Thursday, June 30, 2016

HÀ DECISÕES QUE PODEM, E DEVEM SER “AMADURECIDAS”

Há decisões que, mesmo importantes, não são urgentes ou dramáticas. Permitem um tempo de “maturação” que varia de acordo com as circunstâncias.  Como a que um determinado diretor de uma empresa rentável, que tenha recebido uma proposta de fusão com outra, que não seja lá muito bem administrada,  mas que com algumas correções administrativas, poderia ser altamente lucrativa, às vezes enfrenta. Caso concorde com a medida, pode ensejar o surgimento de uma companhia maior, mais poderosa e mais eficiente, uma “holding”, ou corporação ou algo parecido, com amplas vantagens para todas as partes envolvidas. Pode, porém, estar assumindo um indesejável problema, que apenas cause dores de cabeça e enormes prejuízos.

 ***

MUITAS DECISÕES NÃO DEVEM SER ADIADAS

Ernest Dichter recomenda “Durma em cima do problema”. Ou seja, pondere sobre ele. Permita que a decisão amadureça em seu espírito. Colha o máximo de informações possíveis (e todas rigorosamente exatas e objetivas) sobre a questão em torno da qual você terá que decidir. Mas nunca confunda a prudência com a procrastinação. Não assuma a atitude covarde de “empurrar a decisão a ser tomada com a barriga”, adiando-a sine die, indefinidamente. É necessário que nesses casos o administrador tenha “feeling” para determinar o tempo certo antes de decidir. Este não pode ser nem maior do que o necessário, nem menor do que recomenda a prudência. É indispensável que seja o ideal. É verdade que decisões apressadas freqüentemente induzem as pessoas a erros, com os conseqüentes aborrecimentos e prejuízos. Mas as tardias podem pôr por terra preciosas oportunidades, que provavelmente jamais voltarão a aparecer.


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Marcha lenta


Pedro J. Bondaczuk


O presidente da Copersucar, Werther Anicchino, advertiu, ontem, que se o governo não tomar imediatas providências, como por exemplo a importação de um bilhão de litros de metanol, o usuário do carro a álcool terá, na próxima entressafra, em março de 1991, problemas muito mais sérios de abastecimento do que aqueles que teve no corrente ano e que não foram pequenos.

Mais uma vez, portanto, o consumidor, que acreditou nas promessas do governo, que investiu na compra de veículo movido por esse combustível, que recebeu a garantia de que seu carro não ficaria parado na garagem por falta do carburante, corre o risco de ser lesado.E, o que é o pior, todo um processo tecnológico genuinamente brasileiro, desenvolvido inclusive com o dinheiro dos contribuintes, está em vias de ser desmoralizado.

Muitos dos quatro milhões de detentores de automóveis movidos a álcool já fizeram, estão fazendo ou pensam em fazer a conversão de seus motores para a gasolina, da qual o Brasil não é auto-suficiente e para cuja produção bilhões de preciosos dólares têm que ser queimados anualmente.

Esse caso conduz o crítico a uma profunda reflexão acerca do que aconteceu ao País de algumas décadas para cá. Não é verdade que o brasileiro não trabalhou nesse período, ou fez menos do que em outras ocasiões. Ao contrário.

Nunca um povo se esforçou tanto, por tantos anos, quanto o nosso. E provavelmente jamais alguém conheceu maiores frustrações e retrocessos quanto os que vivem neste País. Há exceções, é claro, mas estamos nos referindo à grande maioria.

Houve ocasiões em que chegamos a espantar o mundo com nossas taxas de crescimento econômico, com cifras girando por muito tempo ao redor dos 10% chegando até mesmo a 14%. Onde residiu o nosso “pecado”? Em que ponto falhamos em todos esses anos, para chegarmos a 1990 com os salários detendo um poder de compra 35% menor do que em 1980 e com o mínimo, a remuneração de 80% dos brasileiros, adquirindo de cinco a seis vezes menos mercadorias do que em 1940?

Talvez a falha sempre estivesse em não levar a sério a estratégia de Henry Ford, que tinha a política de pagar muito bem aos seus empregados, para que cada um deles pudesse ser, igualmente, seu cliente na aquisição do produto que fabricava: o automóvel.

