Astros do ensaio
Pedro
J. Bondaczuk
O Brasil tem produzido,
ao longo dos anos, excelentes ensaístas, que não ficam nada a dever aos grandes
astros do gênero, de outros países. Pode-se afirmar que, diariamente, em
especial nos meios acadêmicos, são produzidos primorosos ensaios, divulgados,
via de regra, em meios específicos da internet. Basta acessar esses sites e/ou
blogs, e conferir.
Para não cometer
injustiças, e nem causar melindres, cito, apenas, alguns desses autores, e de
um passado na verdade ainda recente. Estão, neste caso, Augusto Meyer, Alceu de
Amoroso Lima, Gustavo Corção, Sérgio Milliett e o diplomata Álvaro Lins, com
seu instigante livro “A glória de César e o punhal de Brutus”.
Portugal, por sua vez,
conta com poucos ensaístas ilustres. Destes, destaco, é claro, Alexandre
Herculano (uma espécie de mito na literatura de língua portuguesa) e Antero de
Quental. Entre os espanhóis, deve ser, forçosamente, mencionado, além do poeta
Miguel de Unamuno, o filósofo José Ortega y Gassett, um dos meus ensaístas
preferidos.
Dos norte-americanos,
já enfatizei a atuação, em considerações anteriores, de Henry David Thoreau,
cujos textos integram todos os currículos de literatura inglesa das escolas dos
Estados Unidos. Mas não podem ser omitidos os nomes dos extraordinários
filósofos Ralph Waldo Emerson e Will Durant (este último, autor dessa autêntica
jóia literária e filosófica que é o livro “Filosofia da Vida”). James Lowell,
igualmente, não deve ser esquecido.
Em língua germânica, os
ensaístas que mais chamam minha atenção são Thomas Mann, Hannah Arendt e Stefan
Zweig (húngaro de nascimento, que teve fim trágico, aqui no Brasil, ao cometer
suicídio).
Entre os russos, apesar
de algumas restrições, o destaque vai para Leon Tolstoi, em sua fase mística.
Muitos críticos literários entendem que essa foi a etapa da sua decadência
literária, em que teria escrito textos de qualidade inferior. Pode ser. Ainda
assim, nos legou, nesse período, alguns ensaios de imensa sabedoria e
profundidade.
Os ensaístas mais
conhecidos (e mais lidos) são, todavia, tanto os franceses, quanto os ingleses.
Na França, além de um dos criadores do gênero, Michel Eyquem de Montaigne, não
podem ser omitidos nomes como os de Montesquieu, Voltaire, Hippolyte Taine,
Jean de La Bruyere, Charles Auguste Saint-Beuve, Paul Valéry, Albert Camus e
Marguerite Yourcenar, entre tantos e tantos outros.
Já na Inglaterra, temos
uma quantidade tão grande de notáveis ensaístas, que dificilmente não irei me
esquecer de algum bastante destacável. Afinal, não possuo tão boa memória
quanto desejo.
Além de Francis Bacon,
nomes que não podem ser omitidos jamais são os de John Locke, Abraham Cowley
(poeta), Daniel Defoe (jornalista), Joseph Addison, Richard Steele, Alexander
Pope (o único a produzir ensaios em versos), Samuel Johnson, Henry Fielding,
Oliver Goldsmith, Thomas Carlyle, Percy B. Shelley (poeta), Thomas Macaulay,
William Thackerray e George Orwell, principalmente.
Que time de craques,
não é mesmo?!!! Que tal você, paciente leitor e que tem pretensões a escritor,
se aventurar por este gênero, que parece tão simples, mas que envolve tamanha
complexidade, em decorrência das idéias com que os ensaístas trabalham?! É um
belo desafio ao seu talento e criatividade. Espero, um dia, ler um livro de
ensaios seu, combinado?
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
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