço
destinado exclusivamente a textos do chamado “jornalismo literário”. A
pretensão original é que fosse voltado exclusivamente a jornalistas e
estudantes de jornalismo. Estava abrigado no site do Comunique-se, como uma de
suas seções. Por exigência, no entanto, dos leitores, passou, inicialmente, a
abrir as portas a escritores com livros publicados e àqueles que, embora
inéditos, tivessem obras literárias nas gavetas. Finalmente, foi franqueado a
todas as pessoas que desejassem participar, desde que escrevessem pelo menos
com a desejável correção gramatical e com responsabilidade e bom senso, como é
até hoje.
Em 2009 o Comunique-se
procedeu a uma reformulação de conteúdo e destinou-nos um blog seu, e não mais
uma seção fixa no site, como até então. Consultando os então colunistas, estes
decidiram, por maioria, que criássemos nosso próprio espaço, autônomo. Foi o
que fizemos, instalando-nos aqui no Blogspot. Houve, em princípio, grande
debandada de colunistas, que não concordaram com a mudança, por não contarem
mais com a visibilidade proporcionada pelo Comunique-se. Refizemos nosso quadro
e tocamos adiante. Lutamos, e continuamos lutando, como se vê, com toda a sorte
de obstáculos, para não deixar que a feliz idéia de José Paulo Lanyi venha a
“morrer de inanição”. Não morrerá. Mas estamos atravessando mais uma das tantas
crises que já nos afetaram, possivelmente, a pior delas e que ameaça, até,
nossa sobrevivência.
Apelo, pois, aos que
entendem a importância de um espaço livre e democrático, como o nosso, que
prestigiem o Literário. Que o divulguem, arrebanhem novos seguidores e
participem ativamente, comentando, criticando ou elogiando (quando o caso)
nosso trabalho. Nos próximos dias, tratarei mais detalhadamente desse
assunto, destacando, sobretudo, o que já
fizemos, como, o que estamos fazendo e o que, com a ajuda de todos vocês,
pretendemos ainda fazer. Estou seguro que o faremos. Por enquanto...
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
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