Momento
de reflexão
Pedro J. Bondaczuk
A data de ontem, 8 de maio, marcou o 39º aniversário
da rendição alemã, na Segunda Guerra Mundial, abreviando o fim daquele
conflito, que só terminaria de vez em 15 de agosto de 1945, uma semana após o
lançamento da segunda bomba atômica, dessa vez sobre a cidade japonesa de
Nagasaki.
Assim que terminaram as conflagrações, responsáveis
pela morte de dezenas de milhões de pessoas, a impressão que os líderes
mundiais da época procuravam passar era a de que, de então a esta parte,
dificilmente o mundo viria a assistir novos combates. Engano! Rotundo engano!
No correr desses derradeiros 39 anos posteriores à
Segunda Grande Guerra, mais de 300 conflitos, em todos os continentes,
continuaram opondo ideologias, regimes e governos, ceifando, a troco de nada (e
sempre em nome da “liberdade” e da “democracia”), preciosas vidas.
Muitos outros líderes carismáticos, como Adolf
Hitler (alguns até piores do que ele) apareceram. E só não conduziram a
humanidade ao pior porque não dispunham do poderio, da magnífica máquina bélica
do III Reich alemão.
Conclui-se, daí, que milhões de bravos, de pessoas
idealistas, deram as suas vidas por quase nada. Seus ideais de liberdade foram
sepultados nas mesmas valas rasas em que seus corpos repousam (na maioria das
vezes anônimos), encimadas, apenas, por uma ou outra cruz que indica que ali
estão os restos mortais de um homem.
A data de ontem, mais do que de comemoração, é
própria para reflexão. Para solene, séria e sincera avaliação dos rumos tomados
por essa imensa confraria, que é a espécie humana, que corre o risco de, por
intolerância, cobiça e apego cego a passageiras ideologias (posto que obras
humanas e, portanto, revestidas da mesma efemeridade que seus criadores)
extinguir a vida no único planeta habitado do Sistema Solar.
(Artigo publicado na página 10, Internacional, do
Correio Popular, em 9 de maio de 1984)
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