Democratas
têm pouca chance
Pedro J. Bondaczuk
O Partido Democrata dos EUA, que antes das eleições
primárias já apresentava poucas chances de opor um candidato competitivo para
concorrer com o atual presidente daquele país, Ronald Reagan, nas eleições presidenciais
de novembro deste ano, sai desse processo de escolha desgastado, desunido e
virtualmente perdedor.
Dos três concorrentes à indicação, foi vitorioso,
após um suicida processo autofágico, o ex-vice-presidente de Jimmy Carter,
Walter Mondale, que praticamente já conseguiu reunir os 1.967 delegados
necessários para que isso se concretize.
Embora nem sempre as pesquisas de opinião sejam
infalíveis, mesmo em se tratando de um país como os Estados Unidos, todas as
prévias apontam, com maior ou menor margem de vantagem, para o atual inquilino
da Casa Branca, como o vencedor do próximo pleito presidencial. E não deve dar
outra.
Nem mesmo a política externa de Reagan, seu
calcanhar de Aquiles, já assusta tanto os norte-americanos. O cidadão médio
daquele país (que se convencionou chamar de “a maioria silenciosa”) está
preocupado é com o fator econômico. E quem não está?
Ele pensa no seu emprego, na inflação, na poupança e
nas possibilidades de lucros crescentes em seus negócios. Portanto, está pouco
se lixando se Reagan é pacifista ou se está louco para lançar uma bomba “H” na
cabeça dos soviéticos. E no plano econômico, ninguém pode negar o sucesso da
“Reaganomic”, a política de saneamento procedida por Reagan na economia dos
EUA.
Para nós, que habitamos ao Sul do Rio Grande, ou
seja, latino-americanos, o candidato ideal seria o pastor Jesse Jackson, pelas
suas posições claras de ajuda ao continente. Ele deverá, quase que com certeza,
ser o vice da chapa de Mondale. Mas não se iludam. Os democratas não têm a
mínima chance.
A reeleição de Reagan, a menos que ocorra uma dessas
catástrofes políticas impensáveis, não será sequer ameaçada por qualquer
candidato do partido oponente. Por isso, é bom que nos acostumemos com a idéia,
para enfrentar mais quatro anos de protecionismo, tensões regionais e
frustrações políticas. Alguém ainda tem dúvidas a esse respeito?
(Artigo publicado na página 10, Internacional, do
Correio Popular, em 6 de junho de 1984)
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