É preciso que se salve o Proálcool, não por uma questão de puro nacionalismo, por se tratar de uma tecnologia nossa, mas por uma razão absolutamente pragmática. O País não pode abrir mão de uma fonte energética renovável, em favor de outra que está muito perto de se exaurir no mundo, como comprovam inúmeras pesquisas e advertências de técnicos do setor. Até porque a nossa quota de erros e omissões se esgotou por inteiro na infeliz década de 1980.

(Artigo publicado na página 2, Opinião, do Correio popular, em 17 de julho de 1990).


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Gênero subestimado

Pedro J. Bondaczuk

Olá, amigos escritores, saudações. Os autores teatrais (apesar do teatro haver sido o precursor da literatura de ficção) são, via de regra, subestimados, quando se fazem as relações dos grandes clássicos da Literatura mundial.

Quem perde tempo com esses controvertidos e inúteis rankings, quase sempre se esquece dos grandes mestres do texto teatral. E isso também funciona (estranhamente) na hora de se atribuírem os grandes prêmios literários, como o Nobel,  o Goncourt e o Book Prize, por exemplo.

Para ressaltar a grandeza, o talento e a importância desses escritores, porém, sequer é necessário remontar à Grécia Antiga e citar as figuras maiúsculas de Ésquilo, Sófocles, Eurípides, Aristófanes e tantos outros. E nem ao teatro romano, com Plauto, Terêncio e Sêneca. Nem nos remetermos aos clássicos franceses do gênero, como Corneille, Racine e, sobretudo Jean Baptiste Poquelin, o inefável Moliere, pseudônimo com o qual se consagrou. Nem mesmo é preciso citar os monstros sagrados ingleses, como William Shakespeare, Christopher Marlowe, Thomas Nashe ou Ben Jonson.

Temos, hoje, uma infinidade de ótimos autores, abastecendo tanto o teatro (quer na Broadway quer em outro lugar qualquer do mundo), quanto o cinema (Hollywood, sobretudo) de excelentes textos, trazendo à baila, aos amantes da boa dramaturgia, o homem e a vida em toda a sua grandeza e miséria. No entanto...

Nas relações semanais de livros mais vendidos, não há um único do gênero (salvo raríssimas e honrosas exceções). Se não me equivoquei nas contas, apenas cinco autores teatrais foram premiados com o Nobel desde a criação desse prêmio: o irlandês George Bernard Shaw (em 1925), o italiano Luigi Pirandello (em 1934), o norte-americano Eugene O’Neil (em 1936), o também irlandês Samuel Beckett (em 1969) e o inglês Harold Pinter (2005). É, como se vê, pouco, muito pouco para a importância do gênero. Entendo que se trate de ridícula subestimação.

Está mais do que na hora dos responsáveis pela atribuição desses prêmios olharem com mais carinho e atenção para esses escritores, que mantêm a tradição de qualidade da boa literatura que vem desde milênios, da visão e da criatividade dos notáveis gregos.

Da minha parte, já me aventurei a escrever uma peça teatral e sei, por experiência própria, do quanto de talento, de cultura e de observação essa tarefa exige. É um desafio que poucos estão habilitados a enfrentar com êxito.

Claro que não produzi nenhum “Romeu e Julieta”, longe disso. Escrevi, na verdade, um dramazinho, que em certos momentos descamba para a comédia, ou mais precisamente para o patético, se não para o picaresco. Tinha três atos apenas e foi representado por um grupo de teatro amador, de um tradicional colégio da Grande São Paulo, em que estudei. Achei a tarefa tão complexa, que nunca mais me aventurei a repeti-la.

O texto final, confesso, saiu completamente descaracterizado, bem diferente do primeiro esboço. Manteve-se intacta, apenas, sua espinha dorsal, o enredo. Quase todos os diálogos tiveram que ser adaptados, a partir do primeiro ensaio, porque os originais não tinham naturalidade e soavam a discursos, assim como os figurinos e os cenários.


