Wednesday, April 04, 2018

DIRETO DO ARQUIVO - Votar bem é fundamental


Votar bem é fundamental


Pedro J. Bondaczuk


A Ordem dos Advogados do Brasil está lançando meritória e oportuna campanha pela valorização do voto nas eleições gerais deste ano, principalmente para a escolha do novo Congresso. Até aqui, parece que o eleitor não se conscientizou de que deve ser criterioso na escolha não somente de prefeitos, governadores e do presidente da República, mas de qualquer postulante a cargo eletivo.

E a composição dos Legislativos precisa merecer atenção especialíssima, pois são os seus membros que vão elaborar as leis indispensáveis a uma sociedade justa, equilibrada e por isso progressista.

A classe política, não apenas no Brasil, mas virtualmente em todo o mundo, passa por um período de enorme desprestígio. Basta ver o que ocorreu, por exemplo, nas eleições para o Parlamento europeu na última semana, nas quais o índice de abstenção médio nos 12 países que integram a comunidade foi de cerca de 50%.

Ocorre que a consulta às urnas, sempre é bom reiterar, é o momento maior do exercício democrático. E apesar de suas falhas e contradições, o homem ainda não inventou forma melhor de convivência com seus semelhantes e de gestão da coisa pública do que a democracia.

Qual a opção para ela? Só existe uma: a ditadura. E esta sempre, em toda e qualquer circunstância, é trágica para o país que tem a infelicidade de passar por essa traumatizante experiência. Para justificar um voto inconsciente, o branco ou nulo, o cidadão, que abre mão de forma absurda e insensata do exercício de sua cidadania, costuma partir para generalizações do tipo "nenhum político presta, são todos ladrões".

Trata-se de uma postura, na melhor das hipóteses, alienada e comodista. Quem age dessa forma tem medo de assumir responsabilidades. Confessa-se incompetente e transfere, não apenas esta, mas todas as outras decisões de sua vida, a terceiros.

O presidente da OAB, José Roberto Batocchio, destaca que "se elegermos ladrões, corruptos e pessoas descomprometidas com os verdadeiros interesses do povo, estaremos estabelecendo a corrupção, a incompetência e o desmando".

O voto não pode ser jogado fora, vendido ou trocado por favores como infelizmente ainda se faz no País. Ao ser depositado nas urnas, vai influenciar, para melhor ou para pior, a vida de milhões de pessoas. Escolher mal administradores e legisladores ou se omitir na escolha é ser cúmplice em crime de lesa-pátria.

(Artigo publicado na página 2, Opinião, do Correio Popular, em 14 de junho de 1994).



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