Automação e emprego
Pedro J. Bondaczuk
A evolução tecnológica
tende a fechar milhares, quiçá milhões, de vagas
profissionais na indústria. O acirramento da competição
internacional, com a globalização da economia, força as fábricas
a se automatizarem, para produzir mais, melhor e com menos mão de
obra. Um dos setores onde isso já se verifica, e tende a se
acentuar, é o automobilístico.
O livro "De JK a FHC ---
A Reinvenção dos Carros", de Glauco Arbix e Mauro Zilbovicius,
revela, por exemplo, que as montadoras instaladas no Brasil vão
eliminar, nos próximos três anos, cerca de 30 mil dos atuais 106
mil empregos diretos do setor.
Nem a entrada no País de doze
novas marcas de automóveis, até o ano 2000 --- além da construção
de novas unidades por parte da General Motors, da Fiat e da
Volkswagen --- vai reverter esse quadro. Está prevista, para dentro
de três anos, a produção de 2,5 milhões de veículos, com 90 mil
trabalhadores. No ano passado foram produzidos pouco mais de 2
milhões, com 106 mil operários.
Daí dizer-se que os empregos
do futuro vão estar concentrados basicamente em serviços. A
sociedade depende da criação de novas necessidades, mesmo que
supérfluas. Só assim a economia poderá caminhar. Esse é o grande
desafio para próximo milênio: descobrir formas de ocupar alguns
bilhões de pessoas mundo afora.
(Editorial número dois
publicado na página 2 do Correio Popular em 19 de janeiro de 1998).
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