O que eu havia proposto, originalmente, mostrou-se inviável de ser trasladado para o palco. Meu respeito pelos autores de textos teatrais, que já era grande, multiplicou-se por um bilhão, depois dessa tentativa fascinante, mas única. Concluí que essa “não é a minha praia”. Contudo entendo que o bom escritor deve experimentar se expressar em todos os gêneros, antes de definir, de vez, o que ache que deva utilizar para produzir sua tão sonhada e planejada “obra-prima”

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Wednesday, June 29, 2016

ALGUMAS DECISÕES TÊM QUE SER INSTANTÂNEAS

Há dois tipos de decisões: as que somos forçados a tomar quase que instantaneamente, em fração de segundos, mais ditadas pelo instinto do que pela razão, em determinada situação de emergência, sem tempo para nenhuma espécie de reflexão e as que podem ser refletidas, ensaiadas, pesadas e exaustivamente analisadas. Digamos que o leitor esteja dirigindo um carro numa rodovia, em noite tempestuosa, em velocidade que lhe permita frear abruptamente o veículo caso tope com algum obstáculo não previsto, sem riscos de capotamento. Suponhamos que a estrada seja de pista única e que em determinada curva, de baixa visibilidade, um animal qualquer cruze a frente do automóvel. Numa fração de segundos, correndo os riscos ditados pelas circunstâncias, o motorista terá que tomar uma decisão imediata, que pode, não raro, lhe custar a vida, se for a errada, e muitas vezes as de outras pessoas. O tal leitor terá, em primeiro lugar, contar com um veículo em perfeito estado mecânico. Vai precisar, também, que seus reflexos estejam afiados. O que fazer? Desviar do animal, indo na direção do barranco no acostamento à esquerda? Torcer o volante para a direita, onde há um profundo abismo, separado da estrada somente por um frágil “guard-rail”? Frear bruscamente, correndo o risco de sofrer um choque de outro veículo na traseira? Ou atropelar o animal, para ver no que dá? Tudo isso, o motorista vai ter que decidir instantaneamente.    


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Signo do medo



Pedro J. Bondaczuk


A população campineira vive sob o signo do medo, dado o aumento explosivo da violência urbana que se verificou na cidade no correr de 1997 (até domingo passado, por exemplo, o número de homicídios já havia chegado a 317, média de um por dia).

O fenômeno, frise-se, não se restringe a Campinas e costuma ser cíclico. Aliás, o tema costuma vir à baila com maior freqüência em vésperas de eleições, o que faz supor que sua exacerbação é do interesse de determinadas correntes políticas, não muito comprometidas com os direitos humanos.

Isto não quer dizer, no entanto, que a violência seja apenas uma fantasia de algumas pessoas ou grupos, dispostos a explorar o medo da população para atingir seus objetivos (quase nunca claros ou nobres). As estatísticas estão aí para comprovar que de fato houve um dramático aumento da criminalidade na cidade.

Para reverter esse quadro de insegurança, que ameaça a integridade física e o patrimônio dos cidadãos – senão a curto, pelo menos em médio prazo – é necessária uma mobilização geral, no sentido de se detectar as causas desse fenômeno (que são várias e complexas), e de se estabelecer estratégias de prevenção.

As várias campanhas de desarmamento são um dos caminhos indicados. Mas só elas não bastam. Faz-se indispensável uma ação mais firme das autoridades, apurando e localizando os principais focos de criminalidade e combatendo sem tréguas as quadrilhas de traficantes e de assaltantes da cidade, responsáveis pela maioria dos delitos cometidos.

Mas que não se caia no erro de buscar soluções à margem da lei. Que não se combata a violência com outra maior. Seria um erro gravíssimo optar por esse caminho, que sempre que foi trilhado, trouxe trágicas e dolorosas conseqüências à comunidade, como ilustram os episódios da Favela Naval de Diadema ou da Cidade de Deus no Rio, entre outros.

A criação de um sistema de "disque-denúncia", como existe na capital fluminense, é uma das muitas idéias apresentadas e que poderiam ser implementadas, de forma a não expor a risco os que quisessem colaborar com a polícia.

Outra providência seria a adoção de um policiamento ostensivo freqüente, constante, se possível diário, com policiais fardados nas ruas e nos logradouros públicos de maior movimento, para inibir a prática de crimes e dar ao cidadão a segurança que ele merece e pela qual paga.

