Uma sede para a Câmara
Pedro
J. Bondaczuk
Campinas pode ampliar, já na
próxima legislatura, que começa em 2005, o número dos seus
vereadores, dos atuais 21, para 33. Trata-se de prerrogativa de
cidades com mais de 1 milhão de habitantes, caso deste Município
que, de acordo com a mais recente estimativa do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística, já ultrapassou essa cifra.
Polêmicas à parte, sobre a
necessidade ou não dessa ampliação, surge um problema mais
imediato e urgente: onde acomodar os 12 parlamentares excedentes que
serão eleitos no ano que vem? As atuais acomodações da Câmara
Municipal são pobres e acanhadas. Não comportam, sequer, com a
racionalidade que seria de se esperar, pela importância da cidade e
dessa instituição, o número atual de vereadores.
Mesmo que não haja a
ampliação de vagas – e ela deve, de fato, acontecer – portanto,
a questão da nova sede se torna urgente e inadiável. Desde o início
deste ano, foram trazidas à baila pelo menos duas propostas para a
instalação da nova sede do Legislativo. Uma, previa a construção
de um novo prédio no atual terminal de ônibus da Avenida Moraes
Salles.
Ocorre que esse espaço, há
tempos, está reservado para a construção de um centro cultural.
Depois de muito diz-que me diz-que, se propôs uma segunda
alternativa: a instalação no terminal de ônibus do Mercado
Municipal. Desta vez, o obstáculo foi mais grave: o custo do
projeto. E assim, tudo voltou à estaca zero. Ou seja, por enquanto,
sabe-se lá até quando, a Câmara permanece onde está: nas
instalações precárias, inseguras, acanhadas, desconfortáveis e
absolutamente inadequadas do Palácio dos Jequitibás.
Várias sugestões têm sido
apresentadas, sendo algumas descartadas de imediato, por razões
várias, como a da volta do Legislativo Municipal para o prédio do
Palácio da Justiça, por exemplo, depois que a tal da Cidade
Judiciária ficar pronta. Ocorre que essas instalações já têm
destinação. Devem abrigar o Tribunal Regional de Alçada, já que é
mais adequada, por razões óbvias, para esse fim.
Outras propostas falam no
prédio da CPFL, na Avenida da Saudade, no antigo hospital
psiquiátrico Santa Isabel e na seção de arquivos do Lago do Café.
Todas elas têm pontos negativos. O principal obstáculo é a
dificuldade de acesso da população para os indispensáveis contatos
com os vereadores, para levar-lhes suas queixas e reivindicações,
já que a Câmara Municipal, em última instância, é (ou deveria
ser) a casa do povo..
De qualquer forma, urge que se
chegue a uma solução, pois o tempo não espera. Em um piscar de
olhos, as eleições estarão aí e, a seguir, vem o dia da posse dos
eleitos. E como fazer para acomodar com dignidade os parlamentares
eleitos e seus respectivos staffs? A pergunta fica no ar.
(Editorial da Folha do
Taquaral de 22 de setembro de 2003).
No comments:
Post a Comment