Passagens muito caras
Pedro
J. Bondaczuk
Depois
de idas e vindas, broncas e protestos contra o prefeito Antonio da
Costa Santos e seu secretário dos Transportes, Marcos Bicalho,
entrou em vigor, finalmente, nesta semana, o reajuste das passagens
de ônibus urbanos de Campinas (incluindo peruas e microônibus), de
30%. O que se questiona não é a necessidade do aumento, mas o
"quanto" foi aumentado. As tarifas passaram, de uma só
vez, de R$ 1,00 para R$ 1,30. É muito para uma inflação anual em
torno de 6%.
As
passagens ficaram muito caras? Ficaram! Principalmente se forem
levados em conta fatores como a realidade socioeconômica dos
usuários, a qualidade dos serviços prestados e os trajetos das
várias linhas que servem os bairros. Toninho, contudo, teve um
grande mérito em toda essa história. Demonstrou transparência nos
seus atos. Não teve receio de enfrentar inevitável desgaste
político, convencido de estar tomando a atitude correta para as
circunstâncias. Não se absteve. Não ficou em cima do muro.
Dispôs-se a encarar, sem arrogância, mas com personalidade, a
população, para defender sua decisão. Foi certa? Não foi?
Convenceu? Não convenceu? O tempo vai dizer.
Mas
o prefeito não foi omisso. Não se deixou levar pela popularidade
fácil e gratuita. Rebateu, com serenidade, mas com veemência, as
críticas que recebeu, de aliados e (principalmente) de adversários.
Foi coerente. Impôs, como uma das condições para a efetivação do
aumento, relativa modernização da frota, com a introdução de 130
carros novos, que fez questão de exibir pessoalmente aos munícipes.
Além
disso, exigiu que as concessionárias promovessem a volta dos
cobradores nos ônibus. Com isso, contribui para a criação de um
número razoável de empregos, além de aumentar a segurança dos
passageiros. Só depois de cumpridas as exigências, o reajuste
passou a vigorar. O prefeito passa a ter, doravante, crédito junto
às empresas concessionárias. Certamente saberá cobrar eficiência
e sobretudo qualidade nos serviços de transporte urbano. É seu
prestígio político que está em jogo. E Toninho não deve deixar
barato. Nem pode.
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