Votar bem é fundamental
Pedro J. Bondaczuk
A Ordem dos Advogados do
Brasil está lançando meritória e oportuna campanha pela
valorização do voto nas eleições gerais deste ano, principalmente
para a escolha do novo Congresso. Até aqui, parece que o eleitor não
se conscientizou de que deve ser criterioso na escolha não somente
de prefeitos, governadores e do presidente da República, mas de
qualquer postulante a cargo eletivo.
E a composição dos
Legislativos precisa merecer atenção especialíssima, pois são os
seus membros que vão elaborar as leis indispensáveis a uma
sociedade justa, equilibrada e por isso progressista.
A classe política, não
apenas no Brasil, mas virtualmente em todo o mundo, passa por um
período de enorme desprestígio. Basta ver o que ocorreu, por
exemplo, nas eleições para o Parlamento europeu na última semana,
nas quais o índice de abstenção médio nos 12 países que integram
a comunidade foi de cerca de 50%.
Ocorre que a consulta às
urnas, sempre é bom reiterar, é o momento maior do exercício
democrático. E apesar de suas falhas e contradições, o homem ainda
não inventou forma melhor de convivência com seus semelhantes e de
gestão da coisa pública do que a democracia.
Qual a opção para ela? Só
existe uma: a ditadura. E esta sempre, em toda e qualquer
circunstância, é trágica para o país que tem a infelicidade de
passar por essa traumatizante experiência. Para justificar um voto
inconsciente, o branco ou nulo, o cidadão, que abre mão de forma
absurda e insensata do exercício de sua cidadania, costuma partir
para generalizações do tipo "nenhum político presta, são
todos ladrões".
Trata-se de uma postura, na
melhor das hipóteses, alienada e comodista. Quem age dessa forma tem
medo de assumir responsabilidades. Confessa-se incompetente e
transfere, não apenas esta, mas todas as outras decisões de sua
vida, a terceiros.
O presidente da OAB, José
Roberto Batocchio, destaca que "se elegermos ladrões, corruptos
e pessoas descomprometidas com os verdadeiros interesses do povo,
estaremos estabelecendo a corrupção, a incompetência e o
desmando".
O voto não pode ser jogado
fora, vendido ou trocado por favores como infelizmente ainda se faz
no País. Ao ser depositado nas urnas, vai influenciar, para melhor
ou para pior, a vida de milhões de pessoas. Escolher mal
administradores e legisladores ou se omitir na escolha é ser
cúmplice em crime de lesa-pátria.
(Artigo publicado na página
2, Opinião, do Correio Popular, em 14 de junho de 1994).
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