Ao mesmo tempo, compete aos meios de comunicação a tarefa de esclarecimento, além daquela que vêm exercendo tão bem: a da denúncia e da cobrança. Simultaneamente, requer-se um programa eficaz de assistência social, que ampare os desempregados e recupere os viciados em drogas (entre as quais o álcool) e encaminhe para as escolas os meninos e meninas de rua, livrando essas crianças da marginalidade e do crime.

Trata-se, como se vê, de uma tarefa de toda a comunidade, que não pode permanecer passiva, ilhada ou aterrorizada, esperando que a solução surja do nada, como em um passe de mágica.

(Texto escrito em 24 de novembro de 1997 e publicado como editorial na Folha do Taquaral).

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Gênero nobre

Pedro J. Bondaczuk

O ensaio é um dos gêneros mais importantes, instrutivos e úteis da literatura. Todavia, não se pode dizer que seja dos mais populares. Por que? Por tratar de assuntos que exigem vasta cultura do leitor para que este possa acompanhá-los, entender e usufruir minimamente dos seus ensinamentos.

Seus consumidores por excelência, pois, são filósofos, historiadores, sociólogos, cientistas, professores universitários e críticos literários, entre outros. Claro que qualquer pessoa pode (e deve) ler textos desse gênero. São fundamentais para a cultura de quem quer que seja. Poucos, no entanto, têm esse privilégio.

O ensaio é relativamente recente. Data do século XVI e um dos seus criadores foi o francês Michel Eyquem de Montaigne. É uma delícia ler suas explanações, que se constituem sempre num sofisticado “banquete de idéias” para satisfazer a fome do nosso espírito. Na Inglaterra, um dos precursores do gênero foi Francis Bacon, embora a terra da rainha tenha produzido (e continue produzindo) ensaístas notáveis.

Provavelmente, porém, o escritor do gênero mais conhecido mundo afora seja o norte-americano Henry David Thoreau. Seu livro “Desobedecendo”, clássico da literatura mundial, por exemplo, exerceu decisiva influência no pensamento e na ação de Mohandas Karamanchand “Mahatma” Gandhi, que o tomou por fundamento para estabelecer sua bem-sucedida estratégia de desobediência civil, ou seja, de resistência pacífica ao domínio colonial inglês, que resultou na independência da Índia.

E o quê, afinal, caracteriza o gênero? De acordo com a enciclopédia eletrônica Wikipédia, “ensaio é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, em que o autor expõe idéias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de determinado tema. É menos formal e, portanto, mais flexível que o tratado”.

E prossegue: “Consiste, também, na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um assunto (humanístico, filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, literário etc.), sem que se paute em formalidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico”.

Para que o leitor tenha uma idéia, a maioria dos meus textos, classificada, invariavelmente, de “crônicas”, é, na verdade, enquadrável, a rigor, no gênero ensaio. Trata-se da forma de expressão que mais aprecio (tanto para ler, quanto, e principalmente, para escrever) e com a qual me sinto mais à vontade. É, portanto, apesar do seu relativamente baixo índice de leitura, o gênero mais nobre da Literatura.

Provavelmente a melhor definição de ensaio já feita até hoje seja a do filósofo e exímio ensaísta espanhol, José Ortega Y Gasset, que o caracterizou como “ciência sem prova explícita”. É isso aí, sem tirar e nem pôr. Pela importância do assunto, certamente voltaremos a tratar dele oportunamente.


