As várias facetas de um
multimídia
Pedro
J. Bondaczuk
Há tempos estou com um
livro novo, lançado em julho de 2012, em minha mesa de trabalho, à espera de um
comentário e nada dele sair. Não se trata de omissão da minha parte e nem de
desorganização – minha agenda é organizadíssima por sinal – mas deve-se ao fato
de eu não ter conseguido ainda expressar com fidelidade a impressão que a obra
em questão me causou.
Foi positiva? A
resposta merece um superlativo, recurso do qual meu temperamento apaixonado me
leva a recorrer com freqüência até maior do que a desejável ou do que manda a
prudência. Mas no caso, esse reforço é mais do que cabível: impõe-se. A
impressão causada é positivíssima!
A essa altura, o leitor
encafifado deve estar imaginando: “Caramba, se o livro foi lido, se agradou por
completo e se esse sujeito é useiro e vezeiro em analisar lançamentos,
sobretudo os que aprecia, qual a razão de não o haver comentado ainda?” Talvez
acrescente, ainda, e provavelmente acompanhado por um muxoxo de depreciação:
“Qual a razão desse vacilo, se ele alega
que não é por má vontade e nem por falta de tempo?”. E o mais provável ainda é
que arremate sua observação exclamando, “que cara complicado!”, quando não algo
mais contundente e até impublicável.
Talvez fique mais
admirado ainda (ou indignado) quando souber que escrevi o prefácio desse livro.
E olhem que sou enjoado para isso. Só prefacio o que realmente gosto e uso o
mesmo critério para comentar qualquer obra, lançamento recente ou não. Jamais
depreciei o trabalho de qualquer escritor e, estejam certos, nunca farei isso.
Sei o quanto custa esse solitário trabalho de criação (e como sei!), das
angústias, das inseguranças, dos anseios e das esperanças de quem o faz.
Talvez esclareça um
pouco a razão da minha dificuldade mencionando de qual livro se trata, após
este exagerado “nariz de cera” de que me utilizei. Trata-se de “Balbúrdia
literária”, da Editora AGBooks de São Paulo. Isso ainda não sugeriu nada? É
porque, talvez, vocês ainda não leram a obra. Comprem-na! Leiam-na e me
entenderão. Ah, não citei ainda o autor? É um dos escritores mais criativos que
conheço, além de colega de profissão, posto que muitos (e põe muitos nisso!)
degraus acima do meu: José Paulo Lanyi.
E onde estão as
dificuldades? Estão, justamente, na excelência do livro e na projeção
intelectual do autor, um dos ícones do jornalismo na atualidade. Escrever sobre
ambos, em um único texto, seria não valorizar devidamente os dois. Por isso, o
farei, mas em vários e asseguro que não serei repetitivo. Não se trata de não
ter poder de síntese. Trata-se da preocupação de informar condignamente o
leitor, sem omitir detalhes relevantes.
Vocês acham que
exagero? Longe disso. Estou me referindo a um intelectual multitarefa, a um
típico multimídia, com obra de considerável peso e em várias áreas. Tanto que
seu currículo e sua trajetória constam da prestigiosa enciclopédia eletrônica
Wikipédia o que, creiam, não é para qualquer um. E olhem que sequer abordei
ainda o fator sentimental, que para mim é o de maior relevância, ou seja, o
fato dele ser meu amigo.
Respondam-me
honestamente: dá para escrever pouco, por maior que seja o poder de síntese do
redator, sobre uma pessoa que é, simultaneamente, escritor, cineasta,
jornalista, crítico, dramaturgo, ator e compositor? É possível resumir qualquer
coisa, sem perder conteúdo, de alguém que, antes de “Balbúrdia Literária” já
havia lançado outros seis livros, três
dos quais voltados à crítica do jornalismo? E olhem que nem estou falando da
sua brilhante atuação em outras mídias, como suas passagens pelas TVs Globo,
Bandeirantes, Manchete, CNT e AllTV ou pelas rádios CBN, Globo e Radiobrás. E
nem mencionei ainda sua performance no “Comunique-se”, onde, entre tantas
realizações, está a criação do Literário, ao qual me limito, tão somente, a
buscar dar continuidade. E não falei nada da sua atuação no cinema, no teatro e
na MPB, como inspirado compositor.
Claro que terei que
escrever mais textos, vários deles, para registrar essa brilhante atuação
pública. Sobre sua função específica de escritor, reproduzo, por enquanto, o
que escrevi no prefácio do “Balbúrdia literária”, que reitero, sem tirar e nem
pôr: “Posso falar a cavaleiro, dos seus textos literários, pois tive o
privilégio e a honra de ser, por três anos consecutivos, seu editor. Não é
coisa para qualquer um. Li, atentamente, e antes de qualquer leitor, suas
crônicas, poemas, trechos de romance e textos de teatro. Constatei que ele
transita com a mesma naturalidade e, o que é mais raro, originalidade, por todos
os gêneros literários. Vocês poderão constatar por si próprios, ao longo das
próximas páginas e ver que não estou exagerando. E não estou mesmo”. Confiram,
adquirindo o livro.
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
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