Friday, April 20, 2018

DIRETO DO ARQUIVO - Promessas e desafios


Promessas e desafios

Pedro J. Bondaczuk

Os eleitores campineiros decidiram, livre e soberanamente nas urnas, conduzir os deputados federais Carlos Sampaio (PSDB) e Hélio de Oliveira Santos (PDT), ao Segundo Turno, que será realizado no dia 31 deste mês, para decidir a qual dos dois vai caber a tarefa de administrar Campinas nos próximos quatro anos. Embora de profissões diferentes – um é advogado e já foi promotor público e o outro é médico e foi secretário da Saúde da vizinha Hortolândia – ambos candidatos têm mais semelhanças do que diferenças em suas respectivas trajetórias políticas e nas propostas de governo que apresentaram ao longo da campanha.

Apesar da expressiva diferença de votos que os dois tiveram no Primeiro Turno, a eleição, diz a lógica, está em aberto. As chances, ao menos em teoria, são rigorosamente iguais e vai levar a melhor quem conseguir convencer mais pessoas que está melhor preparado para o exercício do cargo a que se propõe, nos doze dias de propaganda gratuita pelo rádio e pela televisão que começam já neste domingo.

O desafio maior, porém, vai caber ao vencedor. Ele terá que provar, no curto prazo, tirocínio na condução da administração municipal, já que nenhum deles tem experiência administrativa anterior, por serem, ambos, oriundos do Poder Legislativo. Os primeiros três a seis meses de gestão, portanto, serão decisivos para a obtenção do indispensável apoio da sociedade, para que o eleito possa pôr em prática suas promessas de campanha.

O futuro prefeito terá que usar muita imaginação, face à falta de recursos do Município, para convencer investidores a financiar novas obras, necessárias em uma metrópole que é gigantesca não somente em população e potencial, mas, e principalmente, em problemas. Ambos têm acenado, nas respectivas campanhas, com parcerias com a iniciativa privada, para projetos das mais variadas naturezas. Espera-se que tudo não se limite a meras promessas.

Os dois falam, também, em incentivos fiscais, com a redução da carga tributária da cidade, uma das mais elevadas do País, para atrair novos empreendimentos, que gerem, por sua vez, mais empregos, mais renda e aumentem, no final das contas, a arrecadação tributária municipal. Quem vencer, certamente, vai ser cobrado dessa promessa. Como ademais, também a de melhorar os transportes públicos, que ainda deixam bastante a desejar. Têm uma das mais altas tarifas do Estado, com atendimento que não condiz, em absoluto, com o elevado custo para o usuário.

Saúde, educação e segurança pública (esta última, atribuição direta do governo do Estado, competindo ao prefeito, somente, cobrar por sua eficiência), são outros setores que vão exigir atenção especial do novo administrador da cidade, seja ele quem for. A disputa, reitere-se, está em aberto. O Segundo Turno é uma outra eleição. Que vença, pois, o melhor, para que Campinas seja bem servida.


(Editorial da Folha do Taquaral de 12 de outubro de 2004).


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