Alternância
de glórias e tragédias
Pedro J. Bondaczuk
Estranhos são os destinos de determinadas famílias,
que parecem ter uma espécie de estigma, de maldição pesando sobre suas cabeças.
Esse é o caso do clã Kennedy, de Massachusetts, mais precisamente, de Hyannis
Port, naquele Estado.
O velho patriarca Joseph teve quatro filhos com
Rose: um morreu na guerra (Joseph Jr), outro foi assassinado enquanto era
presidente (John), o terceiro foi abatido a tiros logo após vencer as eleições
primárias do Partido Democrata, na Califórnia (Robert). Restou um Único filho
homem, o senador Edward Kennedy.
Este, contudo, não teve melhor sorte do que os
demais, embora não tenha morrido. E a única filha do casal Joseph e Rose tem
problemas mentais. Um lamentável incidente, ocorrido em 1968 e até hoje não de
todo bem explicado, no qual morreu sua secretária, Mary Jô Kopechkne,
praticamente impediu que Ted pudesse chegar à presidência dos EUA. O caso do
Rio Chapadiquitt ficou, até hoje, como incômoda pedra no sapato.
Pouco depois, foi a vez do filho caçula do senador
ter uma perna amputada, em razão de câncer ósseo. A esposa, Joan, vítima de
profunda depressão, fazendo uso constante de bebidas alcoólicas, separou-se de
Edward.
Agora, a tragédia se abate de novo sobre a família,
desta vez a de Robert, com a morte do seu filho mais velho, David Anthony
Kennedy, no Hotel Brazilian Court (tinha que ser Brazilian!), em Palm Beach, na
Flórida. Coincidência ou não, é muita tragédia na vida de uma família que, em
contrapartida, conheceu tantas glórias!
(Artigo publicado na página 13, Internacional, do
Correio Popular, em 26 de abril de 1984)
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