Eleições
devem mudar poucas posições
Pedro J. Bondaczuk
Os norte-americanos estão em pleno final de campanha
eleitoral, para a renovação total da Câmara de Representantes e de um terço do
Senado. As eleições, que vão ocorrer na próxima terça-feira, apresentam uma
disputa mais renhida apenas entre os senadores, onde o Partido Republicano
detém frágil maioria, de apenas seis cadeiras e que pode perder agora.
Não que o eleitorado esteja descontente com o
presidente Ronald Reagan e com sua agremiação, mas porque esta irá colocar em
disputa uma quantidade maior de vagas. Evidentemente, as chances de perde-las
também são mais elevadas.
Serão renovados, no Senado, 34 senadores, dos quais
223 são do Partido Republicano e apenas 12 do Democrata. Bastará à oposição,
portanto, conservar sua uma dúzia de cadeiras e ganhar mais seis para obter,
também, a maioria na Casa, já que na Câmara de Representantes ninguém espera
dramáticas surpresas. Nem mesmo Reagan vem fazendo campanha para conquistar
maioria ali.
O que o presidente deseja, para ter os dois anos
derradeiros do seu último mandato tranqüilos, é conservar a vantagem que tem. O
auge da campanha está concentrado em dez Estados, onde os democratas buscam
desalojar senadores republicanos e estes apelam para todos os recursos
(inclusive para gastos exorbitantes com publicidade e para muita demagogia)
para se manterem.
Mas, se por uma eventualidade o governo vier a
sofrer uma derrota nas urnas, isso não será nenhuma tragédia. Não quer dizer,
em absoluto, que o presidente ficará impossibilitado de governar. Ele apenas
terá que negociar, daí para frente, os projetos que desejar ver aprovados, na
base do dá cá, toma lá.
As estimativas que os analistas fazem, no entanto, é
que o quadro que vai emergir das urnas de 4 de novembro próximo não deverá ser
muito diferente do atual. Pelas informações que recebemos de amigos que residem
nos Estados Unidos, nos arriscamos a prever que os democratas irão ampliar, em
no máximo dez cadeiras, sua maioria na Câmara. E no Senado, os republicanos
continuarão mandando, talvez perdendo três vagas, detendo, daí para frente, uma
diferença fragílima a seu favor, de apenas três senadores. Mas como eleições
costumam, às vezes, trazer certas surpresas, não seria nenhuma zebra a oposição
também alcançar o domínio dessa Casa, embora tudo leve a crer que não.
(Artigo publicado na página 9, Internacional, do
Correio Popular, em 1º de novembro de 1986)
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