EXCESSO DE PUDOR CONDUZ MUITOS ESCRITORES AO FRACASSO
Há escritor que se perde pelo excesso de pudor. Domina as técnicas
do texto, tem conhecimento do idioma de fazer inveja a qualquer
gramático, é objetivo, criativo e observador, sua cultura é muito
maior do que a média, exsuda talento por todos os poros e, ainda
assim... fracassa. Por que? Via de regra, por não despertar a menor
empatia no leitor. Este, intuitivamente detecta quando há falsidade
num texto, mesmo formalmente bem escrito. Nota quando falta-lhe
paixão. Fareja quando falta sinceridade. Um texto desse tipo é
bonitinho, mas ordinário, pois falta a exposição explícita das
entranhas de quem o escreveu. É algo muito sutil, mas que nosso
subconsciente capta. Portanto, quem quer fazer da literatura mero
escudo contra as ofensas da vida, pode se dar mal. É melhor que
desista dela enquanto houver tempo. Muito talento se perde, muito
diamante perfeito permanece escondido sob a ganga, muito escritor
priva o mundo da sua visão e criatividade por medo (em alguns casos,
pânico) de exposição.
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CITAÇÃO DO DIA:
Mais divino
... O amante é mais divino que o amado, porque naquele está o deus,
e no outro não...
(Thomas
Mann, livro “Tonio Kroeger – A Morte em Veneza”, Boa Leitura
Editora).
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