Thursday, November 26, 2015

Eleições devem mudar poucas posições



Pedro J. Bondaczuk


Os norte-americanos estão em pleno final de campanha eleitoral, para a renovação total da Câmara de Representantes e de um terço do Senado. As eleições, que vão ocorrer na próxima terça-feira, apresentam uma disputa mais renhida apenas entre os senadores, onde o Partido Republicano detém frágil maioria, de apenas seis cadeiras e que pode perder agora.

Não que o eleitorado esteja descontente com o presidente Ronald Reagan e com sua agremiação, mas porque esta irá colocar em disputa uma quantidade maior de vagas. Evidentemente, as chances de perde-las também são mais elevadas.

Serão renovados, no Senado, 34 senadores, dos quais 223 são do Partido Republicano e apenas 12 do Democrata. Bastará à oposição, portanto, conservar sua uma dúzia de cadeiras e ganhar mais seis para obter, também, a maioria na Casa, já que na Câmara de Representantes ninguém espera dramáticas surpresas. Nem mesmo Reagan vem fazendo campanha para conquistar maioria ali.

O que o presidente deseja, para ter os dois anos derradeiros do seu último mandato tranqüilos, é conservar a vantagem que tem. O auge da campanha está concentrado em dez Estados, onde os democratas buscam desalojar senadores republicanos e estes apelam para todos os recursos (inclusive para gastos exorbitantes com publicidade e para muita demagogia) para se manterem.

Mas, se por uma eventualidade o governo vier a sofrer uma derrota nas urnas, isso não será nenhuma tragédia. Não quer dizer, em absoluto, que o presidente ficará impossibilitado de governar. Ele apenas terá que negociar, daí para frente, os projetos que desejar ver aprovados, na base do dá cá, toma lá.

As estimativas que os analistas fazem, no entanto, é que o quadro que vai emergir das urnas de 4 de novembro próximo não deverá ser muito diferente do atual. Pelas informações que recebemos de amigos que residem nos Estados Unidos, nos arriscamos a prever que os democratas irão ampliar, em no máximo dez cadeiras, sua maioria na Câmara. E no Senado, os republicanos continuarão mandando, talvez perdendo três vagas, detendo, daí para frente, uma diferença fragílima a seu favor, de apenas três senadores. Mas como eleições costumam, às vezes, trazer certas surpresas, não seria nenhuma zebra a oposição também alcançar o domínio dessa Casa, embora tudo leve a crer que não.    


(Artigo publicado na página 9, Internacional, do Correio Popular, em 1º de novembro de 1986)

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