Vendas de Natal surpreendem
Pedro J. Bondaczuk
O comércio tem pouco a
reclamar deste Natal. Pelo menos as vendas não foram tão ruins
quanto os comerciantes imaginavam, depois da edição do pacote e
principalmente após a elevação das taxas de juros, que inibiram o
crediário. Um balanço, ainda preliminar --- com dados que portanto
podem ser maiores --- dá conta que as lojas de São Paulo faturaram
apenas 4% a menos do que no mesmo período do ano passado.
Mesmo essa pequena queda pode
diluir-se ainda mais, e até significar um aumento real de vendas, se
for levado em conta que os consumidores optaram por fazer compras à
vista. Fica descartado, portanto, o fantasma da inadimplência.
Em Campinas, as estimativas
são mais modestas, embora melhores do que as previsões que vinham
sendo feitas há apenas duas semanas. São de uma queda em torno de
10% em relação às vendas de 1996.
Como sempre, o brasileiro
deixou para comprar na última hora. Superlotou as lojas e os
shoppings às vésperas do Natal. Muitos, inclusive, não encontraram
os presentes que tinham em mente, já que os comerciantes trabalharam
com estoques reduzidos. Provavelmente perderam. Caso fossem mais
otimistas, poderiam ter faturamento muito maior, mesmo o consumidor
tendo optado por presentes de R$ 30 em média. Essa mesma surpresa
positiva pode se repetir em relação às sombrias previsões para
1998. É esperar para ver.
(Editorial número dois,
publicado na página 2, Opinião, do Correio Popular, em 29 de
dezembro de 1997).
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