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Tuesday, June 28, 2016

CONVÉM CONSULTAR PESSOAS DE CONFIANÇA PARA DECIDIR
  
Barack Obama e Vladimir Putin têm em suas mãos a real possibilidade de causar a completa destruição do Planeta e tudo o que há nele, se tomarem uma decisão errada a propósito do uso do imenso arsenal nuclear de que dispõem. Como se vê (e não apenas nesse exemplo extremo), a solidão caracteriza o ato de decidir seja lá o que for. É um ato individual, mesmo que afete (como é o caso) bilhões de pessoas. A lição ensinada por Ernest Dichter em seu livro “Espelho, espelho meu, existe gerente mais eficaz que eu?” (Editora McGraw Hill),  aplica-se bem tanto a Obama, quanto a Putin (ou outro líder qualquer cujo país disponha de arsenal nuclear). O publicitário austríaco observa: “A discussão com colaboradores confiáveis é valiosa”. Apesar dessa consulta, no entanto, é evidente que nenhum líder que se preze vai abrir mão da prerrogativa de decidir. Ele é que terá de arcar com todos os bônus e com os correspondentes ônus da decisão que tomar. E Dichter justifica a prudência da consulta: “Falar a respeito de decisões importantes (sempre com colaboradores confiáveis, frise-se) ajuda a assegurar que você não omitiu detalhes importantes”. Muitas vezes um fator mínimo da questão em análise, que visto de forma isolada aparenta ser irrelevante no contexto, pode ter importância fundamental. Se não for levado em conta, pode levar todo o empreendimento (seja de que natureza for) ao fracasso. Afinal, duas cabeças tendem a pensar melhor que uma. E várias delas...


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Gorbachev mantém-se no centro


Pedro J. Bondaczuk


O presidente soviético, Mikhail Gorbachev, vem sendo reiteradamente acusado de retroação na política reformista da "perestroika". Analistas apressados têm se referido à sua pretensa guinada à direita, num prenúncio de fechamento do regime. Outros, como o populista Bóris Yeltsin, asseguram que a demora na reforma econômica para passar de um sistema centralizado e planificado de gestão da economia para o mercado livre é a principal causa das dificuldades atuais do país.

Mas ele não teve coragem de implantar seu plano de "500 dias" na Rússia. Quem faz tais afirmações desconhece o pensamento do líder do Cremlin por completo. Em momento algum, durante a atual crise, propositalmente induzida por ele, Gorbachev saiu dos rumos traçados no livro "Perestroika, Novas Idéias para Meu País e o Mundo".

Em instante algum o presidente prometeu pressa nas reformas. Até porque, ele assinalou e reiterou em inúmeras oportunidades que as idéias q            eu lançou não se tratavam de um programa pronto a ser implementado. Aliás, elas foram elaboradas exatamente para pôr fim às decisões de cima para baixo.

Num dos intertítulos de sua obra, sintomaticamente denominado "Não temos fórmulas prontas", Gorbachev escreveu: "A política é a arte do possível. Além dos limites do possível começa o aventureirismo. É por essa razão que avaliamos nossas possibilidades com cuidado e sensatez e planejamos minuciosamente as tarefas. Ensinados por amarga experiência, não pomos o carro à frente dos bois no caminho que traçamos, mas levamos em conta as realidades evidentes do nosso país. A maior dificuldade no esforço de reestruturação reside no modo de pensar que se cristalizou nos últimos anos. Todo mundo, do secretário-geral ao operário, precisa reformular essas opiniões. E issi é compreensível, pois muitos de nós fomos modelados como indivíduos dentro das condições da velha ordem. Temos que superar nosso próprio conservadorismo".

Para essa superação, porém, Gorbachev abominava, como ainda abomina, os extremismos de quaisquer espécies. Tanto o dos que desejam mudar tudo, sem qualquer análise, jogando na lata de lixo da história o bom e o ruim, indiferentemente, apenas pelo fato de ter envelhecido; quanto o dos que lutam para manter tudo no que sempre foi, cristalizando vícios, injustiças e corrupções.

A posição centrista do presidente soviético não é nova. Foi manifestada desde o discurso inaugural que pronunciou, em 12 de março de 1985, quando assumiu o poder. Portanto, antes da ascensão nacional de Yeltsin e principalmente da elaboração e divulgação da "perestroika".

No pronunciamento que fez, em Krasnoiarsk, em 16 de setembro de 1988, Gorbachev acentuou: "Qualquer extremismo é errado do ponto de vista científico e irresponsável no plano político". E a despeito dessa constatação ser sumamente óbvia, ela é fácil de ser feita, mas poucas vezes utilizada para a adoção de posições moderadas, serenas, corretas e sobretudo responsáveis.

(Artigo publicado na página 22, Internacional, do Correio Popular, em 24 de março de 1991).


