Barraca
do Destino
Pedro J. Bondaczuk
Comprei uma
saudade
na barraca do
Destino.
Saudade verde,
amarela ou
azul?
Saudade sem
cor.
Comprei uma
saudade
numa loja de
penhor.
E, por um
suave sonho,
vendi o meu
bem-querer.
Sorri para o
anjinho
que tinha asas
de flor.
E o ouro dos
pirilampos,
amalgamado com
a prata,
formou-me uma
coroa de rosas:
rosas brancas
e amarelas.
No casulo
fugaz
da minha
alegria
afinal
renasci.
Mas na tumba
cruel
da minha dor,
tornei, de
novo, a morrer.
Empenhei todo
o meu sonho,
deixei de ser poesia
e, na barraca
do Destino,
eu comprei
nova saudade.
Saudade
colorida
ou incolor?
Saudade-Ilusão!
No crepúsculo
alegre
do meu cantar,
afoguei-me em
frias ondas,
rolei, de
novo, pro mar.
E entre algas
coloridas
e musgos de
estranha cor,
na barraca do
Destino
recordei o
primeiro amor
comprando nova
saudade!
(Poema
composto em São Caetano do Sul, em 10 de fevereiro de 1964).
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