Batalha
perdida
Pedro J. Bondaczuk
Longas
batalhas, que travei sozinho.
Travo amargo e
ácido da derrota!
Encontros com
a madrugada,
sinistra ronda
dos fantasmas.
Procuro-a,
ingentemente,
com afinco e
com afã.
Perdi-a ontem!
Não a encontro hoje!
Espero alcançá-la
amanhã!
Luto comigo,
com minhas lembranças.
Morro de
desgosto e de saudade
para renascer,
quiçá, fênix gloriosa,
no alvorecer
de renovadas esperanças,
nas promessas
incertas de felicidade
dos seus
lábios de rosa e de romã.
A brasa
arrasadora da indiferença,
seu riso de
mofa, escarninho,
a ira cega e o
ciúme daninho,
a covarde fuga
do nosso ninho,
seu desleixo e
o atual desalinho,
imensa
distância, embora pertinho,
cruel desamor,
ausência de carinho,
terrível
engano, mútua desavença,
longa batalha
que travo sozinho.
Os soldados
ilusões,
os cabos
fantasias,
os sargentos
ideais,
tenentes
emoções,
capitães
altruísmo,
coronéis
entusiasmo,
generais
esperanças,
e o marechal
amor,
(Exército de virtudes),
tombaram,
todos,
mortos no
combate,
atravancando o
caminho,
pois esta
batalha do adeus
travei, e
perdi, sozinho.
(Poema
composto em Campinas, em 23 de novembro de 1977).
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