Friday, January 31, 2014

Treze aspirantes disputam a Casa Branca


Pedro J. Bondaczuk


A corrida sucessória norte-americana apresentou, nessa linha de largada, que foi a eleição primária do Estado de Iowa, 13 aspirantes a candidatos presidenciais, sendo seis republicanos e sete democratas. Os partidários do presidente Ronald Reagan, que têm a pretensão de o suceder na Casa Branca, são: Robert Dole, senador pelo Kansas e líder do seu partido no Senado; George Bush, atual vice-presidente da República; general Alexander Haig, ex-secretário de Estado; pastor Pat Robertson; deputado Jack Kemp e o ex-governador do Delaware, Pete du Pont.

Os opositores democratas, que sonham com a presidência, são: Gary Hart, ex-senador pelo Colorado; Richard Gephardt, deputado pelo Missouri; Paul Simon, senador pelo Illinois; Michael Dukakis, governador de Massachusetts; Bruce Babitt, ex-governador do Arizona; Albert Gore, senador pelo Tennessee e o pastor Jesse Jackson, negro, ativista pelos direitos civis.

Neste primeiro “braço-de-ferro”, Dole e Gephardt levaram a melhor, em seus respectivos partidos. Isso não quer dizer, no entanto, que os demais devam desistir agora. O impacto das primárias de Iowa é meramente psicológico. Pode dar alento a uma candidatura aparentemente inviável (como ocorreu com Jimmy Carter em 1976) ou levar alguém considerado favorito à desistência.

Mas pode, também, não Ter efeito algum. Afinal, é só o início de uma longa caminhada, que vai culminar com as convenções: democratas, em Atlanta, na Geórgia, em julho próximo e republicanas, um mês depois, em Nova Orleans, na Louisiana.

A despeito da péssima performance do senador Hart, em Iowa, para nós ele continua sendo o favorito do seu partido e quiçá da própria campanha sucessória deste ano. Briga bonita, porém, deve acontecer entre Bush e Dole. Por mera questão de palpite, apostamos no primeiro, que por sinal, teve dois êxitos consecutivos, com a prévia do seu Estado natal, o Kansas, no domingo e a primária de ontem.

Conseguiu, dessa forma, uma vantagem que se souber administrar adequadamente, poderá somente se ampliar daqui para a frente. Vemos muito mais consistência em sua campanha e em suas propostas do que nas dos seus cinco oponentes republicanos. E o senador do Kansas não tem contra si o fantasma do escândalo “Irã-contras”, como o seu mais direto rival.

É evidente que é extremamente prematuro fazer qualquer prognóstico sério, por enquanto. Bush, no entanto, jamais saiu da “promessa”. Embora conte com vasta experiência política, desde que deixou o Texas para ocupar a direção da Agência Central de Inteligência, a CIA, e por duas vezes a vice-presidência, nunca se caracterizou por gestos grandiloqüentes, desses que impressionam o eleitorado.

E, para complicar, tem um “Irangate” a lhe enredar os passos. Contudo, não se pode considerar esse milionário texano batido por antecipação. Muita água ainda vai rolar até as convenções republicanas. Por isso, o jeito é esperar...


(Artigo publicado na página 14, Internacional, do Correio Popular, em 9 de fevereiro de 1988).

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