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Formas de narrar

Pedro J. Bondaczuk

Há três formas básicas de se narrar uma história, não importa o gênero escolhido – se conto, romance ou novela –, cada uma delas com várias nuances, claro, de acordo com o estilo de cada escritor. Numa delas, o narrador coloca-se na posição de personagem principal. A narrativa, neste caso, é toda feita na primeira pessoa.

É utilizada, em geral, nos enredos caracterizados pela ação. Cada personagem revela sua personalidade e suas motivações nos diálogos e, sobretudo, agindo. A utilização dessa maneira de contar a história confere-lhe mais dinamismo. Como leitor, é a minha preferida. Já como escritor... Sinto-me limitado e tenho dificuldades de apresentar os protagonistas da forma exata como os imaginei.

Na segunda forma de narrar, o escritor também assume o papel de personagem, contudo secundário. Não é, pois, o principal protagonista. É uma espécie de testemunha da história, embora envolvido nela. Participa dela, mas o foco não está sobre si. Embora a utilize, não o faço com a mesma freqüência das outras duas.

E qual é a terceira? Confesso que é a minha preferida. É a que tem o narrador como uma espécie de ser sobrenatural, onipresente e onisciente, tanto que penetra até na mente dos protagonistas e relata, em pormenores, ao leitor, até seus pensamentos e sentimentos mais secretos e impenetráveis.

“Comanda”, portanto, os participantes do enredo, como se estes fossem bonecos de marionetes, que só agem quando manipulados através de cordões. Creio que é a forma de narrar que dá mais conforto ao narrador. Permite-lhe escrever histórias mais densas, com maior conteúdo, em que cada ação é justificada pela respectiva motivação.

Tem o inconveniente, porém, de tornar os textos mais massudos, muito explicativos, do que muita gente não gosta. O leitor menos atento, por exemplo, aquele que se preocupa basicamente com a ação, em geral foge de livros que tenham esta forma de narrar.

Embora, reitero, eu prefira esta terceira opção, tenho me utilizado de todas as três, de acordo com as circunstâncias (e, claro, caprichos). Afinal, o enredo é meu, sai da minha imaginação e me reservo, portanto, o direito de narrá-lo como melhor me aprouver. E pago, evidentemente, o preço da minha escolha, caso não seja habilidoso o suficiente para me utilizar de outros artifícios, não importa quais, que prendam o leitor ao andamento da narrativa. Como faço isso? Esse é o “pulo do gato” que a onça não pode saber!

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Monday, June 27, 2016

ASTÚCIA É MERA ESTRATÉGIA DO SÁBIO

A sabedoria e a astúcia raramente andam de mãos dadas. O ideal é que andassem. Aliás, não raro, são condições até antagônicas. Muitos consideram-nas sinônimas. Acham que se trata da mesma coisa, apenas com nomes diferentes. Ou seja, entendem que se trate tão somente de questão de semântica.  Enganam-se, todavia. Posso, por exemplo, ser sábio e, no entanto, despido de esperteza (esta sim sinônima de astúcia). Aliás, a fama de que gozam os notórios luminares da sabedoria, os gênios, os gigantes intelectuais da espécie, é a de serem ingênuos. Nem todos, óbvio, o são. Mas o fato de serem não os tornaria e nem os torna menos sábios. O astuto é aquele sujeito que deseja, e tenta levar vantagem em tudo. Não lhe importa os meios que venha a empregar para isso. A ele qualquer um a que recorra justifica os fins. E estes são, sempre, os de se sair bem, mesmo que para isso prejudique multidões, não raro um país inteiro. Reitero, isso não é sabedoria. O sábio faz da astúcia, quando se vale dela, mera estratégia, mas tem em mente que se causar prejuízos ou qualquer espécie de dano a alguém, fatalmente terá que arcar com as conseqüências. Por isso, não os causa. Já o tolo não tem essa preocupação. E sua astúcia, desacompanhada de sabedoria, invariavelmente o leva a trocar os pés pelas mãos. Via de regra, quem quer levar vantagem em tudo, finda por não levar vantagem em nada. Pode até se dar bem por certo tempo. Mas no final, sempre acaba desmascarado, pagando o preço por sua “esperteza”.   


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