Thursday, May 26, 2016

TEMOR PELO JULGAMENTO DA POSTERIDADE

Platão escreveu, em determinado trecho do livro “Fedro”: “As obras de um pintor mostram-se a nós como se estivessem vivas; mas, se as questionarmos, elas mantêm o mais altivo silêncio. O mesmo se dá com as palavras escritas: parecem falar conosco como se fossem inteligentes, mas, se lhes perguntamos qualquer coisa com respeito ao que dizem, por desejarmos ser instruídos, elas continuam para sempre a nos dizer exatamente a mesma coisa”. Você já pensou nisso alguma vez? Não?! Eu sim! Penso, e me aflijo, a todo o momento com os possíveis efeitos e com o destino do que escrevo. Até porque, fiz desse ato, de extrema responsabilidade, mais do que trivial forma de comunicação, mas profissão, ofício, empreendimento e minha forma de ganhar o pão nosso de cada dia. Temo, no entanto, pelo julgamento, por parte da posteridade, do que escrevo, principalmente quando não estiver mais entre os vivos para me explicar, justificar ou retificar o que escrevi, quando for o caso.

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EM QUE MÃOS NOSSOS TEXTOS PODEM CAIR?

Platão escreveu: “Uma vez que algo foi escrito, a composição, seja qual for, espalha-se por toda a parte, caindo em mãos não só dos que a compreendem, mas também dos que não têm relação alguma com ela; não sabe como se dirigir às pessoas certas e não se dirigir às erradas. E, quando é maltratada ou injustamente ultrajada, precisa sempre que o seu pai lhe venha em socorro, sendo incapaz de se defender ou de cuidar de si própria”. Entenderam as colocações de Platão? Têm certeza de que ele, de fato, escreveu o que vocês entenderam? Pois o cuidado que o filósofo teve, ao expor suas idéias (aliás, neste caso, as do seu mestre Sócrates) com tamanha clareza e simplicidade, é o mesmo que devemos ter na redação de um romance, um conto, uma crônica, uma reportagem ou, até mesmo, um reles bilhete. Por que? Porque não temos a mínima certeza sobre em que mãos esses textos irão cair. Se houver algum equívoco, ou dubiedade, ou imprecisão, ou impropriedade, não haverá nenhuma forma, por mínima que seja, de se defender ou de se explicar. Porquanto a palavra, a despeito de todo o seu tremendo poder, pelo menos neste caso, é absolutamente indefesa.


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