Treze aspirantes disputam a Casa Branca
Pedro J. Bondaczuk
A corrida sucessória
norte-americana apresentou, nessa linha de largada, que foi a eleição primária
do Estado de Iowa, 13 aspirantes a candidatos presidenciais, sendo seis
republicanos e sete democratas. Os partidários do presidente Ronald Reagan, que
têm a pretensão de o suceder na Casa Branca, são: Robert Dole, senador pelo
Kansas e líder do seu partido no Senado; George Bush, atual vice-presidente da
República; general Alexander Haig, ex-secretário de Estado; pastor Pat
Robertson; deputado Jack Kemp e o ex-governador do Delaware, Pete du Pont.
Os
opositores democratas, que sonham com a presidência, são: Gary Hart, ex-senador
pelo Colorado; Richard Gephardt, deputado pelo Missouri; Paul Simon, senador
pelo Illinois; Michael Dukakis, governador de Massachusetts; Bruce Babitt,
ex-governador do Arizona; Albert Gore, senador pelo Tennessee e o pastor Jesse
Jackson, negro, ativista pelos direitos civis.
Neste
primeiro “braço-de-ferro”, Dole e Gephardt levaram a melhor, em seus
respectivos partidos. Isso não quer dizer, no entanto, que os demais devam
desistir agora. O impacto das primárias de Iowa é meramente psicológico. Pode
dar alento a uma candidatura aparentemente inviável (como ocorreu com Jimmy
Carter em 1976) ou levar alguém considerado favorito à desistência.
Mas
pode, também, não Ter efeito algum. Afinal, é só o início de uma longa
caminhada, que vai culminar com as convenções: democratas, em Atlanta, na
Geórgia, em julho próximo e republicanas, um mês depois, em Nova Orleans, na
Louisiana.
A
despeito da péssima performance do senador Hart, em Iowa, para nós ele continua
sendo o favorito do seu partido e quiçá da própria campanha sucessória deste
ano. Briga bonita, porém, deve acontecer entre Bush e Dole. Por mera questão de
palpite, apostamos no primeiro, que por sinal, teve dois êxitos consecutivos,
com a prévia do seu Estado natal, o Kansas, no domingo e a primária de ontem.
Conseguiu,
dessa forma, uma vantagem que se souber administrar adequadamente, poderá
somente se ampliar daqui para a frente. Vemos muito mais consistência em sua
campanha e em suas propostas do que nas dos seus cinco oponentes republicanos.
E o senador do Kansas não tem contra si o fantasma do escândalo “Irã-contras”,
como o seu mais direto rival.
É
evidente que é extremamente prematuro fazer qualquer prognóstico sério, por
enquanto. Bush, no entanto, jamais saiu da “promessa”. Embora conte com vasta
experiência política, desde que deixou o Texas para ocupar a direção da Agência
Central de Inteligência, a CIA, e por duas vezes a vice-presidência, nunca se
caracterizou por gestos grandiloqüentes, desses que impressionam o eleitorado.
E,
para complicar, tem um “Irangate” a lhe enredar os passos. Contudo, não se pode
considerar esse milionário texano batido por antecipação. Muita água ainda vai
rolar até as convenções republicanas. Por isso, o jeito é esperar...
(Artigo
publicado na página 14, Internacional, do Correio Popular, em 9 de fevereiro de
1988).
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