ESCREVER ME É VITAL… DESDE QUE SEJA ESPONTÂNEO
Confesso que, vira e mexe, sinto-me pressionado e a pressão inibe-me
a criatividade. Basta que alguém me imponha um tema ou uma data
específica para a entrega de uma crônica, um ensaio ou um conto,
para a atividade de redação, que tanto amo, deixar, subitamente, de
ser um prazer, algo delicioso e lúdico, para se transformar em
tarefa chata, num dever a cumprir, numa enfadonha obrigação. Apesar
de invariavelmente elogiados, não gosto dos textos que produzo
nessas circunstâncias. Eles me parecem sempre artificiais, forçados,
“falsos”, embora quem os leia não perceba nada disso e se
desmanche em elogios. Não me refiro, aqui, à produção
jornalística, muito diferente da literária. Em jornalismo, sim,
prazos e temas prefixados são a rotina. Em literatura, todavia, isso
é um “veneno” à criatividade. Não sei se com vocês, caros
amigos escritores, ocorre o mesmo. Mas isso é para lá de comum com
os colegas do ramo com os quais tenho abordado o assunto. Para evitar
essa pressão, antecipo-me a quaisquer cobranças. Aproveito os
momentos de “fúria produtiva” para produzir uma quantidade
imensa de crônicas, ensaios etc. Quando alguém me pede um texto,
digamos, para amanhã, não me aperto. Tenho uma quantidade enorme
deles em estoque, todos escritos com prazer e alegria. Reitero que
escrever, para mim, é muito mais do que a minha maneira de ganhar o
“pão nosso de cada dia”. É tão necessário e natural como
comer, beber ou respirar. Mas esse prazer se torna um delírio apenas
quando se dá espontaneamente.
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CITAÇÃO DO DIA:
Riqueza do amor
Encontrei
na rua um rapaz muito pobre que estava amando. O chapéu era velho, o
casaco surrado, a água atravessava-lhe os sapatos e as estrelas
atravessavam-lhe a alma.
(Víctor
Hugo).
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