Promessas
e desafios
Pedro J. Bondaczuk
Os
eleitores campineiros decidiram, livre e soberanamente nas urnas,
conduzir os deputados federais Carlos Sampaio (PSDB) e Hélio de
Oliveira Santos (PDT), ao Segundo Turno, que será realizado no dia
31 deste mês, para decidir a qual dos dois vai caber a tarefa de
administrar Campinas nos próximos quatro anos. Embora de profissões
diferentes – um é advogado e já foi promotor público e o outro é
médico e foi secretário da Saúde da vizinha Hortolândia – ambos
candidatos têm mais semelhanças do que diferenças em suas
respectivas trajetórias políticas e nas propostas de governo que
apresentaram ao longo da campanha.
Apesar
da expressiva diferença de votos que os dois tiveram no Primeiro
Turno, a eleição, diz a lógica, está em aberto. As chances, ao
menos em teoria, são rigorosamente iguais e vai levar a melhor quem
conseguir convencer mais pessoas que está melhor preparado para o
exercício do cargo a que se propõe, nos doze dias de propaganda
gratuita pelo rádio e pela televisão que começam já neste
domingo.
O
desafio maior, porém, vai caber ao vencedor. Ele terá que provar,
no curto prazo, tirocínio na condução da administração
municipal, já que nenhum deles tem experiência administrativa
anterior, por serem, ambos, oriundos do Poder Legislativo. Os
primeiros três a seis meses de gestão, portanto, serão decisivos
para a obtenção do indispensável apoio da sociedade, para que o
eleito possa pôr em prática suas promessas de campanha.
O
futuro prefeito terá que usar muita imaginação, face à falta de
recursos do Município, para convencer investidores a financiar novas
obras, necessárias em uma metrópole que é gigantesca não somente
em população e potencial, mas, e principalmente, em problemas.
Ambos têm acenado, nas respectivas campanhas, com parcerias com a
iniciativa privada, para projetos das mais variadas naturezas.
Espera-se que tudo não se limite a meras promessas.
Os
dois falam, também, em incentivos fiscais, com a redução da carga
tributária da cidade, uma das mais elevadas do País, para atrair
novos empreendimentos, que gerem, por sua vez, mais empregos, mais
renda e aumentem, no final das contas, a arrecadação tributária
municipal. Quem vencer, certamente, vai ser cobrado dessa promessa.
Como ademais, também a de melhorar os transportes públicos, que
ainda deixam bastante a desejar. Têm uma das mais altas tarifas do
Estado, com atendimento que não condiz, em absoluto, com o elevado
custo para o usuário.
Saúde,
educação e segurança pública (esta última, atribuição direta
do governo do Estado, competindo ao prefeito, somente, cobrar por sua
eficiência), são outros setores que vão exigir atenção especial
do novo administrador da cidade, seja ele quem for. A disputa,
reitere-se, está em aberto. O Segundo Turno é uma outra eleição.
Que vença, pois, o melhor, para que Campinas seja bem servida.
(Editorial
da Folha do Taquaral de 12 de outubro de 2004).
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