“CRISE DE CRIATIVIDADE”: O TERROR DOS ESCRITORES
Um escritor, meu amigo, passou pela experiência de ter que escrever
com prazo marcado, a toque de caixa. Premido por dificuldades
financeiras, fez um acordo com sua editora para receber adiantada
parcela expressiva dos seus direitos autorais. Isso, antes mesmo de
haver escrito o livro. Foi-lhe imposto um prazo de seis meses para
entregar a obra acabada, revisada, prontinha para seguir para a
impressão. Ele nem se abalou. “Em seis meses, escrevo um tratado
de mil páginas”, raciocinou. Todavia, por uma dessas artimanhas do
acaso, entrou num período temido por todos os artistas, o de “crise
de criatividade”. Sentava-se junto ao computador e ficava horas
olhando para a telinha, sem que lhe viesse uma única ideia
aproveitável. Passados dois meses, começou a lhe bater o desespero.
E quanto mais desesperado ficava, menor era a sua “inspiração”.
Sua autoconfiança, ademais, fora para o espaço, estava a zero.
Resolveu mudar de ambiente, na tentativa de se concentrar melhor e
produzir o tal livro, do qual já estava pegando ódio, antes de ser
escrito (ou, justamente, porque não conseguia escrevê-lo). Em vão.
As ideias teimavam em não vir. Como havia ido para um vilarejo
deserto, com uma praia sensacional, distraiu-se com a paisagem,
deliciou-se com os banhos de mar e praticamente esqueceu a razão de
estar ali. Lá um belo dia, num final de tarde, relaxado após longo
e prazeroso passeio pela praia, resolveu escrever a primeira coisa
que lhe viesse à cabeça, publicável ou não, sem nenhuma
preocupação. “Às favas com o livro”, pensou. À medida que ia
escrevendo, as ideias foram fluindo, a princípio suavemente, como as
águas de um riacho e, depois, com vigor incontrolável, como as
cataratas do Iguaçu. Ao reler o que havia escrito, com intenção de
deletar em seguida, percebeu, surpreso, que até sem querer, havia
escrito o tal livro. E ele foi publicado e tornou-se best-seller.
@@@
CITAÇÃO DO DIA:
Grande diferença
A
diferença que há numa pessoa antes e depois de se apaixonar é a
mesma que há entre uma lâmpada apagada e uma lâmpada acesa. A
lâmpada estava no mesmo lugar e era uma boa lâmpada, mas agora está
também esparzindo luz, e é essa sua verdadeira função.
(Vincent
van Gogh).
No comments:
Post a Comment