Friday, February 09, 2018

CRÔNICA DO DIA - Fevereiro é o meu xodó


Fevereiro é o meu xodó

Por Pedro J. Bondaczuk

Fevereiro, apesar de ser o mês mais curto do ano – tem só 28 dias e a cada quatro anos tem 29 – é o mais importante da minha vida, e por uma longa série de razões. Por isso, é o meu grande xodó. Foram tantas as coincidências que ele protagonizou (seriam coincidências mesmo? Vá saber! Afinal, como afirmou William Shakespeare, pela boca de um de seus tantos personagens, “há mais mistérios entre o céu e a terra do que a vã filosofia dos homens possa imaginar”) que não há como deixar de gostar dele. E não é por causa do Carnaval. E nem por marcar o auge do Verão, época de descontração e lazer. A importância de fevereiro para mim vai muito além disso. É por causa de acontecimentos sumamente relevantes que compõem a minha já extensa biografia (e põe extensa nisso!!!).

Bem, convém me explicar, para que este espontâneo monólogo não se transforme em papo de doido. Afinal, leitor algum consegue penetrar na minha cabeça e ler o que penso. Vamos, pois, às explicações. Para começo de conversa, informo que se não fosse fevereiro, eu sequer existiria. Meus pais vieram ao mundo exatamente nesse mês. Não, não foi num mesmo ano. Mas isso é o que menos importa.

Meu pai nasceu em 4 de fevereiro de 1921 e minha mãe, em 7 de fevereiro de 1924. “Foram só estas as coincidências?”, talvez pergunte, decepcionado, o leitor mais afoito. Claro que não! Isso só foi o começo. Eu mesmo quase nasci nesse mês. Ocorre que devo ter ficado com pressa de vir ao mundo e acabei nascendo num 20 de janeiro de 1943. Por escassos onze dias deixei de aniversariar em fevereiro.

Houve, ao longo da minha infância e juventude, várias coincidências (seriam coincidências mesmo?) envolvendo esse período, mas os fatos relevantes aconteceram na maturidade. Por exemplo, retornei a Campinas, depois de haver estudado por quatro anos em um internato da cidade, em 28 de fevereiro de 1964, data exata da emancipação do município de Paulínia. “Milimétrico” um ano depois, eu me mudaria em definitivo para a terra de Carlos Gomes, onde estou até hoje e onde pretendo permanecer para sempre. Ou seja, mudei-me “de cuia e bagagem” para Campinas em 28 de fe4vereiro de 1965. Não poderia ter sido em outra data? Poderia, mas… não foi.

Contudo as coisas não pararam por aí. Vejam só o que aconteceu. Exatamente em 27 de fevereiro de 1966 comecei a namorar com a mulher (na época, só menina) que meu coração elegeu para ser minha “cara metade” para o resto da vida, com a qual estou casado há já 45 anos. Foram sete anos de namoro, cercados de imensas dificuldades, pois os pais dela se opunham ao nosso relacionamento. Tenta para cá, teima para lá e, finalmente consegui convencer meu futuro sogro que eu não era um partido tão ruim como ele supunha. Em resumo, ficamos noivos. E sabem quando oficializamos o noivado? Pois é, em 27 de fevereiro de 1972. Juro que não planejei que fosse nessa data. Mas… aconteceu.

As coisas pararam por aí? Claro que não! Casamo-nos em 17 de fevereiro de 1973. Se você pensa que as coincidências (seriam só coincidências mesmo?) pararam por aí, está muito enganado. Sabe quando nasceu minha primeira filha, a Tatiana? Pois é, foi num 12 de fevereiro (de 1974)! Aliás, essa data marcou meu primeiro dia de trabalho numa nova empresa, a 3M do Brasil, localizada em Sumaré. Enfrentei uma correria infernal nesse dia, “andando nas nuvens” de tanta felicidade. Bem cedinho, fui à Maternidade de Campinas conhecer meu lindo anjinho e tive que ir correndo tomar o ônibus da firma, para não chegar atrasado justo na minha estreia no novo trabalho. Recebi abraços de um montão de pessoas que nem conhecia, o que me ajudou, sem dúvida, a me enturmar no novo emprego.

Bem, depois disso, nem preciso relacionar mais fatos ocorridos em outros meses de fevereiro (e estes aconteceram e continuam acontecendo). Como, por exemplo, o término do melhor livro que já escrevi (“Passarela de sonhos”, de contos), mas que permanece rigorosamente inédito. Todas as histórias que o compõem têm como foco o Carnaval. Portanto, o grande personagem, ao fim e ao cabo, é nada mais, nada menos do que meu xodó, o mês de fevereiro. Quem sabe a publicação dessa obra-prima (é assim que a considero) pela qual tenho tanto carinho, virá a ser publicada nesse período anual de 28 dias? Quem sabe? Não ficarei nem um pouco surpreso se isso acontecer. E deveria?!!!


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