Inventário
Hoje acordei
pensando
na minha
insignificância...
Inventariei o
que tenho
e o que posso
oferecer
a quem venha a
me querer.
Minha
preguiça, tristeza,
meus momentos
de vagar,
uma alma
assinalada,
um sonho
inconseqüente,
minha
esperança passada,
a ternura
envelhecida,
grande
desilusão,
num mundo
coberto de pó,
uma renitente
saudade
e a amargura
de ser só.
Minha lira
emperrada,
o meu corpo
alquebrado,
o meu pedaço
de estrada,
minha canção
desesperada
e minha ânsia
de vencer,
sabendo-me
derrotado.
São estas as
minhas riquezas!
Isto eu tenho
para deixar
a quem queira
partilhar
da minha
insignificância!
(Poema
composto em Campinas, em 8 de outubro de 1967).
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