O poeta de alma azul
Pedro J. Bondaczuk
Pela alquimia
mística
da simpatia,
conquistei um
amor.
Olhares
cruzados,
caminhos
coincidentes,
choque
sentimental.
No magnetismo
intenso,
na luz do
coração,
encontrei nova
ilusão.
Sorri, sorriu,
sonhou, sonhei:
AMO!
Dia virá em
que
as trevas
hão de voltar
sem os meus
sonhos.
E as pedras
da rua da
saudade
serão
trilhadas
com amargura.
Comprarei,
então,
nova emoção
na barraca do
Destino.
Deixem-me só!
Minha lira
despertou
criando
harmonia!
Nem a beleza
do sol,
nem a
imensidão do mar
(deste mar que
é a minha alma)
hão de
inspirar
canções tão
ternas.
Riam de mim,
insensíveis!
O poeta
despertou
com o corpo
verde
e a alma azul.
Resgatei minha
saudade
numa loja de
penhor.
Conquistei um
amor
pela alquimia
mística
da simpatia!
(Poema composto em São
Caetano do Sul, em 14 de fevereiro de 1964).
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