O exercício da cidadania
Pedro J. Bondaczuk
O direito de cidadania é uma
conquista. Não se trata de mera outorga do Estado ou de quem quer
que seja, mas de uma condição que tem que ser buscada, batalhada,
obtida com muita luta pelas pessoas, individualmente. Tem, como
contrapartida, uma série de deveres para com a comunidade, sobretudo
o do absoluto respeito às leis.
O sociólogo alemão Ralf
Daherendorf, em conferência proferida em Weimar, em 25 de fevereiro
de 1996, advertiu: "O processo de concretizar o direito à
cidadania para todos, jamais se completa. Mais do que isso, ele está
sempre sob ameaças".
Mais adiante, cita as duas
principais dos dias de hoje: "Uma é o surgimento de uma classe
marginalizada, formada pelos excluídos, pelas pessoas que não têm
acesso ao mercado de trabalho ou à sociedade civil ou às suas
instituições políticas...A outra ameaça é a do novo
autoritarismo, a estranha nostalgia pela automutilação cívica em
um mundo incompreensível".
O novo Código de Trânsito,
que entrou em vigor na quinta-feira, é uma das oportunidades que o
brasileiro tem de exercitar a cidadania. A eleição de outubro é
outra, e mais relevante. Em suas mãos está não somente o futuro
administrativo do País, mas, sobretudo, o seu, pessoal, na
dependência do programa de governo a ser implementado. Por isso, não
tem o direito de errar. Um erro de escolha tende a custar muito caro.
(Editorial número dois,
publicado na página 2, Opinião, do Correio Popular, em 26 de
janeiro de 1998).
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